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O CULTO DOMINICAL

INTRODUÇÃO

Há alguns dias gravei um vídeo, baseado em dois artigos escritos neste portal “O Culto Dominical – quão importante é” e “Culto dominical – bênçãos e privilégios”. No referido artigo descorri sobre a importância de, como seguidores de Jesus, nos reunirmos como igreja, assembléia ou comunidade de Cristo para celebrarmos juntos a Deus. Escrevi, inclusive, sobre a importância de estarmos preparados físico e espiritualmente para esse momento de comunhão.

Apesar de no Novo Testamento, inicialmente, os irmãos reunirem-se todos os dias, em razão da ressurreição de Jesus ter se realizado no primeiro dia da semana (depois chamado de domingo), este tornou-se o dia em que a igreja desde sua tenra idade reuniu-se. Vamos falar um pouco dele.

O DOMINGO É O DIA CORRETO?

Não obstante a oposição de parte da cristandade, em especial dos Adventistas do Sétimo Dia, há farto material bíblico, extra-bíblico e histórico a comprovar que o primeiro dia da semana foi o dia escolhido por Deus como o da celebração mais importante dos cristãos.

No livro de Atos vemos o exemplo da igreja primitiva reunindo-se no primeiro dia da semana, conforme Atos 20:7, que algumas bíblias traduzem como “sábado à noite”, provavelmente em razão de que, para os judeus, o sábado terminava às 18:00 horas e não às 23:59:59 como hoje. Aliás, no texto do livro de Ato consta que os irmãos reuniram-se para “partir o pão”, que tornou-se a maneira de referir-se a celeração da ceia do Senhor. O primeiro dia da semana” não era o sábado, mas o dia após o sábado, conforme é evidente nas declarações registradas nos relatos do evangelho (veja Mateus 28:1; Marcos 16:1, 2; Lucas 23:56; 24:1).

Provavelmente pelo mesmo motivo o apóstolo Paulo incentiva a igreja a realizar suas coletas no primeiro dia da semana (1 Coríntios 16:1-4), o que faria com que a reunião concidisse com o dia da realização da ceia do Senhor, orientanda àquela igreja no capítulo 11 da mesmo epístola (11:23-26).

Porém, a maior prova de que a igreja se reunia no primeira dia da semana está em Apocalise 1:10. João está exilado na ilha da Patmos e no seu escrito ele diz que encontrava-se no ἡμέρα κυρίου ou no dia do Senhor, que deu origem ao termo “domingo”. No momento de adoração João recebeu a revelação de Jesus encontrada no livro.

Há ainda documentos, escritos no segundo e terceiro séculos da era cristã que apoiam o domingo como o dia da reunião dos cristãos como, por exemplo, o escrito do oficial romano Plínio, o jovem (63-113 D.C.), o Didaquê (90 a 150 D.C.), o escrito de Inácio (35-107 D.C.), cristão que conviveu com o apóstolo João, a epístola de Barnabé (escrita em 130 D.C), o livro Atos de Pedro (escrito aproximadamente em 180 D.C,), o escritor cristão Tertuliano (160-220 D.C) e, finalmente, Eusébio de Cesareia, que escreveu em cerca de 300 D.C. o livro “A história eclesiástica”. Todos afirmam que o domingo era o dia em que a igreja reunia-se para celebrar a ressurreição de Jesus, quando havia a celebração da ceia do Senhor. Mais informações sugiro a leitura do estudo “A ceia do Senhor” na revista A verdade para Hoje (Clique na frase sublinhada para ler).

QUAL O HORÁRIO CORRETO?

Desde que a igreja se reuna no domingo, não importa se de madrugada, de manhã, à tarde ou à noite, o importante é que seja no primeiro dia da semana. Afinal, no início da igreja, o único dia de descanso era o sábado e para os judeus. Desta maneira, os demais cristãos trabalhavam normalmente todos os dias da semana, inclusive no domingo, e assim separavam algum momento daquele dia normal para reunirem-se.

O QUE FAZER NO DIA DO SENHOR?

Podemos utilizar as palavras de Paulo encontradas em 1 Coríntios:

“Que fazer, então, irmãos? Quando vocês se reúnem, um tem um salmo, outro tem um ensino, este traz uma revelação, aquele fala em línguas, e ainda outro faz a interpretação. Que tudo seja feito para edificação.” – 1 Coríntios 14:26

Exposição da Palavra 

Tendo este texto em mente, bem como o exemplo de Atos 20:7 e o fato de que aos nos reunir estamos ensinando uns aos outros todas as coisas que Jesus nos ordenou (Mateus 28:20), no culto dominical deve ser reservado um tempo considerável para o ensino da Palavra de Deus, chamado de sermão ou mensagem atualmente. Em minha opinião, menos que 30 minutos é pouco tempo para uma boa explicação bíblica, porém, esse tempo não deve ser muito ultrapassado, até pela incapacidade da menter em reter informações longas e a presença de crianças em nossas reuniões. Uma ideia boa que tem surgido é, após a reunião, um tempo ser reservado para um estudo conjunto das Escrituras, chamado por muitos de Escola Bíblica Dominical.

A ceia do Senhor

Dentro da reunião, além da mensagem, chama a atenção que Atos 20:7 destaca que naquele dia haveria o partir do pão, isto é, a celebração da ceia do Senhor, relatada em 3 dos 4 evangelhos, instituída por Jesus e por ele determinada que fosse feita em “memória dele” (Lucas 22:19) e ainda orientada pelo apóstolo Paulo, quando corrigia os erros que os irmãos na cidade de Corinto comentiam ao celebrar a ceia (1 Coríntios 11:23-31). Os católicos a chamam de “eucarista” ou ação de graças. É um nome apropriado, pois estamos dando graças a Deus em razão do sacrifício do seu Filho por nós.

Oferta

Ainda como parte do culto temos a oferta generosa, de conformidade com a prosperida de cada cristão, que substituiu o dízimo, ordenança restrita ao Velho Testamento. Na nova aliança somos incentivados a ofertar de coração, como gratidão pelas bênçãos de Deus e de forma livre, sem qualquer controle externo como, por exemplo, envelopes com a identificação do ofertante. No entanto, o ato deve ser incentivado e ensinado, conforme vemos em vários textos no Novo Testamento (Romanos 15:26-27, 1 Coríntios 16:1-4 e 2 Coríntios 8-9, entre outros).

O canto vocal

Como parte do culto cantamos de forma vocal, isto é, à capela (ou, à moda da igreja, a própria palavra já nos ensina a maneira certa de cantar), conforme instruções em Efésios 5:18-20 e Colossenses 3:16. O canto tem o objetivo de louvar a Deus, mas também instruir a igreja sobre as verdades do evangelho. Daí a necessidade de sempre selecionarmos bem os hinos que cantaremos. Não basta ter uma boa melodia, mas, também e principalmente, uma letra que vá ao encontro dos ensinos das Escrituras Sagradas. Não há no Novo Testamento nenhuma ordenança ou exemplo da utilização de instrumentos musicais nos cultos.

O texto citado acima no iníco refere-se ao “falar em línguas” e a “revelação” e a “interpretação”, porém, são dons que ficaram no primeiro século, conforme Paulo já previra em 1 Coríntios 13:8. A igreja do Senhor não precisa de nenhuma revelação, a não ser aquelas constantes nos 66 livros da Bíblia e, em especial, nos 27 livros do Novo Testamento, a nova aliança, que determina o que deve ou não fazer parte da igreja do Senhor em suas reuniões.

Pronto. Eis aí o conteúdo que deve fazer parte de nossa reunião dominical: a ceia do Senhor, a pregação da Palavra de Deus, a oferta voluntária e os cânticos vocais. Qualquer outro acréscimo, se for utilizar, deve ser com cuidado como, por exemplo, avisos, pedidos e agradecimentos, um testemunho de um irmão, entre outros.

É um dia santo? Substitui o sábado?

Em certo sentido, é um dia santo, uma vez que separado para a reunião da igreja, em especial para celebrar a ressurreição de Jesus. 

Porém, não significa que nesse dia os cristãos não possam trabalhar ou fazer qualquer esforço, como exigia-se no dia de sábado para os judeus.

Conforme Paulo nos ensina, todos os dias são dedicados a Deus (não somente o domingo). Vejam Romanos 15:5-8 a respeito. Claro que devemos nos esforçar para não trabalharmos de forma nenhuma no domingo. Mas, cuidado com o julgamento de irmãos que, premidos por suas necessidades, aceitam trabalhar nesses dia. E, quando estes aceitam, devem fazer o esfoço necessário para reunirem-se com um grupo de discípulos antes de sairem para o trabalho ou após e busquem maneiras para que a situação seja por um tempo apenas. Por experiência própria quando fazemos do reino de Deus nossa prioridade, nos sacrificando, inclusive, Deus nos abre portas maravilhosas que nos darão o tempo necessário para com o corpo.

Afinal, domingo é dia para, além de nos reunir como igreja, descansarmos e passarmos o tempo com a família e amigos. Neste sentido o princípio para o qual foi criado o sábado e posteriormente desvirtuado,  deve permanecer no tocante ao domingo, qual seja, feito para a o descanso do ser humano (Marcos 2:27).

Culto, missa OU REUNIÃO?

O nome não é importante, pois trata-se de uma reunião para cultuar ou celebrar a Deus, em especial pela ressurreição do seu Filho Jesus, que com seu sacrifício, abriu as portas dos céus à humanidade (João 14:6). A palavra missa vem do latim missa,ae e significa ‘deixar ir, lançar, atirar’, a partir da mensagem sacerdotal Ite, missa est ‘ide, [a oração] foi enviada [a Deus. É uma palavra apropriada mesmo para o catolicismo, o qual possui um sacerdote escolhido por aquela religião. Na Bíblia, todos os cristãos são sacerdotes (1 Pedro 2:9 e Apocalipse 1:6) e neste sentido, todos (e não somente os celebrantes ou dirigentes) estão prestando um serviço de adoração a Deus através de fruto de lábios que professam o nome de Deus (Hebreus 13:15).

CONCLUSÃO

Que no primeiro dia da semana, dia da ressurreição de Jesus, façamos questão de nos livrar do pecado da preguiça, da falta de prioridade, da rebeldia, da falta de perdão, dos ressentimentos  e da desobediência e de todo o peso que porventura queiram nos impedir de estar com os irmãos (Hebreus 12:1) e cheguemos até antes do horário marcado. Seja ao prédio, à casa, ao salão, à beira do rio, não importa o local, o importante é, como família de Deus, com alegria, celebrarmos àqueles que por muito nos amar, entregou sua vida por nós.

Mesa Redonda
O Livro Para os Jovens Cristãos

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