“Ora, Jesus tinha cerca de trinta anos quando começou o seu ministério. Era, conforme se pensava, filho de José, filho de Eli.” – Lucas 3:23
“Filho de Joanã, filho de Resa, filho de Zorobabel, filho de Salatiel, filho de Neri.” – Lucas 3:27
“Filho de Meleá, filho de Mená, filho de Matatá, filho de Natã, filho de Davi.” – Lucas 3:31
“Filho de Jacó, filho de Isaque, filho de Abraão, filho de Tera, filho de Naor.” – Lucas 3:34
“Filho de Cainã, filho de Arfaxade, filho de Sem, filho de Noé, filho de Lameque.” – Lucas 3:36
“Filho de Enos, filho de Sete, filho de Adão, filho de Deus.” – Lucas 3:38
Nas duas primeiras vezes em que eu li a Bíblia inteira, ao chegar no primeiro livro de Crônicas, pulei os 8 primeiros capítulos por se tratar de genealogias. Na época eu pensava: “o que posso aprender lendo as genealogias, com esse monte de nomes, muitos deles desconhecidos”.
O tempo passou, o conhecimento bíblico foi aumentando e agora na terceira vez, iniciada em 2018, consegui extrair de cada um desses capítulos, muitas lições importantes. Por isso quero fazer comentários sobre a genealogia de Jesus.
A Bíblia relata duas genealogias do Senhor Jesus, uma descrita por Mateus no capítulo 1 e outra aqui no capítulo 3 de Lucas. Quando comparadas são bem diferentes, Lucas com mais nomes, porém, muitos não são encontrados em Mateus. Lucas registra a genealogia a partir de Jesus até Adão. Já Mateus começa em Abraão e termina em Jesus.
Qual o motivo dessa diferença entre as genealogias? Muitas teorias já foram criadas para a explicação e uma dessas teorias é que Mateus, o evangelho do rei, quer apresentar Jesus como descendentes dos reis de Israel, começando com Davi. Por esse motivo lá estão diversos reis de Israel, ao contrário de Lucas.
Outra explicação é que Mateus quer apresentar Jesus como o cumprimento das promessas de Deus feitas a Abraão, enquanto Lucas deseja mostrar que Jesus é o cumprimento da promessa de salvação para toda a humanidade, iniciada logo após a queda de Adão e Eva ainda no jardim do Éden. Seria o motivo da genealogia ir até Adão. Outros ainda dizem que Lucas quer mostrar a humanidade de Jesus.
“Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o descendente dela. Este lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar.” – Gênesis 3:15
Destacando essa genealogia de Lucas, vemos que o evangelista faz questão de ressaltar o nascimento virginal de Jesus ao dizer que o Senhor era, conforme se pensava, filho de José. Um claro destaque de que José era o pai adotivo do Filho legítimo de Deus.
Chegando a alguns detalhes da genealogia, vemos que Jesus era descendente de Zororabel, o homem que governou Judá após a volta do exílio babilônico (Ageu 2:21). Algo curioso é que o desconhecido filho de Davi, Natã, está na genealogia de Jesus, e não Salomão, como aparece em Mateus. Mais uma demonstração de que Lucas destaca a descendência física de Jesus, enquanto Lucas ressalta a descendência real.
Jesus ainda é descendente de Noé, aquele justo patriarca que foi poupado do dilúvio com sua família, responsável por repovoar a terra (Gênesis 7:1).
Finalmente Jesus é descendente da linhagem piedosa de Adão. Após Caim matar Abel, nasceu Sete, pai de Enos, a respeito de quem a Bíblia diz: “A Sete nasceu-lhe também um filho, ao qual pôs o nome de Enos. Foi nesse tempo que se começou a invocar o nome do Senhor.” – Gênesis 4:26
A leitura desta semana tem objetivo mais de levantar curiosidades sobre a ascendência de Jesus, comparando a de Lucas com a de Mateus. Desta forma quero encerrar ressaltando que Deus utilizou pessoas para que seu plano de salvação em Jesus fosse concretizado. Pessoas que tinham pontos fortes e fracos, e nada disso impediu que fossem utilizadas por Deus.
Como Ele hoje nos utiliza, vasos de barros, frágeis, mas, portadores de algo tão poderoso como o Espírito Santo, para que a honra e a excelência sejam sempre do Senhor e não nossa. Tudo o que fazemos de bom é fruto da ação misericordiosa e poderosa do Senhor dos Exércitos em nós.
“Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que se veja que a excelência do poder provém de Deus, não de nós.” – 2 Coríntios 4:7.