A rede Globo tem incentivado a população a mandar depoimentos respondendo a frase: “O Brasil que eu quero”.
Diversos depoimentos têm sido encaminhados para a emissora de televisão e são vários os “brasis” queridos: um Brasil sem corrupção, sem violência, com saúde para todos, com políticos honestos e assim vai.
Creio que, apesar das boas palavras e bons desejos, as frases citadas, em sua grande maioria ataca as consequências e não o problema principal que nosso país sofre.
Se eu fosse participar desses depoimentos, eu diria: “O Brasil que eu quero é um Brasil onde as pessoas amem mais as outras”.
“E, por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos” – Mateus 24:12
No texto que abre este artigo, Jesus diz que na época da destruição da cidade de Jerusalém, sinal que antecederia o fim dos tempos, a iniquidade ou o pecado iria se multiplicar e como consequência, o amor de quase todos se esfriaria.
Vivemos esse tempo. A maioria das pessoas preocupa-se apenas com o seu bem-estar, sendo praticamente indiferente para essas pessoas o que está havendo com o seu próximo.
Vejamos alguns exemplos:
Um dos pleitos feitos nos depoimentos na Globo é contra a corrupção. E o que é a corrupção senão uma demonstração de egoísmo e falta de amor pelo próximo? O político rouba ou desvia milhões e milhões de reais para si mesmo esquecendo-se de que por causa de sua atividade pecaminosa muitas pessoas ficarão sem um atendimento médico decente, sem segurança, que remédios não chegarão aos necessitados, que muitos morrerão numa fila de hospital enquanto aguardam ser atendidos.
O problema é que esta falta de amor não ocorre apenas no meio político. Até acredito que o que acontece na política seja um reflexo da falta de amor de boa parte da população. Podemos ver isto corriqueiramente. Às vezes estou no trânsito, atrasado para um compromisso, uma fila enorme de automóveis para acessar uma marginal, quando, de repente, vários carros adentram nos acostamentos ou mesmo no meio entre as duas fila, cortando a vez dos outros e até correndo o risco de causar acidentes. O que é isto senão, mais uma vez, o amor que se esfria, onde cada pessoa quer levar a melhor, mesmo que isso prejudique os demais. O jeitinho Brasil nada mais é do que o egoísmo prevalecendo onde deveria haver amor.
Se as pessoas aplicassem a regra de ouro: “tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós a eles” (Mateus 7:12), cada pessoa, antes de agir, tomar uma decisão, refletiria como seria ou como se sentiria se ela própria fosse a vítima da atitude que está prestes a tomar.
Assim, nosso país, nosso Brasil, precisa de amor, que seus habitantes parem de “pensar apenas no seu umbigo” (uma frase batida, mas verdadeira) e pense mais no outro, no sem bem estar, que a dor ou o sofrimento do próximo fosse levado em consideração.
E nós, filhos de Deus, somos chamados duplamente a amar pelo nosso Senhor. De um lado, amar ao próximo “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22:39-40), para Jesus, é o segundo maior mandamento. E resume em grande parte todos os outros. Um cristão, que foi atingido pelo amor de Cristo (2 Coríntios 5:14) em todas as suas atitudes, está sempre se perguntado se aquele seu agir vai ou não cumprir o segundo maior mandamento. O que se passa com o seu semelhante o atinge de tal maneira que suas atitudes refletem isso.
E, como igreja, entre nós, este mandamento de Jesus ainda é mais específico: “ameis uns aos outros, assim como eu vos amei” (João 13:34). Entre nós, Jesus nos incentiva a amar, isto é, cuidar e nos preocupar uns com os outros da mesma maneira que Ele faz. E o amor de Jesus foi às últimas consequências, ou, como diz João, “Ele amou até o fim” (João 13:1)
Assim, o Brasil que eu sonho e oro, é um Brasil onde as pessoas amem de maneira prática, no dia a dia, aplicando a regra de ouro de Jesus. A igreja que eu sonho é um grupo que ama ao próximo, que valoriza o que Jesus mais valorizou a ponto de dar a sua vida em resgate de todos, isto e, um grupo de pessoas que ama as pessoas. E uma das maneiras práticas d amar é compartilhar o evangelho, contar que Jesus veio e morreu na cruz para que um dia todos possam morar com Deus para sempre. Não há tarefa mais sublime, não há ato de amor maior, pois produz reflexos eternos.
E, entre nós, que o amor de Jesus por nós nos motive não a morrer (dificilmente isto será necessário), mas a viver amando uns aos outros, tendo preocupação genuína, cuidando, valorizando, protegendo. Da mesma maneira que Jesus fez e faz conosco.
O Brasil, a igreja, que eu sonho, é um país, uma igreja, onde atitudes práticas de amor sejam mais e mais corriqueiras. Que Deus nos abençoe!