“Ele respondeu:
— Estou morrendo de fome; de que me vale o direito de primogenitura?”
— Gênesis 25:32
“E Jacó deu a Esaú pão e o ensopado de lentilhas; ele comeu e bebeu, levantou-se e saiu. Assim, Esaú desprezou o seu direito de primogenitura.”
— Gênesis 25:34
Ser o primogênito no tempo dos patriarcas era mais do que apenas ser o mais velho. Era ter direito à maior parte da herança e, no caso dos descendentes de Abraão, incluía receber a bênção do patriarca.
Tudo isso Esaú trocou para satisfazer sua fome física. Por isso, no Novo Testamento, ele é chamado de profano (Hebreus 12:16), como alguém que não dá valor ao que é espiritual, ao contrário de Jacó, que futuramente se tornaria Israel.
Esaú representa aqueles que estão mais interessados em satisfazer suas necessidades (fome física, sexual, de aceitação, de poder, entre outras), mesmo que, para isso, tenham que sacrificar valores espirituais.
No deserto, Jesus foi tentado, mas saiu aprovado com louvor, especialmente quanto à sua fome após um jejum de 40 dias: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a Palavra que procede de Deus.” (Mateus 4:4).
Esaú também representa o imaturo e imediatista, que deseja desfrutar os prazeres sem qualquer sacrifício. Infelizmente, muitos vivem assim hoje, especialmente os mais jovens. Ao contrário de Jesus, que primeiro experimentou o sofrimento da cruz para depois desfrutar a glória da ressurreição e exaltação.
Hoje, as pessoas querem progredir sem estudar, sem se esforçar, sem trabalhar, sem renúncia, sem investir. Querem colher sem plantar.
O mesmo acontece na vida espiritual: querem crescimento sem buscar a verdade na Palavra, sem renunciar aos prazeres transitórios em troca da verdadeira vida com Deus.
Que jamais sejamos profanos e imediatistas como Esaú. A frase que utilizo: “Esmurro o meu corpo à escravidão de Cristo” reflete isso: meus desejos não devem me dominar, mas ser dominados por mim, pois desejo, cada vez mais, ser dominado por Cristo.
Que esperemos inteiramente em Deus, ainda que isso nos faça sofrer. Receber a coroa da vida exige que carreguemos nossa cruz diariamente, até a volta do Senhor Jesus.
Que valorizemos o que é espiritual em vez do carnal e que nossa maior comida seja a mesma de Jesus: fazer a vontade d’Aquele que enviou Seu próprio Filho para morrer por nós e nos comprar para Ele.