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As Marcas de Um Coração Que Pertence a Deus

Há decisões que tomamos que podem nos marcar por toda a vida, até mesmo contribuir para que tenhamos um apelido.

Na Bíblia, há frases que logo identificamos a quem se refere. Vejamos alguns exemplos: o amigo de Deus (Abraão), o homem muito amado de Deus (Daniel), o doce salmista de Israel (Davi), a voz do que clama no deserto (João Batista), o homem que andou com Deus (Enoque). Há ainda aqueles que por sua conduta ganharam um novo nome como José, chamado pelos apóstolos de Barnabé (Atos 4:36), que significa filho do incentivo, algo bem presente na vida dele como podemos ver em Atos 11:22-24.

Teve alguém que o próprio Deus usou uma frase que o identifica até os dias de hoje, “um homem segundo o coração de Deus”, que logo identificamos como referente ao rei Davi (Atos 13:22).

Sempre admirei a relação de Davi para com Deus, baseada em reverência, adoração, confiança e muito desprendimento para servir ao Senhor e no texto, cuja leitura sugiro, 2 Samuel 24, veremos a razão de Davi ter sido chamado por Deus dessa maneira.

Uma pessoa segundo o coração de Deus é alguém que entregou seu coração, isto é, o mais profundo de si mesmo, nas mãos de Deus.

Através da leitura do texto de hoje quero destacar 3 marcas de uma pessoa cujo coração pertence ao Senhor Deus:

I – UM CORAÇÃO SENSÍVEL A DEUS E AO PECADO

“Depois de haver recenseado o povo, Davi ficou com dor no coração. Ele disse ao Senhor: — Cometi um grande pecado ao fazer o que fiz. Mas agora, ó Senhor, peço-te que perdoes a iniquidade do teu servo, porque fiz uma grande loucura.” – 2 Samuel 24:10

No primeiro texto, logo após pecar contra Deus, o texto diz que “Davi ficou com dor no coração”, da mesma maneira como ficara quando cortou a orla do manto de Saul (1 Samuel 24:5). 

Uma pessoa que tem um coração que pertence a Deus, infelizmente por causa de sua natureza humana, vez ou outra peca contra o Senhor. Porém, ao pecar, seu coração pesa, fica triste, angustiado e seu desejo é correr para os braços de Deus, pedindo perdão e desejando consertar o erro que cometeu. 

Quando seu pecado atinge também outro ser humano, corre para tentar se acertar, ressarcir, corrigir ou mesmo restituir. Uma pessoa assim é chamado de um pobre de espírito por Jesus no Novo Testamento e, quando peca, chora diante do Senhor arrependido por seu erro. Zaqueu é outro grande exemplo de alguém que procurou reparar os pecados cometidos contra o próximo (Lucas 19:8).

“— Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus. — Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.” – Mateus 5:3-4

Uma pessoa verdadeiramente de Deus, que é discípulo de Jesus, passa a ter a mente de Cristo (1 Coríntios 2:16) e por isso, pode até errar, pecar, mas, logo o Espírito Santo o incomoda, o constrange a correr para o Senhor arrependido. 

II – O PECADO O FAZ APROXIMAR-SE AINDA MAIS DE DEUS, POR CAUSA DE SUA EXPERIÊNCIA DA BONDADE DO SENHOR

“Então Davi disse a Gade: — Estou muito angustiado. Porém é preferível que caiamos nas mãos do Senhor, porque muitas são as suas misericórdias; não quero cair nas mãos dos homens.” – 2 Samuel 24:14

Já o segundo texto mostra outra realidade de uma pessoa cujo coração pertence a Deus. Quando peca, pede perdão e está disposto a aceitar a disciplina e correção do Senhor, prefere ser tratado pelo próprio Deus, pois já tem experiência da bondade, do amor e especialmente da misericórdia do Senhor dos Exércitos. 

O pecado, ao invés de afastar a pessoa que entregou seu coração nas mãos do Senhor, o aproxima ainda mais, pois uma pessoa que ama a Deus, que tem experiência da bondade de Deus, não quer fica nem um instante longe dele, mesmo que seja para ser disciplinado.

Uma pessoa que ama a seu Criador e no Novo Testamento, seu Pai celestial, não quer se afastar dele. Ele confia tanto em Deus que sabe que mesmo “as cajadadas de disciplina” do Todo-Poderoso (Samo 23:4), serão para o seu bem e crescimento espiritual, para torná-lo mais e mais parecido com Jesus.

Basta olharmos os salmos 32 e 51 e vermos como Davi sentiu após ter pecado contra Bate Sebá e o quanto ficou aliviado ao retornar sua comunhão com Deus.

III – É EXTREMAMENTE MÃO ABERTA COM DEUS

“Porém o rei disse a Araúna: — Não! Eu vou comprar de você pelo que vale. Porque não oferecerei ao Senhor, meu Deus, holocaustos que não me custem nada. Assim, Davi comprou a eira e os bois por cinquenta moedas de prata.” – 2 Samuel 24:24

Já neste texto vemos uma terceira característica de uma pessoa que entregou seu coração, ou seja, todo o seu ser nas mãos do Pai celestial. Essa pessoa é extremamente mão aberta para com o Senhor e como consequência com as criaturas de Deus. É alguém sem reservas para com o Senhor.

Davi podia ter aceitado fazer o sacrifício de graça para Deus, mas aí não seria sacrifício. Ele disse: “não darei ao Senhor algo que não me custe”. 

No Novo Testamento somos chamados não apenas para darmos um sacrifício para o Senhor, mas a sermos nós mesmos sacrifícios vivos ao Senhor, para seu inteiro agrado. Assim, tudo o que uma pessoa que entregou o coração a Deus tem é do Senhor, sua vida, seus bens, suas habilidades, tudo é do Senhor e, como tenho pregado, uma vez assim, tudo o que é do Senhor também passa a lhe pertencer também. 

“Portanto, irmãos, pelas misericórdias de Deus, peço que ofereçam o seu corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Este é o culto racional de vocês.” – Romanos 12:1

O DESAFIO: ENTREGARMOS NOSSO CORAÇÃO A DEUS

Através desta mensagem desafio a todos nós a entregarmos o nosso coração nas mãos de Deus, como fez Davi. Desta maneira:

1. Nosso coração ficará dolorido quando pecarmos contra o Senhor e correremos a Ele, pedindo perdão. 

2. Ao pecarmos, nos aproximaremos ainda mais de Deus, pois não queremos perder a comunhão com o nosso amado Pai celestial por um minuto sequer e aceitaremos a disciplina amorosa dele, pois o amamos tanto que sabemos que suas cajadadas serão amorosas e farão bem a nós.  

3. E finalmente, seremos um sacrifício vivo de nosso ser, bens e energia, amando a Deus acima de tudo e, como consequência, o próximo como a nós mesmos.

Mesa Redonda
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