Jesus disse, certa vez: “Sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus 16:18). Essa promessa é cumprida através de nós, apesar de nós e além de nós. Ela nos mostra que a igreja de Cristo tem força, propósito e uma missão clara: levar a verdade do evangelho ao mundo inteiro. A igreja estabelecida na rocha é a vontade de Deus em Cristo Jesus. A depender da igreja que Jesus edificou, temos tudo para a salvação da humanidade. Agora, cabe a nós espalhar o evangelho e plantar a semente da palavra de Cristo que cria fé, arrependimento, confissão, novo nascimento e discípulos fiéis a Cristo.
Mas, infelizmente, muitas igrejas de Cristo estão estacionadas, sem crescer, sem impactar, sem cumprir plenamente esse chamado. E isso pode nos deixar com perguntas difíceis: Onde está o problema? Será que estamos fazendo algo errado? Como posso ajudar?
As pessoas ao redor dos locais de reuniões muitas vezes só dominicais estão sem ouvir, sem receber a palavra da fé, sem se arrepender, sem confessar Jesus como Senhor, sem saber o que é e a importância do batismo e não entendem por que estamos lá todos os domingos e só nos domingos. Vamos refletir juntos sobre alguns dos principais motivos pelos quais tantas igrejas não crescem — e como podemos, se é que podemos, como seguidores de Cristo, mudar essa realidade.
1. Quando o Foco Muda: Do Mundo Para Dentro da Igreja
O foco da igreja deve estar centrado em cumprir sua missão evangelística de forma intensa e intencional, refletindo o modelo da igreja primitiva. Isso significa priorizar o alcance dos perdidos em todas as suas atividades — desde cultos e aulas até ações sociais —, mantendo um compromisso constante com a plantação de novas igrejas e o ensino bíblico fiel. Ao mesmo tempo, é essencial cuidar espiritualmente dos membros, oferecer discipulado sólido, promover cultos edificantes e manter a igreja em movimento, sempre presente na comunidade. Para sustentar esse crescimento, a igreja precisa de uma visão clara, membros comprometidos e uma estrutura que acompanhe o avanço, com liderança capacitada, recursos financeiros e estratégias bem definidas.
Um dos grandes desafios enfrentados por muitas igrejas é a mudança de ênfase. Em vez de buscarem ativamente os perdidos, elas passam a focar apenas no cuidado dos membros já existentes. A igreja vai deixando de ser igreja porque perde o foco e passa a ser um clube de amigos. É uma linha bem fina e imperceptível, mas quando ‘sangue novo’ não circula no corpo de Cristo, problemas de saúde espiritual surgem por todos os lados.
É como se a missão de ir ao mundo ficasse em segundo plano. Mas Jesus foi claro: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Marcos 16:15). Se a igreja parar de olhar para fora, ela começa a murchar por dentro.
2. Culpar Deus Pelo Nosso Estancamento
Outro problema sério é quando usamos a Bíblia para justificar o nosso fracasso. Alguns dizem coisas como: “Deus não mandou crescimento”, citando 1 Coríntios 3:6, mas esquecem o contexto.
Paulo escreveu aquilo para lembrar que o crescimento depende de Deus, mas também exige nossa fidelidade. Se a igreja deixou de plantar e regar, como é que Deus vai dar o crescimento? Culpar a Deus por não termos visão, paixão ou estratégias bíblicas claras é um erro grave. Deus deseja que “todos cheguem ao arrependimento” (2 Pedro 3:9), e não quer que ninguém pereça. Basicamente estas duas referências estão dizendo que Deus quer que a igreja cresça.
3. Trabalhar Sozinho Nunca Vai Longe
Quando um obreiro trabalha sozinho, o crescimento é lento — ou quase impossível. Uma igreja pequena, sem programas, sem dinamismo e sem boas instalações, acaba parecendo fraca aos olhos do mundo. Mas nos justificamos dizendo que Deus olha o coração. Se até a gente consegue ver que não tem nada nos corações dos irmãos, isto é, a paixão pelo evangelho, o fervor em fazer o melhor para Deus, o que será que Deus vê?
Pense assim: quem vai querer confiar sua vida espiritual a uma comunidade que parece estar sempre lutando para sobreviver? A Palavra de Deus diz: “Duas pessoas são melhores do que uma… Pois, se uma cair, a outra ajudará o seu companheiro” (Eclesiastes 4:9-10).
4. Recursos Financeiros: Um Desafio Prático
Crescer exige investimento. Literatura (pessoas são inspiradas pela leitura), divulgação, espaços adequados, ministérios específicos — tudo isso custa dinheiro. E quando a congregação não contribui com generosidade, fica difícil expandir o trabalho.
A falta de recursos financeiros cria um ciclo vicioso: sem crescimento, não há mais ofertas; sem ofertas, não há condições de crescer. É preciso que cada membro entenda que a obra é de todos, e que devemos dar com alegria e responsabilidade (2 Coríntios 9:7). A verdade é que dinheiro não falta e é muito fácil de provar isso. Vamos tomar como exemplo um casal da congregação. Praticamente qualquer casal. Eles são apenas duas pessoas e eles conseguem comprar uma casa, um carro, reformar, ter dois carros, uma casa extra na praia ou no campo. Eles vão viajar a cada tempo. Investem no que acham que vale a pena. Alguns investem nos filhos, outros na bolsa de valores. Somente duas pessoas mostram que, se a igreja realmente se unir com um objetivo, como uma família em Cristo, como um só corpo, eles conseguem fazer muito mais do que podem pedir ou pensar e o recurso já deu nas mãos de todos! (Ef 3:20)
Dinheiro não é o problema. Tenho prova disso porque eu também pensava que não tínhamos recursos para fazer a obra missionária no Brasil. Um dia um irmão chegou na minha casa com uma ideia e perguntou o que eu achava? Eu achei a ideia genial, aliás, divina! Fizemos uma transmissão no Programa Comunhão e uma mensagem na igreja de Cristo da 9 de Julho. Assim começou um movimento para plantar igrejas que mobilizou milhares de irmãos a ofertar e agora temos o Colheita Brasil. Dinheiro não é o problema, falta paixão, visão, amor pelo evangelho e pelos perdidos. Faltam missionários.
5. Oração: A Fonte do Crescimento Real
Eu estava com minha esposa passando por um terreno enorme que está à venda há anos. Comentei com ela sobre aquele terreno que daria pra fazer tanta coisa boa para a glória de Deus. Aquele terreno custa alguns milhões de reais. Ela me fez pensar quando disse que para Deus não é nada e muitas vezes nós não temos porque não pedimos. Realmente, conheço muito sobre a teoria da oração, mas quando chega a vez de eu colocar em prática, muitas vezes a prática não acompanha a teoria. Já algumas vezes vi acontecendo diante dos nossos olhos uma congregação procurando um terreno e, mesmo sem recursos, eles conseguem a resposta de Deus. Dinheiro não é o problema, falta de fé é um problema. Fé produz tudo mesmo que esteja invisível aos nossos olhos hoje.
Nenhuma estratégia humana substitui a presença de Deus. Sem oração fervorosa e constante, a igreja vive apenas de esforço humano — e isso raramente produz frutos duradouros. O poder de Deus em nós para fazer mais do que podemos pedir ou pesar é um conjunto de coisas e uma das forças mais poderosas de Deus depositadas em nós é subestimada e tão conhecida na teoria. A oração é poderosa e prova disso é que o próprio filho de Deus, aquele que andou sobre as águas, curou milhares de pessoas e ainda cura, multiplicou pães e peixes e ressuscitou dentre os mortos. Ele, quando estava na nossa posição, orava constantemente. Depois agia com o poder de Deus Nele.
Jesus falou: “Sem mim nada podeis fazer” (João 15:5). A oração abre portas, muda corações e traz o poder do Espírito Santo. Se não oramos, estamos tentando andar com nossas próprias pernas. Vamos pedir em nome de Jesus e Deus quer nos dar boas dádivas. Crescimento da igreja é a vontade de Deus, sim!
No próximo artigo você vai saber mais sobre o que está estagnando a igreja de crescer… não perca!