“Jesus prosseguiu, dizendo: — Um homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos de alguns ladrões. Estes, depois de lhe tirar a roupa e lhe causar muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o semimorto.” – Lucas 10:30
Ainda a história do bom samaritano, que contém tantos ensinamentos valiosos. Hoje, quero falar sobre os personagens que interagiram com o homem que descia de Jerusalém para Jericó.
Primeiro, claro, quero falar dos ladrões. Vejamos suas ações na vida daquele homem: tiraram sua roupa, causaram-lhe muitos ferimentos, isto é, bateram nele com violência. Que maldade! Não bastou roubar, mas também o espancaram e o deixaram quase morto.
Há pessoas que passam por nossas vidas e, infelizmente, também podemos cruzar o caminho de pessoas apenas para causar-lhes ferimentos. Nem todos os ferimentos são físicos; eu diria que a maioria deles são emocionais. São pessoas que nos desvalorizam, falam mal de nós e, em alguns casos, causam até prejuízos.
Lembro-me de pessoas que passaram pela minha vida e me causaram apenas ferimentos. Meu desejo sincero é não ter feito isso com ninguém que cruzou o meu caminho. Essas pessoas, quando saem de nossa vida, deixam marcas profundas, escoriações emocionais, como aqueles ladrões. Sim, todos nós somos pecadores, mas há pessoas que se tornam verdadeiros agentes do mal.
“Por casualidade, um sacerdote estava descendo por aquele mesmo caminho e, vendo aquele homem, passou de largo. De igual modo, um levita descia por aquele lugar e, vendo-o, passou de largo.” – Lucas 10:31-32
Por outro lado, há pessoas que passam por nossas vidas e, embora não façam mal diretamente, também não fazem bem nenhum. Elas não se dispõem a aliviar nossas dores, pois são omissas e, muitas vezes, propositalmente evitam se envolver.
“Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz, nisso está pecando.” – Tiago 4:17
Há muitas pessoas assim. Eu diria que talvez sejam até a maioria no mundo. Elas não praticam o mal diretamente, mas, com sua omissão, compactuam com ele ou, no mínimo, não fazem nada para aliviar o sofrimento alheio.
Até na igreja há pessoas omissas. Elas veem, por exemplo, tantas pessoas sofrendo nas mãos do diabo, mas não ensinam o caminho da libertação pelo poder de Jesus, nem sequer oram por elas.
Costumo dizer que uma das maiores formas de demonstrarmos que não amamos alguém é ignorando suas lutas e sofrimentos.
E, finalmente, há o samaritano, que representa Jesus e Sua ação em favor da humanidade pecadora e oprimida pelo pecado e pelo diabo. Também podemos adotar a atitude do samaritano como discípulos do Senhor Jesus.
“Certo samaritano, que seguia o seu caminho, passou perto do homem e, vendo-o, compadeceu-se dele. E, aproximando-se, fez curativos nos ferimentos dele, aplicando-lhes óleo e vinho. Depois, colocou aquele homem sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e tratou dele.” – Lucas 10:33-34
Vejamos a atitude do samaritano. Movido pela compaixão, ele se colocou no lugar daquele homem e imaginou o que desejaria que lhe fizessem se estivesse em situação semelhante.
Mas ele não parou aí. Aproximou-se, envolveu-se, doou seu tempo. Observe os verbos, as ações concretas, que devem sempre acompanhar a nossa fé verdadeira no Senhor Jesus: fez curativos, aplicou óleo e vinho, colocou o homem sobre o seu animal, levou-o para a hospedaria e cuidou dele.
Fico emocionado ao lembrar de pessoas que se envolveram em minha vida quando eu mais precisava, quando estava ferido, seja pelo diabo, seja pelos servos dele, como eram aqueles ladrões. Essas pessoas deixaram marcas profundas de amor em minha vida. Meu desejo sincero é também marcar e ser marcado por pessoas com o amor de Jesus, como fez o bom samaritano.
Qual papel teremos na vida do nosso próximo? O dos ladrões, que fazem o mal, prejudicam e causam sofrimento? O papel do levita e do sacerdote, que ficam indiferentes aos que se aproximam sofrendo? Ou seremos como o samaritano, envolvendo-nos na vida dos que sofrem, com atitudes concretas, e não apenas com bons sentimentos?
Que possamos começar pelo primeiro verbo: “aproximou-se”. Não devemos passar de largo quando encontramos pessoas caídas na estrada da vida.