Uma das coisas que mais gosto de fazer é viajar. Em 2020 e ainda em 2021 não foi o que fiz muito por motivos óbvios e olha que eu tinha vários planos e lugares para visitar, mas tudo a seu tempo.
Eu ainda gostaria de ir para Paris, Inglaterra, África, Austrália, etc. Já realizei alguns sonhos de ir para alguns lugares e visitar amigos e irmãos.
Em Janeiro de 2019 estive em Israel. Por incrível que pareça, esta foi uma viagem que não planejei muito na minha vida. Nunca sonhei em ir para lá, mas graças a Deus tive esta oportunidade. Claro que, se pudesse, queria ir e, depois de ter ido, gostaria de voltar. Uma viagem incrível! Um país pequeno em qual leva-se cerca de 5 horas de Norte a Sul ou 3 horas de Leste a Oeste. Cada lugar onde se para, tendo algum conhecimento bíblico, algo aconteceu ali. Os lugares mais exatos são as montanhas, que não tem como mover do lugar. Simplesmente fascinante!
Um País e Dois Povos
Mais ou menos 40 anos depois da morte de Jesus, no ano 70 os romanos destruiram Jerusalém e, mais uma vez, dispersaram os judeus de Israel para o mundo. Só em 1947 eles voltaram e, quando tentaram conquistar a terra deles, 1877 anos depois de terem sido dispersos pelos romanos, encontraram lá os muçulmanos e, por conta dessa ocupação, até hoje têm que dividir o país com eles.
Os territórios onde Israel ocupa são de uma infrestrutura de 1º mundo. Já os territórios palestinos, parecem países de 3º mundo. Muitas vezes o que os divide é apenas uma rua, mas é visível a diferença. Os judeus são ricos e os palestinos pobres, no entanto, ocupam e dividem o mesmo país.
Os Muçulmanos
O dia de descanço dos muçulmanos é a sexta feira. Eles tiram o dia para ouvirem sermões de acordo com a crença deles e para fazerem orações. É um dia em que eles não trabalham. É um dia de súplicas e pedidos de perdão. Embora o próprio Alcorão não determine a sexta feira como sagrada, pela tradição, eles guardam religiosamente este dia.
Os Judeus
O dia de descanço total dos judeus é o sábado. Só estando lá em Israel para ver como eles respeitam o dia. É terminantemente proibido exercer qualquer atividade a ponto deles serem legalistas quanto a isto. São realmente radicais e tudo pára literalmente. Ônibus, metrô, táxi literalmente ficam parados e até os elevadores são modificados para respeitar aquele dia. No caso dos elevadores, eles programam para que ele pare automaticamente em todos os andares para que eles não tenham o trabalho de, nem sequer, apertar o botão.
Eles tentam resgatar o Velho Testamento e todas as suas ordenanças e o sábado é um símbolo visível desta atitude. É considerado pecado qualquer atividade no sábado.
Os Cristãos
Estando em Israel, fizemos um tour bíblico ‘cristão’. O guia usava passagens da Bíblia mostrando lugares e inclusve os seus signifcados. Esclarecedor em vários pontos ver o significado de passagens com ilustrações vivas. O guia foi sensacional! Apesar de ser judeu, era convertido ao cristianismo. Um brasileiro de mãe judaica. Ele se dizia missionário cristão de uma denominação e, parece que para fazer uma média com ele, fomos visitar sua denominação. Fiquei indignado e quase não consegui me conter. Tive vontade de me levantar e ir embora, de tirar a cinta e corrigir alguns ali mesmo, de falar em Português mesmo apontando para o Calvário, etc. Próximos do suposto lugar onde Jesus foi crucificado, eles fizeram um ‘culto’ na quinta feira. Foi um show de música instrumental liderado pela esposa dele e outro fazendo uma pregação em Hebraico. Nosso guia traduzia tudo num ponto de áudio em que nós, cada pessoa de um grupo de umas 40 pessoas, usávamos. Eles não tomaram a ceia, não por não ser domingo, mas porque eles simplesmente não tomam a ceia aos domingos.
Posteriormente questionamos ele sobre quando tomavam a ceia e quando se reuniam para adorar ao Senhor. Ele respondeu que os cultos eram nas quintas mesmo e que tomavam a ceia de vez em quando (não lembro qual a periodicidade). Alguns irmãos que estavam comigo questionaram a postura deles, mas foram muito educados. Alguém perguntou para ele:
– E vocês não se reunem no domingo? – Ele respondeu:
– Não, domingo aqui é um dia normal…
Fique questionando por que não é um dia normal para os muçulmanos ou para os judeus? Não é opcional para eles pararem ou não. Apesar de muitos judeus não acreditarem nem sequer em Deus, eles são obrigados pela crença dos que acreditam a não trabalharem no domingo. Agora, qual tem mais poder, a crença ou a fé?
Aquele foi um dia que fiquei envergonhado por ser ‘cristão’. (Apesar de me considerar um discípulo). Há anos tenho pregado que a palavra cristão aparece apenas 3 vezes na Bíblia e esta denominaçao não veio de Deus, mas do povo que concluiu que, ‘já que os discípulos pregavam a Cristo, então são cristãos.’ Hoje nós temos muitos países cristãos que não conhecem a Cristo, inclusive no Brasil. Precisamos ser e fazer discípulos de Cristo e não cristãos. Ser simplesmente cristão é não ter simplesmente compromisso. Então vi que temos cristãos lá em Israel que se distanciaram de Cristo e desfiguraram o evangelho pelo qual Ele morreu, foi sepultado e ressucitou.
Apesar de estarem ali perto do Rio Jordão, não consideram o batismo para perdão dos pecados e salvação da alma. Apesar de estarem tão perto de onde Jesus pregou, foi visto, ouvido, morto e ressurrecto, não respeitam o Seu Testamento que diz claramente que o Dia do Senhor é o domingo. Não comem o pão e tomam o cálice em memória do Senhor e, assim, domingo a domingo, que nem sequer se reunem em nome e memória de Jesus por lá, estão esquecendo de Jesus propositadamente. Quais as consequências disso?
O Que a Bíblia Diz?
“E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.” (Hebreus 10:24,25)
CLARAMENTE esta passagem diz para não abandonar as reuniões da igreja, mas isto não acontece de uma vez, acontece aos poucos. Começa no pensamento quando alguém pensa ou ouve de alguém que deveria ter responsabilidade que ‘faltar ao culto não é pecado’. Veja que esta passagem claramente fala sobre frequencia ao culto e a continuidade explica as implicações:
”Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, Mas uma certa expectação horrível de juízo, e ardor de fogo, que há de devorar os adversários.” (Hebreus 10:26,27)
Novamente vejo que o autor de Hebreus diz que deixar de congregar é pecar voluntariamente e para este pecado não tem o que fazer. Aqui a gente poderia dizer que deixar de congregar seria o abandonar totalmente a comunhão, mas outras passagens não nos deixam pensar desta forma. Passagens que abordam a ceia, por exemplo, mostram uma importância dominical e não apenas algo esporádico. Se assim fosse, tomar a ceia de vez em quando estaria tudo bem. No entanto a passagem mais lida sobre a ceia diz que “Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha.” (1 Coríntios 11:26).
Anunciamos a morte do Senhor só uma vez por mês ou uma vez por ano como milhares de religiosos tomam a ceia só naquelas datas? Claro que não! Comemos o pão e bebemos o cálice e anunciamos a morte do Senhor ressurreição todos os domingos!
A pessoa que não participa da comunhão e não come o pão e bebe o cálice e não anuncia ao Senhor todos os domingos, pode esperar horrível juízo e ardor de fogo e se torna adversário de Deus (Hb 10:27). Tenho fé que tem perdão, sim, mas não corra o risco. O autor de Hebreus ainda não acabou o seu raciocínio e diz que faltar ao culto é gravissiomo!
”Sem misericórdia morre pelo depoimento de duas ou três testemunhas quem tiver rejeitado a lei de Moisés. De quanto mais severo castigo julgais vós será considerado digno aquele que calcou aos pés o Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado, e ultrajou o Espírito da graça?” (Hebreus 10:28,29)
O autor de Hebreus até usa como exemplo a lei de Moisés. Se alguém a rejeitasse, deveria ser morto. Então ele pergunta qual deve ser o castigo daquele que pisa os pés de Jesus, profana o sangue da aliança e ofende o Espírito da graça? Sim, faltar ao culto é esta atitude grave… Então ele conclui dizendo:
”Ora, nós conhecemos aquele que disse: A mim pertence a vingança; eu retribuirei. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo. Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo.” (Hebreus 10:30,31)
Faltar ao culto é exceção e não regra. Se alguém diz que não é pecado, então qual a importância do culto? Se não é pecado, logo vira regra não frequentar mais.
É DE UMA GRANDE IRRESPONSABILIDADE DE ALGU´EM QUE SE DIZ OBREIRO, EVANGELISTA, MISSIONÁRIO OU PRESBÍTERO DIZER QUE FALTAR AO CULTO NÃO É PECADO. ESTARÁ PRONTO A RESPONDER POR ISSO NA FRENTE DO SENHOR?
Não é questão de argumentação e interpretação bíblica, basta bom senso. Não devemos guardar o domingo da mesma maneira que os muçulmanos ou que os judeus guardam seus dias sagrados. Não devemos ser legalistas e fazer regrinhas inúmeras. Será que Deus não tem razão em separar um dia para adoração? A adoração que prestamos a Deus, não muda quem Ele é, mas sem dúvida nenhuma muda quem nós somos. Em lugar nenhum do V.T. diz que eles deveria guardar todos os sábados. Precisava? Não! O bom senso dizia: “É sábado? Tem que ser observado e obedecido!”
Uma passagem explícita sobre o assunto diz:
“Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.” (1 João 1:7)
Como se precisasse exclarecer, a passagem diz claramente que andar na luz, onde Deus está, é manter comunhão com os irmãos. Naquele momento é que você recebe purificação dos seus pecados pelo sangue de Jesus. O contrário é também verdade. Quem não mantém comunhão com os irmãos, está andando nas trevas e não recebe a purificação dos seus pecados pelo sangue de Jesus porque não esteve na comunhão. Agora, te pergunto, faltar ao culto é ou não pecado?
Conclusão
Os muçulmanos e os judeus compreender sem a mínima argumentação de que não guardar os seus dias sagrados é pecado. Os cristãos argumentam muito para justificarem-se perante si mesmos que faltar ao culto é justificável.
Se continuarmos dizendo, direta ou indiretamente que faltar ao culto não é pecado, então logo seremos como aqueles cristãos tão perto do local da crucificação, sepultamento, do sepulcro e ressurreição de Jesus. Certamente estaremos envergonhando ao Senhor sendo cristãos como aqueles.
Sim, existem exceções. Doenças, imprevistos, óbitos, prioridade em ajudar alguém que precisa. Porém, se acontecer um imprevisto, você deve procurar uma ou duas pessoas para, em qualquer outro horário, orar, tomar a ceia, fazer sua oferta, adorar e, mesmo em número reduzido de pessoas, manter comunhão e andar com Deus na luz.
Infelizmente vejo que aqueles que se baseiam em crenças estão sendo mais fiéis do que aqueles que dizem ser verdadeiros filhos de Abraão pela fé. Vi inúmeras vezes em São Paulo, Madri, Israel e Estados Unidos, muçulmanos pararem tudo o que estão fazendo para se ajoelharem onde estão e fazerem suas orações em seus horários estipulados com base nas suas crenças. Vi os judeus pararem tudo no sábado em Israel e tenho visto ‘cristãos’ tristes dizerem que não puderam estar na comunhão porque têm que trabalhar. O trabalho não é motivo suficiente para deixar a comunhão. Encontre o tempo de Deus (reveja o parágrafo anterior). Ele está na luz e através da comunhão nós andamos na luz onde Ele está.
Não pretendo ser popular ou fazer sucesso com este artigo. Já tive experiência de falar sobre este assunto na frente de todos os tipos de servos de Deus e enfrento resistências. Pior, considero, se eu ficar calado tamanha a gravidade de ofender a Deus e ter que prestar contas de não avisar sobre a importância da comunhão.
Já faltou ao culto? Eu também já. Vamos nos levantar, nos arrepender, e não pequemos mais.
“Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo.” (1 João 2:1)