Há um momento na vida de Jesus que é particularmente revelador. É quando Pedro, um dos discípulos mais próximos dEle, diz: “Tenha compaixão de ti” (Mateus 16:22). À primeira vista, essas palavras podem parecer um gesto de amor, compaixão e preocupação. Mas, na realidade, elas revelam uma mentalidade muito diferente.

Pedro estava, na verdade, pedindo a Jesus que se preocupasse consigo mesmo, que se salvasse a si mesmo, em vez de se preocupar com os outros. Era um convite para que Ele se afastasse da cruz, da dor e do sacrifício, e se concentrasse em sua própria segurança e bem-estar.

Mas, é claro, essa não era a missão de Jesus. Ele não veio para se salvar a si mesmo, mas para salvar os outros. Não veio para se preocupar consigo mesmo, mas com os pobres, os oprimidos e os marginalizados.

E é aqui que entra em cena o inimigo, Satanás. Ele é o mestre da divisão, da separação e do egoísmo. É quem nos leva a nos preocuparmos apenas conosco, a nos esquecermos dos outros e a nos afastarmos da cruz.

Pedro, sem perceber, estava sendo usado por Satanás para tentar desviar Jesus de sua missão. Mas Jesus não caiu na armadilha. Sabia que sua missão era maior do que sua própria vida e que precisava se sacrificar para salvar os outros.

Essa história nos lembra de que a verdadeira compaixão não é se preocupar apenas conosco, mas sim com os outros. É sacrificar-se por amor ao próximo, e não fugir da cruz. É lembrar que somos chamados a seguir Jesus, e não a priorizar apenas a nós mesmos.

“Pedro, então, chamando-o de lado, começou a chamar-lhe a atenção, dizendo: — Que Deus não permita! De modo nenhum isso acontecerá com o senhor! Mas Jesus se virou e disse a Pedro: — Afaste-se de mim, Satanás ! Você é uma pedra de tropeço no meu caminho, pois não está pensando como Deus pensa, mas sim como as pessoas pensam!” (Mateus 16:22-23)

Magali Costa