“Perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo o que nos deve.” – Lucas 11:4
“Amar a Deus, amando ao próximo” — a junção dos dois principais mandamentos de Deus — foi uma frase que ouvi muitas vezes durante esses anos em que sigo o Senhor Jesus. Não sei se foi Ele quem cunhou a frase, mas ela saiu muitas vezes dos lábios de Davi Meadows, que serviu por muitos anos como presbítero na congregação onde servi por 16 anos.
De fato, a maneira como tratamos nosso próximo é a base para a maneira como seremos tratados por Deus. Não dá para dizer “amo a Deus” e não amar as pessoas, criadas à imagem e semelhança d’Ele.
“Se alguém disser: ‘Amo a Deus’, mas odiar o seu irmão, esse é mentiroso. Pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.” – 1 João 4:20
O mesmo se aplica ao quesito perdão: quanto mais perdoarmos, mais receberemos do Senhor o perdão. Isso é bem resumido aqui em Lucas, mas ampliado no texto paralelo de Mateus:
“Porque, se perdoarem aos outros as ofensas deles, também o Pai de vocês, que está no céu, perdoará vocês; se, porém, não perdoarem aos outros as ofensas deles, também o Pai de vocês não perdoará as ofensas de vocês.” – Mateus 6:14-15
O Senhor Jesus exemplifica bem esse mandamento de Deus através da história conhecida como “a parábola do credor implacável”, isto é, o homem que foi muito perdoado, mas não perdoou.
A história se encontra em Mateus 18 e, resumidamente, fala da história de um homem que devia dez mil talentos, padrão monetário da época de Jesus, que hoje seria equivalente a mais de R$ 2 bilhões.
Ele seria vendido como escravo, bem como sua família, por causa dessa dívida. Suplicou perdão ao seu credor, foi ouvido e teve sua dívida totalmente perdoada. Ao encontrar um empregado seu que lhe devia cem denários, equivalente hoje a menos de R$ 4 mil, o homem cobrou a dívida do outro, que pediu-lhe paciência. Ele não aceitou, mas colocou o homem na cadeia por causa dessa pequena dívida.
Ao saber disso, o credor que tinha lhe perdoado os mais de R$ 2 bilhões executou a dívida e o colocou na cadeia até que pagasse essa dívida impagável. Vejamos as palavras terríveis e assustadoras do Senhor Jesus:
“Assim também o meu Pai, que está no céu, fará com vocês, se do íntimo não perdoarem cada um a seu irmão.” – Mateus 18:35
Desta forma, ao nos dirigirmos a Deus em oração, sempre há pecados pelos quais precisamos rogar o Seu perdão. E o perdão dos nossos pecados depende, em grande medida, da maneira como temos perdoado nosso próximo, especialmente nosso irmão em Cristo.
“Suportem-se uns aos outros e perdoem-se mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outra pessoa. Assim como o Senhor perdoou vocês, perdoem também uns aos outros.” – Colossenses 3:13
Esse mandamento é feito especialmente no âmbito da igreja de Deus. E, de fato, vivendo na comunidade cristã, precisaremos perdoar e também sermos perdoados muitas e muitas vezes. Vejamos mais uma ordem do Senhor:
“Deem e lhes será dado; boa medida, prensada, sacudida e transbordante será dada a vocês; porque com a medida com que tiverem medido vocês serão medidos também.” – Lucas 6:38
Muitos utilizam esse texto pensando na oferta. Mas o seu contexto é sobre a medida com que perdoamos ou julgamos os outros. A ideia é que deve sempre haver espaço em nosso coração para oferecer o perdão a quem nos faz mal.
Finalmente, olhemos esse texto de Lucas:
“Assim também vocês, depois de terem feito tudo o que lhes foi ordenado, digam: ‘Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer.'” – Lucas 17:10
Sugiro a leitura dos versículos 1 a 10 e, mais uma vez, o contexto aqui fala de perdão:
“Tenham cuidado. Se o seu irmão pecar, repreenda-o; se ele se arrepender, perdoe-lhe. Se pecar contra você sete vezes num dia e sete vezes vier para lhe dizer: ‘Estou arrependido’, perdoe-lhe.” – Lucas 17:3-4
Portanto, que neste dia, que está apenas começando, acordemos com uma dose extra de compaixão pelo próximo e vivamos com o desejo sincero de perdoar as pessoas que, porventura, falharem contra nós, assim como todos os dias temos sido objetos do perdão de nosso Amado Pai celestial.