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A PARÁBOLA DO SEMEADOR, PARTE FINAL

A PARÁBOLA DO SEMEADOR, PARTE FINAL

“Então os discípulos de Jesus lhe perguntaram o que significava essa parábola. Jesus respondeu: — A vocês é dado conhecer os mistérios do Reino de Deus, mas aos demais fala-se por parábolas, para que, vendo, não vejam e, ouvindo, não entendam.” – Lucas 8:9-10

Dá trabalho crescer espiritualmente. Dá trabalho ter um casamento bom e sadio. Dá trabalho ser especialista em algo. Dá trabalho conhecer os mistérios do reino de Deus.

As multidões ouviam a mensagem de Jesus, até se maravilhavam, mas ficavam à margem, parecia que não queriam se aproximar de Jesus e muito menos conhecer mais da sabedoria do Mestre. Assim age a multidão. Tem medo de um compromisso maior.

O discípulo não. Ele deseja aproximar-se do Mestre, usando um português bem popular “sugar” da sua sabedoria, é aplicado, arrisca-se, pergunta, questiona e pesquisa. É comprometido.

O problema dessa atitude é que, como disse no início, dá trabalho, precisa sair da já muito repetida “zona de conforto”, exige dedicação.

Por isso Paulo diz que o mistério de Deus, oculto nos tempos passados, agora foi revelado.

“O mistério que esteve escondido durante séculos e gerações, mas que agora foi manifestado aos seus santos.” – Colossenses 1:26

Vejamos bem: revelado aos santos, isto é, seguidores de Jesus.

“Ao lerem o que escrevi, poderão entender a minha compreensão do mistério de Cristo, o qual, em outras gerações, não foi dado a conhecer aos filhos dos homens, como agora foi revelado aos seus santos apóstolos e profetas, pelo Espírito.” – Efésios 3:4-5

Por isso a parábola do semeador refere-se àqueles que frutificam a 30, 60 e 100 por um nesses termos:

“A parte que caiu na terra boa, estes são os que, tendo ouvido de bom e reto coração, retêm a palavra; estes frutificam com perseverança.” – Lucas 8:15

As pessoas de bom e reto coração retêm a Palavra de Deus e frutificam com perseverança. São esses que se aproximam mais e mais de Jesus, no primeiro século literalmente, hoje imergindo na Palavra e no próprio Senhor Jesus através de uma vida de oração e comunhão com o Mestre. A esses, ao ler, meditarem e especialmente buscarem aplicar, lhes é revelado os mistérios do reino de Deus.

Ao contrário daqueles que olham superficialmente, sem interesse maior:

“Mas, se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que ele está encoberto, nos quais o deus deste mundo cegou o entendimento dos descrentes, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus.” – 2 Coríntios 4:3-4

Aquele que busca conhecer cada vez mais ao Senhor Jesus, sua vontade, quanto mais buscam, mais têm e mais é dado. O contrário também é verdadeiro, os desinteressados e relapsos, até o pouquinho que têm lhes será tirado.

Vejamos esta sentença no texto paralelo de Mateus:

“Ao que Jesus respondeu: — Porque a vocês é dado conhecer os mistérios do Reino dos Céus, mas àqueles isso não é concedido.

Pois ao que tem, mais será dado, e terá em abundância; mas, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado.” – Mateus 13:11-12

É um princípio de vida, aplicado em todas as áreas da vida e, claro, na parábola do semeador, um incentivo para os discípulos de Jesus: busquem e acharão, mais e mais. Sempre. É um privilégio do discípulo dedicado do Mestre. 


A PARÁBOLA DO SEMEADOR, PARTE 1

“Quando uma grande multidão se reuniu e pessoas de todas as cidades vieram até Jesus, ele disse por parábola: Um semeador saiu a semear. E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho, foi pisada, e as aves do céu a comeram.” – Lucas 8:4-5

“Os que estão à beira do caminho são os que a ouviram; depois vem o diabo e tira-lhes a palavra do coração, para não acontecer que, crendo, sejam salvos.” – Lucas 8:12

Chegamos na parábola do semeador, contada a uma multidão na qual, com certeza, havia, no primeiro momento, os 4 tipos de solos, mas revelado seu significado apenas aos discípulos. Como já disse nessas minhas reflexões, a multidão contempla de longe, sem maior compromisso, os discípulos aproximaram-se e, por isso, têm esse privilégio. Quanto mais nos aproximamos de Jesus e sua Palavra, mais temos os olhos abertos para a realidade do governo de Deus.

“Jesus respondeu: — A vocês é dado conhecer os mistérios do Reino de Deus, mas aos demais fala-se por parábolas, para que, vendo, não vejam e, ouvindo, não entendam.” – Lucas 8:10

Li a parábola nos três relatos (Mateus, Marco e Lucas) para destacar algumas diferenças. Chamou-me a atenção que em Marcos, antes de contar a parábola o Senhor Jesus diz: “Escutem!”, destacando a importância daquilo que contará.

Essa história, como quase todas as parábolas do reino de Deus, mostra a natureza do governo de Deus sobre as pessoas e, quando temos os olhos abertos pelo Senhor, entendemos que no reino de Deus há 6 tipos de solos:

representado pelo da beira do caminho, 2. aqueles do solo rochoso, 3. entre os espinhos, 4. o bom solo que reproduz a 30 por 1, 5. o bom solo que reproduz a 60 por 1 e, finalmente, 6. o bom solo que reproduz a 100 por 1. 

Entender isso nos ajuda a compreender os diferentes graus de comprometimento das pessoas que estarão ao nosso redor, pois, dos 6 solos, somente os primeiros são aqueles que nunca estarão conosco no culto de domingo de manhã. Todos os outros estarão, pelo menos por um tempo.

O solo representado pela beira do caminho, o texto diz, a semente caiu, mas “foi pisada e as aves do céu a comeram” e na explicação a razão é que o diabo (acusador) no texto de Lucas, chamado de Satanás (adversário) no texto de Marcos e Maligno no texto de Mateus vem “arrebata” em Mateus, “tira a palavra semeada” em Marcos.

Chama-me a atenção que esse tipo de solo ouve, mas tem um coração tão duro, que logo a mensagem é tirada. Parece que todos os demais solos representam pessoas que chegam a passar pelo crer, arrepender, confessar e até serem batizadas, apenas alguns deles não permanecerão fiéis por muito tempo.

O solo da beira do caminho possivelmente são as pessoas a quem compartilhamos o evangelho, oferecemos a oportunidade de conhecer o plano da salvação, talvez até aceitem por algum tempo ouvir a respeito, mas, pára ali, pois logo Satanás tira a mensagem dos seus corações. O mundo religioso diria que tais pessoas são as predestinadas para a perdição, mas essa interpretação não vai ao encontro dos ensinos gerais da Bíblia. Consigo lembrar de várias pessoas assim com quem cruzei e falei de Jesus e algumas delas hoje são falecidas e nunca aceitaram.

Eu tenho uma dúvida que gostaria que você que lê essa reflexão comentasse: tal solo é representado por pessoas que NUNCA ouvirão o evangelho ou por pessoas que em determinado momento poderá mudar. Isto é, os solos amostrados por Jesus representam pessoas que sempre ficarão naquela condição ou, com o tempo, poderão mudar e tornarem-se bons solos. Futuramente vou dizer o que penso a respeito dessa questão.

Conhecer os 6 tipos de solos que representam a maneira como as pessoas reagem ao governo de Deus sobre as suas vidas nos ajuda a entender que o trabalho nosso é apenas semear e que todo o resto é entre a própria pessoa representada pelo solo e Deus. Ter essa consciência tirará de nós um peso ou responsabilidade que não nos pertence, qual seja, a salvação das pessoas. Isso é entre elas e Deus, como bem relatado em outra parábola de Jesus.

“Jesus disse ainda: — O Reino de Deus é como um homem que lança a semente na terra. Ele dorme e acorda, de noite e de dia, e a semente germina e cresce, sem que ele saiba como.” – Marcos 4:26-27

Ler e entender as parábolas do reino, especialmente as relatos em Mateus 13 tem sido libertador para mim e evitado que eu me escandalize com a inconstância de muitas pessoas na igreja do Senhor. 

Por algumas semanas os artigos extraídos do evangelho de Lucas abordarão essa história contada pelo Senhor Jesus. Aproveitemos e aprendamos com o seu conteúdo.