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Por Que a Bíblia Transforma Vidas?

Por Que a Bíblia Transforma Vidas?

A transformação pessoal é um tema recorrente em muitas histórias de vida das quais uma das tantas vidas é a minha. Tenho um testemunho pessoal sobre a transformação de vida a partir de uma pessoa da minha família e que transformou dezenas de vidas. Entre os relatos de mudança, um se destaca: a transformação através da palavra de Deus. É intrigante observar como até mesmo aqueles envolvidos em atividades criminosas mostram respeito quando alguém se volta para a fé cristã. Mas por que isso acontece? Vamos explorar as razões por trás dessa mudança.

A Respeitabilidade na Conversão Religiosa

No mundo das facções criminosas, há um código de conduta peculiar. Quando um membro se converte ao cristianismo e se junta à “ala dos crentes” na prisão, há um respeito tácito por essa decisão. No entanto, se esse novo crente se desvia do caminho, a punição é severa e rápida. A única saída legítima que essas facções reconhecem é a conversão genuína. Isso por si só já é algo interessante e digno de reflexão.

De fato são conhecidas inúmeras histórias de mudança de vida a partir da conversão para o cristianismo, independente da denominação. O que está por trás dessa transformação?

A Força Invisível da Bíblia

Muitos podem argumentar que a Bíblia transforma vidas por ser um livro religioso, mas isso não é suficiente. O mundo está repleto de textos religiosos: o Alcorão, o Livro dos Vedas, e outros tantos. A diferença não está apenas no conteúdo visível da Bíblia, mas em algo mais profundo e invisível.

“visto que andamos por fé e não pelo que vemos” (2 Co 5:7)

Comparando a Bíblia com outras obras literárias, notamos que ela não se destaca por sua complexidade gramatical ou estilo literário. A “Ilíada” de Homero, por exemplo, é superior em termos de estilo e gramática. Shakespeare supera os evangelistas em riqueza linguística, e a poesia de Carlos Drummond de Andrade é mais elaborada do que muitos Salmos. No entanto, essas obras literárias, por mais brilhantes que sejam, não têm o mesmo impacto transformador.

O Poder de Deus na Palavra

Então, o que faz a Bíblia ser tão especial? A resposta está naquilo que não vemos. A Bíblia carrega um poder que vai além das palavras escritas. Esse poder é o poder de Deus, que age através do texto sagrado para transformar corações e mentes. É um poder que nenhuma outra obra literária possui. Não se trata apenas das histórias ou dos ensinamentos morais, mas da presença divina que se manifesta através das Escrituras.

“Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração. E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas.” (Hb 4:12, 13)

A própria fé tem base naquilo que não vemos. Sim, são fatos, mas que não se veem e nem por isso é algo só no imaginário dos crentes, pelo contrário, é mais forte do que a própria morte.

“Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se veem” (Hb 11:1)

Conclusão

A verdadeira razão pela qual a Bíblia transforma vidas não está em sua estrutura literária ou nas histórias que conta. Está no poder invisível de Deus que opera através dela.

“Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê…” (Rm 1:16)

Quando alguém se volta para a palavra de Deus, há uma mudança profunda e real, uma transformação que nem mesmo os mais brilhantes textos literários conseguem provocar. É essa força divina, invisível aos olhos, mas sentida no coração, que faz toda a diferença.

Artigo escrito com base numa entrevista com RODRIGO SILVA.

A PARÁBOLA DO SEMEADOR, PARTE 4

“Outra, enfim, caiu em boa terra; cresceu e produziu a cem por um. Dizendo isto, Jesus clamou: — Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.” – Lucas 8:8

“A parte que caiu na terra boa, estes são os que, tendo ouvido de bom e reto coração, retêm a palavra; estes frutificam com perseverança.” – Lucas 8:15

Terminando de contar a parábola do semeador, o Senhor Jesus diz: “Outra, enfim”. Esta expressão é um alerta e incentivo para nós, semeadores. Pode ser que demore até encontrarmos o bom solo, recebemos muitos “nãos” do solo na beira do caminho, passaremos pela frustração com o solo rochoso, tão alegre no começo, mas desistindo logo depois e por muitos anos convivemos com gente representada pelo solo espinhoso, que representam pessoas não produtivas.

Mas, “enfim”, disse Jesus, encontraremos o bom solo, a boa terra. O texto diz que representa aqueles que ouvem de bom e reto coração, estes retêm a Palavra, frutificam com perseverança, isto é, a boa mensagem não volta vazia.

“Assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei.” – Isaías 55:11

Algo que quero destacar é que há uma diferença entre o texto de Lucas e os paralelos de Mateus e Marcos:

“Outra, enfim, caiu em boa terra e deu fruto: a cem, a sessenta e a trinta por um.” – Mateus 13:8

Como tenho comentado, a parábola apresenta 6 solos: o da beira do caminho, o rochoso, o entre os espinhos, o que produz a 30 por 1, o que produz a 60 por 1 e, finalmente, aquele que produz a 100 por 1, que pensando em agricultura no primeiro século, seria uma produção extraordinária.

Essa diferença de produção pode nos ajudar a enxergar solos produtivos em nosso meio, porém, com diferenças. Isto pode nos ajudar a ter paciência conosco mesmo e também com os demais membros do reino de Deus. É o Senhor quem trabalha e dentro da limitação de cada solo. Vemos isso na parábola dos talentos, cada um tinha talentos, mas eram diferentes: 5, 2 e 1.

Fiquei aqui especulando que só representaria o que produz a 100 por 1 e na hora veio a mim o apóstolo Paulo. Através do seu trabalho, cerca de 40 congregações da igreja do Senhor foram iniciadas, ele mesmo escreveu 13 dos 27 livros do Novo Testamento, a ponto de o próprio Paulo reconhecer:

“Mas, pela graça de Deus, sou o que sou. E a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã. Pelo contrário, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo.” – 1 Coríntios 15:10

No Novo Testamento provavelmente Pedro e João também estejam neste grupo. No Velho Testamento consigo identificar vários, os heróis da fé como Abraão, Moisés, o profeta Samuel, sacerdote, profeta e juiz, entre outros.

Entre os que produzem a 60 por 1 estão os heróis da fé no Velho Testamento listados em Hebreus 11 e tantas pessoas no Novo Testamento como Maria, Timóteo, Barnabé, entre outros. Na realidade, penso que as pessoas destacadas na Bíblia são exatamente aquelas que produzem a 100 ou 60 por 1.

E, finalmente, há os que produzem a 30 por 1, creio que em sua maioria são anônimos, pessoas que trabalham na obra de Deus, produzem, mas somente Deus ou Jesus, “aqueles que tem olhos como chama de fogo” (Apocalipse 1:14) enxerga. Passam talvez por essa vida sem serem notados ou são pouco notados, não recebem os grandes elogios humanos, mas receberão, lá no céu o seu galardão (1 Coríntios 15:58).

“Os que foram dispersos a partir da perseguição que começou com a morte de Estêvão se espalharam até a Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a palavra a ninguém que não fosse judeu.

Alguns deles, porém, que eram de Chipre e de Cirene e que foram até Antioquia, falavam também aos gregos, anunciando-lhes o evangelho do Senhor Jesus. A mão do Senhor estava com eles, e muitos, crendo, se converteram ao Senhor.” – Atos 11:19-21

O texto acima mostra irmãos anônimos, dispersos em razão da perseguição de Saulo de Tarso. Foram esses os responsáveis por espalhar o evangelho na Fenícia, Chipre e Antioquia. Alguns fizeram mais e falaram também aos não judeus e muitos foram convertidos dando origem à igreja em Antioquia, tão importante na evangelização dos judeus a partir do futuro trabalho de Paulo e Barnabé.

Quem eram esses irmãos, quais seus nomes, como enfrentaram a perseguição? Não sabemos nada deles, são anônimos, porém, muito conhecidos por Deus, foram os que produziram a 30 por 1. E no momento certo, nós, pequeninos, eu e talvez você que lê esta reflexão, que nos enquadramos nessa categoria, ouviremos do Senhor Jesus: 

“O senhor disse: “Muito bem, servo bom e fiel; você foi fiel no pouco, sobre o muito o colocarei; venha participar da alegria do seu senhor.” – Mateus 25:21

Sirvamos, portanto, dentro daquilo que Deus nos deu, sem nos comparar aos outros, com o genuíno desejo de servir a Jesus, sua igreja e a todos que de nós se aproximarem. 

Eis a liberdade que nos dá a parábola do semeador, conhecermos os mistérios do reino de Deus. Enxergar os improdutivos e entender que fazem parte do trabalho de Deus na vida das pessoas e, mesmo entre os produtivos, notar essas diferenças.