“Amados, quando eu me empenhava para escrever-lhes a respeito da salvação que temos em comum, senti que era necessário corresponder-me com vocês, para exortá-los a lutar pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos.” – Judas 3
A carta de Judas, um dos irmãos de Jesus, foi escrita em meados dos anos 60 da era cristã. Nessa década quase todos os livros do Novo Testamento estavam escritos, com exceção provável do evangelho e das cartas de João, além do livro de Apocalipse.
Uma vez que as verdades de Deus já eram conhecidas, conforme promessa feita por Jesus aos apóstolos (João 14:25-26), o desafio era preservar essas verdades e não permitir que falsos ensinos fossem aceitos como inspirados. Após aquela década e até mesmo durante o início do segundo século, muitos livros e cartas foram escritos como sendo apostólicos e Judas aqui incentiva que sejam rejeitados e que os cristãos batalhem pela fé entregue de uma vez por todas aos santos. Essa balhalha durou séculos, alguns livros foram aceitos por um período como inspirados por Deus, como por exemplo a carta de Barnabé, outros não aceitos naquela época, mas, por direção do Espírito Santo, foram inseridos como essa carta de Judas e a segunda carta de Pedro.
Hoje ainda existem religiões pseudo-cristãs que afirmam que o Novo Testamento não é suficiente para conhecermos toda a verdade de Deus como, por exemplo, os Mórmons, com seu livro de Mórmon e os Adventistas, como os escritos da Ellen White. No catolicismo há os 7 livros que eles próprios não reconhecem como canônicos puros, mas deuterocanônicos, isto é, uma segunda leva de livros considerados como inspirados por Deus, porém, 15 séculos após o início da igreja, no concílio de Trento realizado entre 1545 e 1563. Além disso, para os católicos, a tradição religiosa e a interpretação da igreja tem o mesmo peso que as Escrituras quando, na realidade, a igreja precisa submeter-se às Escrituras e não o contrário. Há ainda os espíritas ou kardecistas com seu evangelho segundo Allan Kardec, escrito moderno e portanto sem a chancela divina. O cristão bíblico respeita a crença de cada pessoa, porém, utiliza a Bíblia como parâmetro para aquilo que é a verdade de Deus ou apenas escritos humanos. Respeitar a pessoa não significa concordar com suas ideias.
Entre os evangélicos modernos há aqueles que defendem uma atualização da Bíblia para que pecados como a atitude homossexual seja aceita, sob o argumento de que Jesus nunca condenou a prática. O mesmo querem fazer com o divórcio. Porém, esquecem que a fé cristã é baseada em todos os 66 livros das Escrituras Sagradas, em especial os 27 livros do Novo Testamento e não somente nos 4 evangelhos.
Batalhar pela fé no texto de Judas, é fazer questão de que toda a verdade de Deus seja conhecida e esta verdade encontra-se na Nova Aliança que Jesus trouxe, proclamada em todos os livros do Novo Testamento. A origem de tudo são as palavras de Jesus, porém, como Ele mesmo havia dito, muitos outros ensinos seriam revelados pelo Espírito Santo, ensinos a respeito dos quais os apóstolos ainda não estavam preparados para receber (João 16:12-13) como, por exemplo, a presença dos não judeus na igreja de Jesus (Atos 11:18). E mesmo assim a carta de Paulo aos gálatas é um exemplo de que esses novos ensinos não foram bem assimilados no começo por parte da igreja.
Sim, a luta pelo evangelho puro e genuíno é algo constante. Por isso, cada cristão precisa agir como os cristãos da cidade de Beréia, isto é, terem a sua fé bem definida, baseada nas Escrituras Sagradas (Atos 17:11). Isto para que qualquer um que tentar trazer inovações à mensagem de Jesus seja rechaçado não somente pelos servos de Deus, como os evangelistas ou os presbíteros, mas por toda a congregação. Por isso insisto tanto que os irmãos não apena leiam todos os dias as Escrituras, mas a estudem, para estarem prontos para responder a todo aquele que pedir razão da nossa fé (1 Pedro 3:15), como também para corrigir e contradizer qualquer que venha trazer um ensino que contrarie as verdades trazidas por Jesus e através dele e do Espírito Santo a Paulo, Pedro e aos demais escritores do Novo Testamento (Tito 1:9).
“Mas qualquer um que lhes anuncie uma versão das Boas Novas diferente daquela que lhes temos anunciado, que seja amaldiçoado; não importando que sejamos nós mesmos ou um anjo vindo do céu.Pois assim como já lhes disse, agora repito: Se alguém anunciar uma versão das Boas Novas diferente daquela que vocês receberam, que seja amaldiçoado.” – Gálatas 1:8-9 (VFL)