fbpx

QUEM USAR AS ESCRITURAS TEM AUTORIDADE! – O EVANGELHO DE LUCAS

“E maravilhavam-se com a sua doutrina, porque a sua palavra era com autoridade.” – Lucas 4:32

Lucas inicia o relato do ministério de Jesus e destaca como sua palavra difere daquelas que as pessoas ouviam dos rabinos da época.

Os rabinos não tinham convicção própria, ela vinha da opinião de rabinos famosos como Shammai e Hillel, quando o assunto era divórcio, por exemplo (Mateus 19:3), Gamaliel (Atos 5:34) ou mesmo da Mishná, que era o resultado dos estudos dos mestres rabínicos na época. Equivalente aos nossos comentários bíblicos de hoje ou mesmo da jurisprudência do Poder Judiciário. Era o resultado dos debates que os estudiosos faziam sobre diversos assuntos.

A autoridade de Jesus vinha direta de Deus Pai e, Ele, como o Criador do Universo (João 1:3 e Hebreus 1:2), junto com o Espírito Santo, foi o responsável pela inspiração divina de todos os cerca de 40 escritores da Bíblia como, por exemplo, Lucas.

Neste sentido, ninguém jamais teve ou terá autoridade para afirmar categoricamente: “Eu, porém, vos digo…” (Mateus 19:9). Somente um homem na terra pôde dizer estas palavras e seu nome é Jesus.

No entanto, como estudiosos, isto é, pessoas que leem a Palavra de Deus e a estudam, podemos, sim, ter autoridade bíblica para fazer afirmações após um bom tempo em contato com os escritos sagrados.

Lembro de um comercial da fábrica de canos e demais acessórios, a Tigre, que mostrava uma pessoa “peitando” outra maior que ela, exatamente por utilizar o produto daquela marca, supostamente superior às demais. O comercial termina com a afirmação: “Quem usa Tigre tem autoridade”.

Neste sentido, podemos aplicar para quem diligentemente estuda as Escrituras Sagradas, reflete nelas, procura aplicar na vida e desta maneira vai tendo autoridade para dizer: “Eu obedeci, fiz do jeito que Deus manda e funcionou”. Além disso, a inspiração divina da Bíblia está na sua origem, dos céus, como bem dizem os apóstolos Paulo e Pedro:

“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o servo de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.” – 2 Timóteo 3:16-17

“Primeiramente, porém, saibam que nenhuma profecia da Escritura provém de interpretação pessoal; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.” – 2 Pedro 1:20-21

A autoridade em termos espirituais está nas Escrituras Sagradas e deriva para aqueles que a utilizam corretamente. Já confrontei líderes religiosos sobre assuntos bíblicos e, quando encurralados, alguns responderam: “Você sabe com quem está falando? Eu sou pastor (reverendo, ou padre, hoje existem até pessoas que se chamam equivocadamente de apóstolos) ou fiz seminário. Quem é você para me confrontar?”, diziam.

Apenas respondi: “uma pessoa que há anos está aprendendo da Bíblia e se você me mostrar biblicamente que eu estou errado, aceitarei e irei rever meu pensamento”. Sim, já fui corrigido em equívocos em meu estudo por irmãos e mudei meu posicionamento, mas, no tocante a essas “autoridades religiosas”, até hoje, elas queriam que eu aceitasse sua palavra simplesmente pelo “título” que ostentavam, o que eu não aceitei em momento algum. Ou, então, apelavam para interpretações equivocadas de textos fora do seu contexto original.

Sim, não temos e não teremos jamais a autoridade que Jesus teve. Nesse sentido, Ele foi o único. Porém, podemos, sim, ler diariamente a Bíblia, estudar, refletir e ler outros comentários a respeito para termos a nossa própria convicção. Sempre digo para as pessoas que estudam comigo: “Quando alguém lhe perguntar: ‘como você tem certeza desse ponto?’. Não diga: ‘Valdir me disse’. Depois de ouvir de mim, faça seu próprio estudo, questione, reflita e, aí, sim, tenha as suas próprias convicções, baseadas nas Escrituras Sagradas.

Utilizando a frase do comercial da Tigre como exemplo: “Quem estuda e utiliza as Escrituras tem autoridade!”. Autoridade para ensinar, repreender, corrigir e instruir as pessoas na Palavra de Deus. Deve ser bem instruído, como seu Mestre Jesus para não correr o risco de ser um cego guiando outro cego (Lucas 6:39). Se isso acontecer, ambas cairão no buraco e o buraco na Bíblia se chama inferno. Nossa alma é muito importante para terceirizarmos nossa fé nas mãos de outro ser humano (João 12:47-48). Devemos ir direto à fonte.

“O servo do Senhor não deve andar metido em brigas, mas deve ser brando para com todos, apto para ensinar, paciente, disciplinando com mansidão os que se opõem a ele, na expectativa de que Deus lhes conceda não só o arrependimento para conhecerem a verdade.” – 2 Timóteo 2:24-25.