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Depende do que se entende como liderança. No dicionário liderança é definida como a arte de comandar pessoas, atraindo seguidores e influenciando mentalidades e comportamentos.

Nesse sentido Deus é a única liderança na Bíblia. Samuel ficou chateado porque o povo de Israel não queria seus filhos como os próximos juízes e pediram um rei. Vejamos a resposta de Deus:

“Atenda à voz do povo em tudo o que pedem. Porque não foi a você que rejeitaram, mas a mim, para que eu não reine sobre eles.” (1 Samuel 8:7).

Era como se o Senhor estivesse dizendo: ‘Baixe a bola, Samuel. Eu sou o líder do meu povo.”

No Novo Testamento Jesus repete o mesmo ao dizer:

“Nem queiram ser chamados guias, porque um só é o Guia de vocês, o Cristo.” (Mateus 23:10)

O mundo religioso e em parte a igreja de Deus tem utilizado o modelo humano. No catolicismo temos o Papa, os cardeais, os bispos, arcebispos, uma imitação do modelo do império romano com o Imperador e os senadores. No mundo evangélico não é diferente. Criou-se até a figura do apóstolo moderno, nada mais que uma tentativa de uma pessoa sendo o manda chuva no grupo. Lamento dizer e creio que serei criticado por isso, mas na igreja de Deus, em escala menor isso tem se repetido: uma pessoa ou um pequeno grupo decidindo tudo ou quase tudo.

Qual o modelo bíblico? Aquele ensinado por Jesus:

“Vocês sabem que os governantes das nações as dominam, e as pessoas importantes exercem poder sobre elas. Não será assim entre vocês. Ao contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo, e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo; como o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mateus 20:25-28).

Temos o ensino bíblico da igreja escolher entre os seus pares evangelistas, presbíteros e diáconos, cada qual com sua função, não título. Vejo entre nós irmãos que após serem escolhidos como presbíteros, diáconos e evangelistas querem ser tratados por esse título. Cuidado! O orgulho, que condenou o diabo (1 Timóteo 3:6) pode surgir daí. No mundo evangélico os “líderes” têm seu estacionamento privativo, seu lugar para sentar-se lá na frente, entre outros. Nada mais que a imitação da maneira como os diretores de uma empresa querem ser tratados.

Seja na igreja com presbíteros, sempre no plural, seja como evangelistas, esses não têm um status maior que os outros irmãos. Sua tarefa é fazer aquilo que Jesus fez:

“Levantou-se da ceia, tirou a vestimenta de cima e, pegando uma toalha, cingiu-se com ela. Em seguida, Jesus pôs água numa bacia e começou a lavar os pés dos seus apóstolos e a enxugá-los com a toalha com que estava cingido” (João 13:4-5).

E após isso, afirmou:

“Se vocês sabem essas coisas, bem-aventurados se as praticardes”. (João 13:17).

A liderança ou a autoridade está no exemplo, nunca na força do temperamento ou do dinheiro.

No Novo Testamento Jesus é o líder supremo, que governa através da Sua Palavra e sua presença no meio do seu povo (Apocalipse 1:13, 2:1). Os irmãos são servos que se sujeitam uns aos outros (Efésios 5:21), inclusive quando decidem escolher alguns deles no serviço como supervisor ou bispo.

Sujeitam-se a esses que eles mesmos escolheram, como fazemos em relação aos governantes (Romanos 13:1-2 e Hebreus 13:17). Os escolhidos como servos especiais não dominam o rebanho de Deus (1 Pedro 5:1-3), mas são uma influência divina no meio da congregação, influência esta delegada pelo próprio Jesus e até onde forem obedientes à Palavra (1 Timóteo 5:19).

Nos dias de hoje é mais do que comum vermos pessoas com dúvidas sobre algumas práticas ou tradições familiares ou religiosas, como : comemorações de casamentos, aniversários de nascimento, formas de cumprimentar pessoas, guardar dias, ofertas, e até mesmo se crianças deveriam ser batizadas ou não. Existe alguns fatores importantíssimos que ajudam a desenvolver tais perguntas em nossas vidas.

Aprendemos nas escrituras que é necessário ao cristão agir conforme a vontade de Deus, que tudo seja feito em nome de Jesus Cristo, e isso significa realizar da forma que Cristo ordena, e sem ultrapassar o que ele mesmo ensinou. Vejam:

“E tudo quanto fizerdes, seja em palavra , seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por Ele Graças a Deus Pai.” (Colossenses 3:17)

“Estas coisas, irmãos, apliquei-as figuradamente a mim e a Apolo, por vossa causa, para que por nosso exemplo aprendais isto: não ultrapasseis o que está escrito, a fim de que ninguém se ensoberbeça a favor de um em detrimento de outro.” (1 Coríntios 4:6)

– Nós os Cristãos devemos nos cuidar em não nos contaminar pelas coisas que o mundo ensina, com seus costumes e tradições e desejos humanos. Vejam:

“Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do pai não está nele… porque tudo que há no mundo, a concupiscência (cobiça) da carne e dos olhos e a soberba da vida, não procede de Deus, mas do mundo.” (1 João 2:15-16)

Então vamos estudar neste artigo bíblico algumas questões sobre estes assuntos.

O que significa TRADIÇÃO ?

Tradição significa ensinos, costumes, informações, crenças, e práticas religiosas que nossos pais receberam de seus avós, ou recebido de outras pessoas. Ensinos também das leis de Deus pelas escrituras sagradas, ou de seitas religiosas que usam seus próprios ensinos que não vem da sabedoria divina e sim de ideias humanas. Vamos classificar como: TRADIÇÃO FAMILIAR E TRADIÇÃO RELIGIOSA.

TRADIÇÃO FAMILIAR

Vou contar um de minha família, mas creio que também foi de muitas outras famílias. Nossos avós ensinaram seus filhos que deveriam pedir Benção aos seus próprios avós. Meus pais não foram felizes com seus filhos, pois nós os filhos, não guardamos esse costume, e acredito que foi porque nossos pais se tornaram Cristãos. Não era um mau costume. Mas ao longo do tempo nossos avós se tornaram Cristãos e deixaram alguns costumes familiares, para guardarem os que Cristo ensinava. Hoje eles guardam a tradição de desejarem a PAZ DE Deus aos irmãos cristãos e também aos não cristãos.

Temos um exemplo de um grupo de religioso pagão ( significa que adoravam deuses falsos) que deixaram suas tradições para adorarem ao Deus verdadeiro, aceitando os ensinos de Jesus para suas vidas, se tornando assim a igreja de cristo na cidade de Éfeso. Este foi um trabalho de Paulo em suas viagens missionárias. Vejam:

“Muitos dos que creram vieram confessando e denunciando publicamente as suas próprias obras. Também muitos dos que haviam praticado artes mágicas, reunindo os seus livros, os queimaram diante de todos. Calculados o preço dos livros, viram que chegou-se a cinquenta mil denários. Assim, a palavra do Senhor crescia e prevalecia poderosamente.” (Atos 19:18-20)

Jesus enfrentou alguns obstáculos em sua jornada quando esteve no mundo. Um desses momentos foi com os lideres religiosos de uma denominação rigorosa chamada de Fariseus (já nessa época também haviam falsas igrejas, que seguiam a homens e suas práticas religiosas, misturando ensinos de Deus e dos homens).

Teve uma questão de regra criada por eles de que o NÃO LAVAR AS MÃOS antes de comer, era um pecado contra Deus, algo bom que ajudava a cuidar de suas saúdes, e que foi passado de geração a geração, então, Jesus corrige esses falsos líderes religiosos da época, mostrando que estavam errados usando esse ensino como algo divino, pois não é o que entra pela boca que é pecado e sim o que sai da boca, pois vem do coração, e é isso que contamina ou se torna pecado. Leiam depois este fato completo em Mateus 15:1-20. Mas vamos resumir lendo:

“Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim…9-E em vão me adoram, ensinando” (Mateus 15:8-9)

CONCLUSÃO

Os ensinos familiares, que vem de nossos pais devem fazer parte de nossas vidas, para que possamos ter uma boa vida neste mundo, desde que os pais nos criem na disciplina e na admoestação do Senhor (Efésios 6:1-4).

Existem várias tradições familiares que podemos levar a diante de geração a geração, mas desde que não se tornem peso a ninguém, que não sejam regras criadas para dentro das congregações, e que não ultrapassem os ensinos de Cristo.

No mundo religioso, muitos pastores tem guiado congregações com punhos de ferro, e usando suas ideias, costumes e tradições familiares para que os servos no final o sirvam e o tenham como o grande guia, o único ungido de Deus, honrando e por fim o glorificando aqui na terra. Este esqueceu que seu trabalho é guiar as ovelhas de Cristo até Cristo, que os levará até ao céu, e se não for assim, serão cegos e guias de cegos, guiando ao abismo.

Não se esqueçam que existe um pastor supremo, um Sumo-Sacerdote, o Rei dos Reis, a quem devemos toda honra e glória, e a ele devemos obediência aos seus ensinos.