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UTILIDADE PRÁTICA

UTILIDADE PRÁTICA

Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra. ” 2 Timóteo 3.16-17 ARA

Muitas vezes ficamos nos perguntando sobre como podemos usar os ensinamentos bíblicos na prática, não deixando que eles sejam apenas teoria. Na verdade, a Bíblia é um livro prático, onde podemos usar todo o conhecimento transmitido por ela e colocar em uso na nossa vida diária. 

Claro que isso não é feito de uma hora para outra, sendo sim um esforço diário e constante ao longo do tempo. Vamos começar examinando as lições que podemos tirar de Timóteo.

Primeiro aprendemos que a Escritura é a Palavra inspirada de Deus para nós, e Deus nunca vai querer nada de ruim para seus filhos. Portanto, seguir as instruções de Deus só pode nos trazer bênçãos. Aprendemos também que ela tem utilidade quando a deixamos agir. 

Aprendemos que ela pode nos ensinar. Mas o ato de se deixar ensinar implica o fato de saber que não sabemos todas as respostas, o que pode ser um problema para aquele que acha que já sabe tudo. Portanto, para deixar a Bíblia cumprir seu papel de ensino, precisamos ter uma humilde atitude de alunos perante ela.

Ela também serve para repreensão. Quando estamos prestes a fazer algo errado, ela nos adverte e nos coloca de novo na direção correta, evitando que nos desviemos. Ela também serve para nossa correção, uma palavra que no seu sentido original indica o endireitar-se novamente. Quando nos desviamos é ela quem “puxa nossa orelha”, nos mostrando o erro. Hebreus 12.6 diz que “o Senhor corrige a quem ama. ”

Também vemos que ela é útil para nos educar na justiça. O tipo de correção e repreensão que a Bíblia nos propõe é aquela que nos direciona para o que é justo, certo e irrepreensível. Não que nós conseguiremos atingir essa justiça por nós mesmos, mas ao deixarmos a Palavra de Deus trabalhar, a justiça divina será parte de nossas vidas.

E já no final do versículo vemos que a utilidade desses conselhos bíblicos práticos é para que nós possamos ser “perfeitos e perfeitamente habilitados para toda boa obra”, ou seja, ao deixarmos a Bíblia fazer o seu papel em nossas vidas estamos nos tornando a pessoa que Deus quer que sejamos, não perfeitos no sentido de não termos nenhum tipo de erro, mas sim perfeitos no sentido de, a cada dia, estarmos buscando essa perfeição e santificação. 

Deixemos a Palavra de Deus trabalhar em nossas vidas. Permitamos que a escritura possa nos conduzir dia a dia, sendo algo útil para nós de maneira efetiva, não apenas algo teórico e distante. Nosso Senhor não deixaria escrito algo que não tem utilidade prática. Basta deixarmos ela fazer seu papel.

DESCONFORTÁVEL, MAS NECESSÁRIO

DESCONFORTÁVEL, MAS NECESSÁRIO.

Quando pensamos nas coisas referentes a Deus sempre as associamos a coisas boas, cheias de esperança, consoladoras e reconfortantes. E realmente isso é verdade. Mas há um lado das coisas espirituais que, mesmo sendo igualmente verdadeiras, nem sempre nós queremos reconhecer.

A palavra de Deus pode, muitas vezes, nos ser desconfortável. Sei que essa ideia, em princípio, nos parece estranha, afinal, como que alguma coisa que vem de Deus pode ser desconfortável, mas na prática é isso que acontece.

Pense na sua própria relação com Deus. Quais e quantas vezes a palavra de Deus lhe pareceu desconfortável? Você já parou para pensar nisso? Já se preocupou em ver quais foram essas situações?  

Encontramos exemplos disso na própria Escritura. Alguns exemplos: quando o profeta Natã vai ao rei Davi e lhe conta aquela história do homem que tinha muitas ovelhas mas que rouba a única cordeirinha de um homem pobre e a mata, sendo isso uma referência ao pecado de Davi com Bate-Seba (2Sm 12:1-6), conseguimos enxergar o sorriso amarelo de Davi ao perceber que ele era esse homem.

Quando Saul, após receber ordem expressa de Deus para eliminar os amalequitas, (I Sm 15) foi questionado pelo profeta Samuel sobre o fato de ter deixado vivo o rei deles e parte do rebanho, também não me parece ter ficado confortável.

O jovem rico em Mt 19:16-22 também deve ter se sentido bem desconfortável quando Jesus disse a ele que, apesar de todas as qualidades que ele tinha, ainda lhe faltava algo para alcançar a salvação, assim como Pedro em Lc 22:31-32, quando Jesus lhe disse que ele precisava se converter primeiro para depois ajudar seus irmãos, não obstante o fato de Pedro estar com Jesus há mais de 3 anos.

Esses exemplos nos mostram que, quando se trata de coisas espirituais, por vezes esse desconforto é necessário visto que ele nos faz pensar se realmente nós estamos tão firmes e preparados como julgávamos estar. A sensação de “desconforto espiritual” nos faz rever nossa situação diante de Deus, nos obrigando a buscar melhores maneiras de trabalhar e viver para Ele.

Quando nós nos sentamos em algum lugar e depois de algum tempo começamos a sentir que aquela posição está nos causando algum problema ou dor, algum desconforto, o que fazemos? Mudamos aquela posição, nos acomodamos melhor, até ficarmos confortáveis. Ou seja, a sensação de desconforto nos obriga a buscarmos coisas melhores. Assim é o desconforto causado pela palavra de Deus. Devemos, ao senti-lo, vermos o motivo desse desconforto e mudarmos nossa posição. 

Nosso Deus nunca quer o nosso mal. Quando Ele nos deixa desconfortáveis é para que mudemos para melhor. 

 



Os Pássaros

Os pássaros

“Ouvi: Eis que saiu o semeador a semear. E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho, e vieram as aves e a comeram” (Marcos 4:1).

Conheci um homem que tem centenas de pássaros. Ele os criava. São de muitas espécies, cores e sons. Todos eles são muito atraentes. Quem não gosta de passarinhos? Afinal, os passarinhos representam um monte de coisas que gostaríamos de ter. Eles representam a liberdade, a leveza, o poder de ir voando aonde quiser e de graça, representam felicidade com seu canto e até a paz é simbolizada por um pássaro. Quem não gosta de acordar de manhã com o canto dos pássaros?

Na cidade de São Paulo há uma infinidade de pombos, o símbolo da paz. Agora se tornam uma praga urbana. Os pombos sujam calçadas, prédios, monumentos, entopem calhas, transmitem doenças e transformam-se até em motivos de desavença entre vizinhos. “É um rato aéreo”, certa vez comparou um infectologista. Cientistas estão classificando os pombos como animais sinantrópicos – aqueles que vivem próximo do homem, causando-lhes prejuízos, transtornos e doenças, como os ratos e insetos.

O problema é tão grave que o centro de zoonoses da cidade de São Paulo elaborou uma cartilha com informações a respeito dos males causados pelos pássaros e como controlar sua proliferação. A primeira providência é evitar alimentá-los. “Muitas pessoas, principalmente idosos e solitários, veem no pássaro uma forma de distração. Eles são vistos por boa parte da população como bichos de estimação e até com respeito religioso, pois simbolizam o Espírito Santo”.

Muitas vezes, quando pregamos o evangelho para as pessoas, é como se estivéssemos alimentando os pássaros. Essa não é a nossa intenção, é claro. Porém, quando as pessoas não absorvem a mensagem que lhes é semeada no coração, dão oportunidade para que um ‘pássaro’ a coma. Aquelas pessoas nem notam quando isso acontece, porque afinal estão sendo rodeadas por símbolos que não se traduzem em realidade. Assim como a praga de pombos que temos nos centros urbanos tem um fundo religioso ou amor pelos animais, tudo porque os pombos foram um símbolo do Espírito Santo e da paz, isto também pode acontecer na vida espiritual das pessoas.

Não devemos esquecer que os pombos não são nem o Espírito Santo nem a paz. Uma vida espiritual não se faz alimentando pombos, e a paz não se faz criando ou soltando, para uma arrevoada, pombos brancos. Tudo isso se conquista por esforço e um compromisso maior.

Mas, quem são os pássaros na vida de uma pessoa que comem a semente do evangelho não permitindo que ela penetre em seus corações e frutifique a vontade de Deus? Vamos recapitular: os pássaros representam muitas coisas que queremos para nós: liberdade, voar, paz, Espírito Santo, felicidade, simpatia, etc. E são as pessoas solitárias que os alimentam inicialmente por distração.

Então, um pássaro que come a semente do evangelho pode ser uma pessoa que nos aparenta liberdade, paz, vida espiritual, felicidade, simpatia, etc. Pode ser um amigo que lhe convence a não ir para a igreja, um irmão simpático, mas que não acredita na Bíblia, pode ser até um pastor que, “pretextando humildade, culto a anjos, baseando-se em visões” (Colossenses 2:18-23), lhe convence de que você não deve mais estudar a Bíblia. E, por incrível que pareça, a maioria das pessoas que impedem que outras estudem a Bíblia ocupam ‘cargos’ de pastores. Já ouvi dizer que certo ‘pastor’ pregava que não havia necessidade de estudar a Bíblia porque o Espírito revelaria às pessoas o que elas precisavam saber. Contrariando, assim, todo o ensinamento dos apóstolos que, de fato, foram inspirados pelo Espírito Santo (Ef 3:4).

“O semeador semeia a palavra. São estes os da beira do caminho, onde a palavra é semeada; e, enquanto a ouvem, logo vem Satanás e tira a palavra semeada neles” (Marcos 4:14-15).

No caso dos pombos, basta não alimentá-los e abrigá-los, e o problema se resolverá. Não devemos deixar restos de comida espalhados, chamando a atenção deles. Da mesma forma, precisamos ter uma atitude correta com a palavra de Deus que nos é semeada. Guarde-a no seu coração e obedeça-a. Não deixe que seu coração seja como aquela terra dura onde a semente não penetra Nós nos interessamos pela palavra exatamente porque ela pode resolver os nossos problemas, mas, se não deixarmos a palavra resolver, antes deixando-a do lado de fora das nossas vidas, logo os pássaros virão e comerão a semente do evangelho em nós semeada para que não penetre e produza frutos divinos. Os amigos, colegas, parentes e até o pastor que desvia você de estudar e acatar a palavra de Deus, não são seus inimigos, eles são apenas uma representação do inimigo.

Na explicação da parábola contada por Jesus, os pássaros representam satanás. Quando não absorvemos a palavra em nós, ele vem e leva a mensagem embora para que não creiamos. Satanás irá usar pessoas simpáticas, parentes queridos e ‘pastores espirituais’ para te afastar do estudo verdadeiro da vontade de Deus. Não os alimente com a vantagem de tê-lo tirado do caminho.

No tempo de Jesus, podemos criticar sem medo de julgar ou errar os fariseus. Eles afastavam as pessoas do caminho de Deus com as suas doutrinas. Jesus é o principal acusador deles:

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque rodeais o mar e a terra para fazer um prosélito; e, uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do que vós!” (Mateus 23:15).

Hoje muitos pastores agem da mesma forma quando veem uma alma escapando dos seus domínios ou denominações. Temem a verdade que liberta, que eles mesmos desconhecem, e aconselham ou mesmo proíbem os seus adeptos de estudarem e praticarem a Palavra de Deus. Estes homens, aparentando espiritualidade, cercam aqueles que buscam conforto, segurança e companhia. São pessoas necessitadas e indefesas que precisavam da palavra que é singular para nos ajudar, pois somente a palavra de Deus pode produzir uma fé verdadeira, somente a palavra acolhida e implantada é poderosa para nos salvar a alma e somente ela é a única inspirada e útil para nos ensinar, repreender, corrigir e educar na justiça (Rm 10:17; Tg 1:21; 2 Tm 3:16). Ninguém pode ficar na frente da palavra de Deus indicando outro caminho que não seja seguir a Cristo. Você tem a responsabilidade de desviar-se de tais homens.

Apegue-se à palavra fiel e digna de inteira aceitação. Você pode desconfiar de tudo e de todos, mas somente na Bíblia é que você pode confiar sem medo de ser enganado ou de ser levado para o caminho errado. Deixe de lado a simpatia e a eloquência dos homens que estão prontos para tirar proveito da sua fé, “para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro” (Ef 4:14). Os homens sempre agirão com os recursos que fazem as pessoas se enganarem, assim como Paulo disse acima: artimanha e astúcia são as armas deles. Mas Paulo, um apóstolo inspirado pelo Espírito Santo, usava de simplicidade para pregar:

“Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria. Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado… Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente. Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais” (2 Co 2:1-2, 12-13).

O homem que não quer aceitar a vontade de Deus não vai entender esta atitude de amor de Paulo. Ele sofreu com isto quando disseram: “As cartas, com efeito, dizem, são graves e fortes; mas a presença pessoal dele é fraca, e a palavra, desprezível” (2 Coríntios 10:10). Não é porque alguém não grita com você e te dá ordens religiosas que não tem autoridade. Antes, vale mais o amor do que a autoridade.

Nossa atitude deve sempre ser bíblica. Se você quer um bom conselho, aí está:

“Rogo-vos, irmãos, que noteis bem aqueles que provocam divisões e escândalos, em desacordo com a doutrina que aprendestes; afastai-vos deles, porque esses tais não servem a Cristo, nosso Senhor, e sim a seu próprio ventre; e, com suaves palavras e lisonjas, enganam o coração dos incautos. Pois a vossa obediência é conhecida por todos; por isso, me alegro a vosso respeito; e quero que sejais sábios para o bem e símplices para o mal” (Romanos 16:17-19).

Estas acima são apenas algumas palavras de aviso tiradas da palavra de Deus para que possamos tomar cuidado com aqueles que têm interesses e nos desviam da palavra. Encorajo a todos que tomem uma posição, mesmo que contrária àqueles que querem impedir o estudo e a obediência da palavra de Deus, a parar de alimentá-los com a obediência devida somente a Deus. Não deixe ninguém que se diz espiritual, que recebe visões de anjos, que tem dons supostamente do Espírito Santo, impedi-lo de chegar perto do trono de Deus através da Sua vontade expressa escrita no Novo Testamento. Absorva a verdade e será liberto por ela. Não permita que a praga seja espalhada na sua vida.

A GLÓRIA DO SENHOR ONTEM E HOJE

A GLÓRIA DO SENHOR ONTEM E HOJE

“A glória do Senhor entrou no templo pelo portão que dá para o leste. O Espírito me levantou e me levou ao átrio interior, e eis que a glória do Senhor enchia o templo.” – Ezequiel 43:4-5

A glória do Senhor ou Shekinah, foi algo bem presente no Velho Testamento e tratava-se da presença especial de Deus a uma pessoa ou no meio do seu povo. Era muitas vezes representada por uma nuvem espessa ou por fumaça.

No texto de hoje, na visão de Ezequiel, representou a promessa de que Deus voltaria a habitar no novo templo que seria construído, no lugar daquele destruído por Nabucodonosor. Porém, pelas palavras “para sempre” refere-se a habitação eterna de Deus no meio do seu povo em tempos futuros.

Este texto me fez lembrar de Moisés, desejoso de ver a forma de Deus no livro de Êxodo.

“Então Moisés disse: — Peço que me mostres a tua glória.” – Êxodo 33:18

Deus não permitiu que Moisés olhasse toda a sua glória em razão de sua limitação humana, mas passou “de costas” e cobriu Moisés com as mãos (33:18-23). E por essa experiência o rosto de Moisés brilhava de forma intensa a ponto de os israelitas não terem condições de fitá-lo (34:29-30).

Outro momento da glória de Deus foi quando o tabernáculo ficou pronto e Deus encheu todo o lugar.

“Moisés não podia entrar na tenda do encontro, porque a nuvem permanecia sobre ela, e a glória do Senhor enchia o tabernáculo.” – Êxodo 40:35

Ainda outro grande momento foi na inauguração do primeiro templo (que na época de Ezequiel estava destruído) por Salomão. A glória de Deus encheu o templo.

“Quando os sacerdotes saíram do santuário, uma nuvem encheu a Casa do Senhor, de maneira que os sacerdotes não puderam permanecer ali para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do Senhor encheu a Casa do Senhor.” – 1 Reis 8:10-11

Hoje, no Novo Testamento, Deus não mais habita em templos construídos, mas habita em cada discípulo do Senhor Jesus é exatamente a experiência de Moisés é tomada por Paulo para falar dessa nova realidade. 

Após crermos em Jesus como o único caminho, confessarmos a Ele como Senhor e Salvador, nos arrependermos de nossos pecados e sermos imersos nas águas no momento do batismo, passamos a ser habitados por Deus através do Espírito Santo e a glória de Deus nos enche.

“E todos nós, com o rosto descoberto, contemplando a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, que é o Espírito.” – 2 Coríntios 3:18

Uma vez que habitados pelo Espírito Santo, somos incentivados a sermos continuamente cheios do Espírito. Isto acontece através de uma busca de Deus em oração, leitura e reflexão da Palavra de Deus e comunhão com nossos irmãos em Cristo.

“E não se embriaguem com vinho, pois isso leva à devassidão, mas deixem-se encher do Espírito, falando entre vocês com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando com o coração ao Senhor.” – Efésios 5:18-19

A manifestação da presença de Deus em nós mostra-se através de uma vida cheia do fruto do Espírito Santo.

“Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio.” – Gálatas 5:22-23

Seremos habitados pelo Espírito Santo até a volta de Jesus, quando seremos transformados e não mais seremos habitados, pois a presença de Deus será algo constante, e, uma vez transformados, seremos como Ele é.

“Amados, agora somos filhos de Deus, mas ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é.” – 1 João 3:2

Que nesta semana, em cada ato, palavra e maneira de viver, mostremos através de nosso corpo vulnerável, a glória do Senhor em nós.

A Permanência da Palavra de Deus em Meio às Mudanças

Desde que o ser humano se desviou do Éden, temos um mundo em constante mutação, onde a vida, os costumes, as paixões e as coisas tomam o lugar da própria pureza e propósito para o qual fomos criados.

Até mesmo os lugares que deveriam ser santos estão infectados de pecados, não apenas por pecadores buscando transformação. As igrejas, a sociedade e as pessoas passam por transformações infindáveis, surgindo a reflexão sobre a constância da Palavra de Deus. É na Palavra que está a fonte para que voltemos aos princípios criados por Deus.

Na jornada da vida, experimentamos mudanças, nos deparamos com evoluções e progressos modernos (que não passam de antigos pecados e pecadores) nas igrejas, testemunhamos as transformações sociais e observamos as pessoas se modificando. No entanto, em meio a esse cenário volátil, a Palavra de Deus permanece inabalável.

A vida, por sua natureza, é permeada por mudanças. Mudar de residência, emprego, relacionamentos são aspectos inevitáveis do percurso humano. As experiências de mudança podem ser desconcertantes, mas a certeza da estabilidade encontra respaldo na Palavra de Deus. Malaquias 3:6a nos lembra: “Porque eu, o Senhor, não mudo.” Talvez não consigamos criar raizes num lugar, mas nada, a não ser nós mesmos, nos impede de criar raízes na palavra de Deus ou ficar ligados na raiz que é a videira verdadeira, Jesus.

As igrejas, enquanto instituições espirituais, não estão imunes às mudanças. Novos métodos, abordagens e tecnologias são adotados para alcançar as gerações contemporâneas. Contudo, a essência do evangelho permanece imutável. Hebreus 13:8 proclama: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e para sempre.” Este deveria ser o principal recurso, pois novos métodos, abordagens e tecnologias apareceram seguidas por muitos, mas os que permanecem são aqueles que estão ligados em Cristo.

“Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente” (1 João 2:17)

A sociedade, moldada por influências culturais e tecnológicas, é um terreno fértil para mudanças significativas. Embora enfrentemos uma rápida evolução social, a advertência bíblica em 1 João 2:15a ressoa: “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há.”

As pessoas, como indivíduos e coletivamente, estão em constante mudança nem sempre para o melhor, pois muitos buscam seguir seus sonhos, corações, sentimentos e paixões. Entretanto, a transformação genuína é incentivada pela renovação da mente, como destacado em Romanos 12:2.

“E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”

A busca por uma perspectiva alinhada com os princípios divinos traz estabilidade em meio às mudanças pessoais. Já o mundo embriaga as pessoas e a ressaca eterna as atormentará para sempre, quando acordarem, não terá mais volta.

Enquanto tudo ao nosso redor está sujeito a mudanças, a Palavra de Deus permanece invariável. A promessa de Jesus em Mateus 24:35 é reconfortante:

“Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não hão de passar.”

A imutabilidade da Palavra divina é um alicerce sólido para enfrentarmos as incertezas da vida.

Diante das inúmeras mudanças que caracterizam nossa existência, a estabilidade da Palavra de Deus destaca-se como um farol de esperança. Independentemente das transformações na vida, nas igrejas, na sociedade e nas pessoas, a Palavra de Deus permanece como um guia eterno. Encorajamo-nos a buscar essa constância divina em meio às vicissitudes da vida, confiando na promessa de que, mesmo em meio às mudanças, a Palavra de Deus permanece a mesma, ontem, hoje e para sempre.

A PALAVRA DE DEUS É MINHA MAIOR AUTORIDADE?

A PALAVRA DE DEUS É MINHA MAIOR AUTORIDADE?

INTRODUÇÃO

Qual é a pessoa neste mundo que tem maior autoridade sobre sua vida?

Aquela pessoa que fala e, você, mesmo nem sempre concordando, reflete a respeito e muitas vezes muda de ideia com base no que essa pessoa falou.

No meu caso é a minha esposa Silvia, a pessoa cuja palavra, mesmo nem sempre parecendo, eu reflito e penso a respeito.

Todos nós temos pessoas assim em nossas vidas – para o bem e para o mal.  Exemplo: O rei acabe aconselhado por Jezabel, que o instigava a praticar o mal (1 Reis 21:25).

Outro exemplo: rei Joás, bem influenciado pelo sacerdote Joiada:

No sétimo ano do reinado de Jeú, Joás começou a reinar. Ele reinou quarenta anos em Jerusalém. A mãe dele se chamava Zíbia e era de Berseba. Joás fez o que era reto aos olhos do Senhor, todos os dias em que o sacerdote Joiada o dirigia.” – 2 Reis 12:1-2

Deus nos abençoa com pessoas que nos dão bons conselhos, precisamos recorrer a elas – no geral são pessoas submissas à autoridade da Palavra.

E no tocante à Palavra de Deus, o quanto somos submissos a ela e o quanto é, de fato, autoridade em nossa vida?

Num mundo onde muitos dizem “ninguém manda em mim, sou dono do meu nariz”, você que passou pelos passos da fé, ao fazer isso, abdicou de sua vontade e declarou Jesus como o dono não somente do seu nariz, mas dos seus bens, do seu corpo, dos seus sentimentos, de todo o seu ser…

Jesus não fará com você o que fez com o apóstolo Paulo muitas vezes, falando diretamente a ele, mas Ele fala diariamente a nós, através da Sua Palavra, que é a voz de Deus nos ensinando a tomar as decisões que nos levarão a viver nas regiões celestiais quando Cristo voltar e uma vida muito melhor enquanto vivermos nessa terra.

Mas, afinal, quem é a autoridade maior na sua vida? Uma pessoa? Seus sentimentos? Suas conveniências? Os seus próprios desejos? Ou a Palavra de Deus?

Neste artigo veremos 4 sinais da autoridade (ou não) da Bíblia, a Palavra de Deus. 

SINAIS DA AUTORIDADE DA PALAVRA DE DEUS NA VIDA

  1. Quanto tempo eu passo lendo, refletindo, meditando e buscando a verdade de Deus na minha vida na Bíblia?

Comparando com quanto tempo eu passo olhando o celular…

Comparando com quanto tempo eu passo assistindo televisão…

Comparando com quanto tempo eu passo lendo outros livros…

Claro que após anos de vida cristã, porções consideráveis da Bíblia devem estar em minha mente, mas isto não me desobriga de ter a atitude Esdras:

Quando chegou o sétimo mês e os filhos de Israel já estavam morando nas suas cidades, todo o povo se reuniu, como um só homem, na praça, diante do Portão das Águas. E pediram a Esdras, o escriba, que trouxesse o Livro da Lei de Moisés, que o Senhor havia ordenado a Israel. Esdras, o sacerdote, trouxe a Lei diante da congregação, composta por homens, mulheres e todos os que eram capazes de entender o que ouviam. Era o primeiro dia do sétimo mês. Esdras leu o livro em voz alta, diante da praça que fica em frente ao Portão das Águas, desde o amanhecer até o meio-dia, na presença dos homens, das mulheres e dos que podiam entender. E todo o povo tinha os ouvidos atentos ao Livro da Lei.” – Neemias 8:1-3

Eles iam lendo o Livro da Lei de Deus, claramente, dando explicações, de maneira que o povo entendesse o que se lia.” – Neemias 8:8

“Por esta razão, não sejam insensatos, mas procurem compreender qual é a vontade do Senhor.” – Efésios 5:17

  1. Busco na Bíblia resposta para minhas decisões, especialmente as mais importantes?

Qual é a nossa maior decisão na vida? Onde passaremos a eternidade. Ao lado de Deus ou afastado de Deus e somente a Palavra tem a resposta.

As religiões não têm essa resposta…

As autoridades eclesiásticas não têm essa resposta…

Nossos sentimentos não têm essa resposta.

Dia desses um amigo me disse: “Eu sinto que faço a vontade de Deus e vou para o céu”. Eu perguntei: “Qual a sua base bíblica para isso?” Ele respondeu: “Eu sinto”.

Nossos sentimentos enganam, não são suficientes para responder uma pergunta tão importante.

Já buscou nas Escrituras Sagradas o modo de Deus para passar a eternidade ao lado dele?

Quanto a você, permaneça naquilo que aprendeu e em que acredita firmemente, sabendo de quem você o aprendeu e que, desde a infância, você conhece as sagradas letras, que podem torná-lo sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus.” – 2 Timóteo 3:14-15

A salvação vem por meio de Jesus, mas são as sagradas letras que mostram o Jesus bíblico e o evangelho bíblico.

Segunda maior decisão na vida – com quem passarei 30, 40, até mais que 50 anos dividindo a vida e vai influenciar onde eu passarei a eternidade – meu cônjuge.

Onde você busca conselho na escolha do seu companheiro de vida?

Apenas em seus sentimentos?

Apenas na estabilidade financeira que ele ou ela pode dar?

Apenas na beleza física que um dia acabará?

Ou nas Escrituras Sagradas.

Não se ponham em jugo desigual com os descrentes. Pois que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão existe entre a luz e as trevas?” – 2 Coríntios 6:14

As Escrituras ensinam que um jovem cristão deve buscar uma pessoa cristã para dividir a vida. Você, jovem cristão, topa deixar a autoridade da Escritura pela autoridade de suas emoções?

Olha só o que a própria Palavra ensina a respeito do coração humano?

“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto. Quem poderá entendê-lo?” – Jeremias 17:9

  1. Eu submeto minhas emoções/sentimentos à autoridade da Palavra de Deus?

Em termos espirituais, quando alguém me diz: “Sei que a Bíblia diz assim, mas eu sinto que…” Vai dar problema.

Eu sinto que estou no caminho certo…

Eu sinto a presença de Deus…

Eu sinto a aprovação de Deus…

Eu sei que a Bíblia diz que devo respeitar meu marido/mulher, mas você não o conhece…

Eu sei que a Bíblia ensina que o divórcio é errado, mas meu amor acabou e eu mereço ser feliz…

Eu sei que deveria congregar, mas, não estou a fim, estou desanimado, estou com preguiça…

Eu sei que esta decisão irá me afastar de Deus ou dificultar minha vida espiritual, mas, sinto que devo tomar assim mesmo.

Sejamos como Jesus ante as decisões: posso até sentir, mas “está escrito…” (Mateus 4:1-11).

“Induzo o coração a guardar os teus decretos, para sempre, até ao fim.” – Salmos 119:112 (ARA)

Sim, as emoções fazem parte, os sentimentos, devemos até senti-los e confessar que estamos sentindo, como Jesus no jardim Getsêmani, mas na hora da decisão tenhamos a atitude de nosso Senhor:

Retirando-se pela segunda vez, orou de novo, dizendo: — Meu Pai, se não é possível que este cálice passe de mim sem que eu o beba, faça-se a tua vontade.” – Mateus 26:42

A maneira de Jesus, fazer o que é certo, porque é a vontade de Deus, mesmo sofrendo, fará com que…

Perdoe e não me vingue quando o desejo de vingança é grande…

Permaneça em meu casamento nos momentos de crises quando parece que a solução é o divórcio…

Romper um relacionamento antes de casar-se, quando percebe que não vai ser bom…

Na quarta-feira, no domingo, na Escola Dominical, no sábado, fazer questão de estar com os irmãos, mesmo sem vontade ou com preguiça…

Diante das grandes decisões da vida, decidir obedecer a Palavra de Deus, mesmo sem vontade.

  1. Finalmente, tenho crescido em alegrar-me na vontade de Deus.

“Quando o que eu quiser não for a tua vontade, me livra da minha”, é uma boa oração ao Senhor. Mas precisa de uma primeira decisão nossa. Até um momento que Romanos 12:2 faça parte de nós:

E não vivam conforme os padrões deste mundo, mas deixem que Deus os transforme pela renovação da mente, para que possam experimentar qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”

Quanto mais obedecemos, mesmo sem vontade, mais vamos percebendo, pelos frutos colhidos, que a Palavra de Deus é boa, perfeita e agradável. Nunca nos daremos mal no final quando decidimos deliberadamente obedecer a Palavra.

CONCLUSÃO

Lembra da pessoa que você ouve com atenção quando lhe dá um conselho?

Porém, mais do que isso, pense em Jesus, que morreu na cruz por nós, tudo o que Ele nos deixou é para o nosso bem. Ele merece ser ouvido. E ouçamos a Palavra dita por Paulo ao seu jovem amigo Timóteo.

“Quanto a você, permaneça naquilo que aprendeu e em que acredita firmemente, sabendo de quem você o aprendeu e que, desde a infância, você conhece as sagradas letras, que podem torná-lo sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus.” – 2 Timóteo 3:14-15

É permanecer debaixo da autoridade da Palavra de Deus que garantirá nossa morada, por toda a eternidade, nas regiões celestiais. Busquemos, pois, conheça e obedeça, cada vez mais.

QUEM USAR AS ESCRITURAS TEM AUTORIDADE! – O EVANGELHO DE LUCAS

QUEM USAR AS ESCRITURAS TEM AUTORIDADE

“E maravilhavam-se com a sua doutrina, porque a sua palavra era com autoridade.” – Lucas 4:32

Lucas inicia o relato do ministério de Jesus e destaca como sua palavra difere daquelas que as pessoas ouviam dos rabinos da época.

Os rabinos não tinham convicção própria, ela vinha da opinião de rabinos famosos como Shammai e Hillel, quando o assunto era divórcio, por exemplo (Mateus 19:3), Gamaliel (Atos 5:34) ou mesmo da Mishná, que era o resultado dos estudos dos mestres rabínicos na época. Equivalente aos nossos comentários bíblicos de hoje ou mesmo da jurisprudência do Poder Judiciário. Era o resultado dos debates que os estudiosos faziam sobre diversos assuntos.

A autoridade de Jesus vinha direta de Deus Pai e, Ele, como o Criador do Universo (João 1:3 e Hebreus 1:2), junto com o Espírito Santo, foi o responsável pela inspiração divina de todos os cerca de 40 escritores da Bíblia como, por exemplo, Lucas.

Neste sentido, ninguém jamais teve ou terá autoridade para afirmar categoricamente: “Eu, porém, vos digo…” (Mateus 19:9). Somente um homem na terra pôde dizer estas palavras e seu nome é Jesus.

No entanto, como estudiosos, isto é, pessoas que leem a Palavra de Deus e a estudam, podemos, sim, ter autoridade bíblica para fazer afirmações após um bom tempo em contato com os escritos sagrados.

Lembro de um comercial da fábrica de canos e demais acessórios, a Tigre, que mostrava uma pessoa “peitando” outra maior que ela, exatamente por utilizar o produto daquela marca, supostamente superior às demais. O comercial termina com a afirmação: “Quem usa Tigre tem autoridade”.

Neste sentido, podemos aplicar para quem diligentemente estuda as Escrituras Sagradas, reflete nelas, procura aplicar na vida e desta maneira vai tendo autoridade para dizer: “Eu obedeci, fiz do jeito que Deus manda e funcionou”. Além disso, a inspiração divina da Bíblia está na sua origem, dos céus, como bem dizem os apóstolos Paulo e Pedro:

“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o servo de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.” – 2 Timóteo 3:16-17

“Primeiramente, porém, saibam que nenhuma profecia da Escritura provém de interpretação pessoal; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.” – 2 Pedro 1:20-21

A autoridade em termos espirituais está nas Escrituras Sagradas e deriva para aqueles que a utilizam corretamente. Já confrontei líderes religiosos sobre assuntos bíblicos e, quando encurralados, alguns responderam: “Você sabe com quem está falando? Eu sou pastor (reverendo, ou padre, hoje existem até pessoas que se chamam equivocadamente de apóstolos) ou fiz seminário. Quem é você para me confrontar?”, diziam.

Apenas respondi: “uma pessoa que há anos está aprendendo da Bíblia e se você me mostrar biblicamente que eu estou errado, aceitarei e irei rever meu pensamento”. Sim, já fui corrigido em equívocos em meu estudo por irmãos e mudei meu posicionamento, mas, no tocante a essas “autoridades religiosas”, até hoje, elas queriam que eu aceitasse sua palavra simplesmente pelo “título” que ostentavam, o que eu não aceitei em momento algum. Ou, então, apelavam para interpretações equivocadas de textos fora do seu contexto original.

Sim, não temos e não teremos jamais a autoridade que Jesus teve. Nesse sentido, Ele foi o único. Porém, podemos, sim, ler diariamente a Bíblia, estudar, refletir e ler outros comentários a respeito para termos a nossa própria convicção. Sempre digo para as pessoas que estudam comigo: “Quando alguém lhe perguntar: ‘como você tem certeza desse ponto?’. Não diga: ‘Valdir me disse’. Depois de ouvir de mim, faça seu próprio estudo, questione, reflita e, aí, sim, tenha as suas próprias convicções, baseadas nas Escrituras Sagradas.

Utilizando a frase do comercial da Tigre como exemplo: “Quem estuda e utiliza as Escrituras tem autoridade!”. Autoridade para ensinar, repreender, corrigir e instruir as pessoas na Palavra de Deus. Deve ser bem instruído, como seu Mestre Jesus para não correr o risco de ser um cego guiando outro cego (Lucas 6:39). Se isso acontecer, ambas cairão no buraco e o buraco na Bíblia se chama inferno. Nossa alma é muito importante para terceirizarmos nossa fé nas mãos de outro ser humano (João 12:47-48). Devemos ir direto à fonte.

“O servo do Senhor não deve andar metido em brigas, mas deve ser brando para com todos, apto para ensinar, paciente, disciplinando com mansidão os que se opõem a ele, na expectativa de que Deus lhes conceda não só o arrependimento para conhecerem a verdade.” – 2 Timóteo 2:24-25. 

CONHECEMOS SOBRE JESUS O QUE PRECISAMOS – O Evangelho de Lucas

Conhecemos sobre Jesus o que precisamos

“E Jesus crescia em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens.” – Lucas 2:52

“No décimo quinto ano do reinado de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Judéia, Herodes, tetrarca da Galiléia, seu irmão Filipe, tetrarca da região da Ituréia e Traconites, e Lisânias, tetrarca de Abilene.” – Lucas 3:1

Entre o último versículo do capítulo 2 do evangelho de Lucas e o início do capítulo 3, o evangelista dá um pulo de cerca de 17 anos, levando em consideração que o ministério de João Batista deve ter durado 1 ano.

Por 18 anos nada é registrado nas Escrituras Sagradas sobre a vida de Jesus. O que ele teria feito nessa época? Como teria sido sua vida? Muitas teorias foram levantadas: alguns dizem que Jesus teria ido estudar na cidade de Alexandria, no Egito, o que justifica toda a sabedoria e conhecimento logo no início do seu ministério. Outros afirmam que Ele passou um tempo com os essênios, aquele grupo que vivia no deserto da Judéia, uma vez que alguns dos seus ensinos, como o batismo ou purificação com água, fazia parte da doutrina deles. 

Porém, na realidade, nada sabemos com certeza, uma vez que Deus não inspirou o escritor sagrado a nos sanar essa curiosidade. Livros foram escritos, os chamados evangelhos apócrifos como, por exemplo, o evangelho de Tiago, também chamado da natividade, relatam alguns feitos até mesmo miraculosos de Jesus. Porém, esses inscritos não têm a chancela divina, pois não fazem parte do cânone ou livros inspirados do Novo Testamento, no total de 27.

A razão de não sabermos tem a ver com o que Deus, através de Lucas e dos demais escritos, desejava que soubéssemos sobre Jesus. O evangelho de João, no seu final, nos relata isso:

“Na verdade, Jesus fez diante dos seus discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenham vida em seu nome.” – João 20:30-31

“Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se todas elas fossem relatadas uma por uma, penso que nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos.” – João 21:25

Apesar do evangelho de Lucas ser o mais próximo do que chamamos de uma biografia, o seu objetivo não é nos mostrar cada aspecto da vida do Senhor, mas nos levar a reconhecê-lo como a verdade de Deus.

“Jesus respondeu: — Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” – João 14:6

“Para que você tenha plena certeza das verdades em que foi instruído.” – Lucas 1:4

Não sabemos o que houve com Jesus entre os 12 e os 30 anos quando o Mestre iniciou seu ministério. Mas uma coisa sabemos, Jesus teve um crescimento fenomenal, que deve ser o nosso objetivo como imitadores do Mestre.

Ele cresceu em sabedoria, o que envolve não somente o conhecimento teórico e de fatos de Deus ou sobre a Bíblia, mas, especialmente sabermos como colocar em prática aquilo que conhecemos. Jesus era Mestre nessa área, basta vermos as diversas parábolas que Ele contou, um incentivo para a prática do ensino. Um exemplo disso é a parábola do bom samaritano, a prática do que significa cumprir os dois maiores mandamentos: amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a nós mesmos.

Ele cresceu em estatura, algo que, até certo ponto, não depende de nós, mas da própria natureza. No entanto, a maneira como fomos alimentados e supridos durante os primeiros anos pode fazer diferença. Talvez mostre que, mesmo numa família de poucos recursos, o Senhor teve um crescimento pleno.

Em graça diante de Deus e dos homens. O mais importante dos crescimentos. Primeiro devemos viver de tal maneira que Deus é o primeiro a se alegrar conosco. O problema é que muitas vezes invertemos e queremos agradar as pessoas e não a Deus em primeiro lugar. Por outro lado, quando agradamos a Deus, como consequência, mesmo que as pessoas não queiram reconhecer, no fundo, elas verão em nós pessoas verdadeiras, íntegras e justas, como os próprios inimigos de Jesus fizeram:

“Chegando, disseram-lhe: — Mestre, sabemos que o senhor é verdadeiro e não se importa com a opinião dos outros, porque não olha a aparência das pessoas, mas, segundo a verdade, ensina o caminho de Deus.” – Marcos 12:14

Sim, Jesus é nosso exemplo em tudo. E é exatamente o que encontraremos na leitura do evangelho de Lucas, o modelo perfeito para vivermos em justiça, santidade e integridade nesta terra enquanto nos preparamos para habitarmos as regiões celestiais com Jesus, nosso irmão mais velho.

A PALAVRA DE DEUS NUNCA FALHA

“Filho do homem, que provérbio é esse que vocês têm na terra de Israel: ‘Os dias passam, e as profecias fracassam’?

Portanto, diga-lhes: Assim diz o Senhor Deus: ‘Darei um basta nesse provérbio, e ele não será mais usado em Israel.’ Mas diga-lhes: ‘Os dias vêm vindo, e as profecias vão se cumprindo.'” – Ezequiel 12:22-23

O exílio babilônico foi realizado em etapas, num período de cerca de 11 anos, de 597 a 586 AC. Ezequiel foi na primeira leva. Eis a razão dos israelitas duvidarem. Muitos que não foram na primeira leva pensavam que o pior tinha acontecido. 

Engano deles. Deus utilizou muitos profetas para avisar ao povo, em especial Jeremias e Ezequiel. Mas havia muitos profetas falsos, que faziam questão de contradizer o que os profetas de Deus pregavam.

Na Bíblia, ser mensageiro de Deus, sempre foi “remar contra a maré”. Os verdadeiros profetas, por serem minoritários e trazerem toda a verdade de Deus, que nem sempre agradavam os ouvintes, muitas vezes foram rejeitados pelos seus. Aconteceu isso com o próprio Senhor Jesus (João 1:11).

O texto desta semana, pela ironia dos ouvintes, fez-me lembrar texto semelhante no Novo Testamento, escrito pelo apóstolo Pedro:

“Antes de tudo, saibam que, nos últimos dias, virão escarnecedores com as suas zombarias, andando segundo as próprias paixões e dizendo: ‘Onde está a promessa da sua vinda? Porque, desde que os pais morreram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação.'” – 2 Pedro 3:3-4

Naquele tempo, 40 anos já havia se passado desde o retorno do Senhor Jesus aos céus. Alguns dos seus seguidores já tinham falecido. E os zombadores agora jogavam isso no rosto dos cristãos com a pergunta: “Onde está a promessa de sua vinda”. Bem semelhante a experiência vivida por Ezequiel.

Olhemos a resposta de Deus no texto que abre este artigo:

“Porque eu, o Senhor, falarei, e a palavra que eu falar se cumprirá e não será adiada. Porque falarei a palavra e a cumprirei, diz o Senhor Deus, enquanto vocês, que são casa rebelde, ainda estiverem vivos.” – Ezequiel 12:25

Em 11 anos, toda a Palavra dita por Deus por seus profetas verdadeiros foi cumprida. Agora vejamos a resposta na época de Pedro:

“Mas há uma coisa, amados, que vocês não devem esquecer: que, para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos são como um dia.” – 2 Pedro 3:8

“Porém, o Dia do Senhor virá como um ladrão. Naquele dia os céus passarão com grande estrondo, e os elementos se desfarão pelo fogo. Também a terra e as obras que nela existem desaparecerão.” – 2 Pedro 3:10

O tempo de Deus é diferente do nosso. Mas, a Palavra dele garante: o Dia do Senhor virá, como um ladrão, de forma inesperada e a parte do seguidor fiel de Jesus é estar sempre vigilante, preparado para esse dia. Podia ocorrer nos dias de Pedro, não ocorreu, pode ocorrer nos nossos dias, mas independente do dia de cumprimento, o importante é estar preparado, vivendo em obediência ao evangelho de Cristo.

Na mesma época de Pedro, respondendo aos desesperançados irmãos da igreja em Tessalônica, Paulo disse:

“Porque o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Portanto, consolem uns aos outros com estas palavras.” – 1 Tessalonicenses 4:16-18

A Palavra de Deus foi cumprida nos dias de Ezequiel. Muitos sofrera por causa de sua incredulidade. Vai se cumprir no momento oportuno dos nossos dias, que somente Deus conhece. Estejamos preparados para podermos, alegres dizer: “Maranata! Vem, Senhor Jesus” (1 Coríntios 16:22). 

Enquanto isso, mesmo que rejeitados por alguns, como mensageiros de Deus, preguemos somente aquilo que Ele nos ordena e autoriza, encontrado na Bíblia, as Sagradas Escrituras. Sem mudar nem suavizar a mensagem.

ENXERGUEMOS PELA LENTE DE DEUS, SUA PALAVRA

ENXERGUEMOS PELA LENTE DE DEUS, SUA PALAVRA

“Então os querubins elevaram as suas asas, e as rodas os acompanhavam; e a glória do Deus de Israel estava no alto, sobre eles. A glória do Senhor subiu do meio da cidade e se pôs sobre o monte que está a leste da cidade.” – Ezequiel 11:22-23

“Então contei aos exilados todas as coisas que o Senhor me havia mostrado.” – Ezequiel 11:25

Desde o capítulo 8:1 Ezequiel está junto com os exilados, quando Deus lhe dá essa visão fantástica, exatamente para mostrar-lhes o que estava acontecendo no mundo espiritual.

No plano físico a cidade de Jerusalém estava sendo invadida pelo exército de Nabucodonosor, havia morte, destruição e conquista. Parecia apenas algo humano.

Porém, na Bíblia, Deus revela a seus profetas fiéis, ao abrir-lhes os olhos, como fez com o moço de Eliseu (2 Reis 6:16-17), o que, de fato, estava acontecendo.

E nesse texto de Ezequiel, a glória do Senhor, isto é, a presença especial de Deus, estava se apartando de Jerusalém, que estava entregue aos seus inimigos em razão do seu pecado.

Eis a razão por que a nação precisava confiar nos profetas de Deus, também chamados de videntes (1 Samuel 9:9), pois estes tinham os olhos abertos, outro nome para profeta (Números 24:3), olhos abertos pelo próprio Deus.

Hoje, podemos decidir olhar apenas com nossos olhos carnais ou termos os olhos abertos por Deus. E nossos olhos são abertos para a realidade espiritual pela Palavra de Deus.

“Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, é luz para os meus caminhos.” – Salmos 119:105

Na Bíblia há tantos exemplos assim. Gosto de lembrar da visão de João no Novo Testamento, que deu origem ao livro de Apocalipse. No capítulo 4, enquanto o caos reina sobre a terra na figura do imperador romano, perseguindo e matando os discípulos de Jesus, no céu, Deus reina sobre o trono, Jesus está ao seu lado direito e o povo de Deus também reina, representados pelos 24 anciãos.

Veja a mensagem que João pôde passar aos cristãos perseguidos: sim, de tempos em tempos alguns de vocês passarão pela experiência da morte trágica (crucificados, decapitados, queimados vivos ou comidos por leões). Mas, após isso, vocês estarão junto com Deus, pois seus nomes estão escritos no Livro da Vida. Por isso o livro de Apocalipse é livro de consolo, primeiros para nossos sofridos irmãos do final do 1º século e depois para nós.

Finalmente, quero destacar a partida da glória de Deus de Jerusalém. Lembrou-me de Moisés, insistindo pela presença de Deus entre o povo, mesmo após este ter pecado feio no caso do bezerro de ouro. Quero destacar as palavras do profeta de Deus:

“E imediatamente Moisés curvou-se para a terra, adorou o Senhor e disse: — Senhor, se agora alcancei favor diante de ti, continua no meio de nós; porque este povo é teimoso. Perdoa a nossa iniquidade e o nosso pecado e toma-nos por tua herança.” – Êxodo 34:8-9

Que pena que Judá, na época de Ezequiel, por causa dos seus pecados, perdeu temporariamente a presença do Senhor dos Exércitos.

Que bom, que maravilha! Hoje temos a presença especial de Deus, falando a nós por meio da Palavra dele, a Bíblia. E habitando em nós através do Espírito Santo que habita cada cristão.

E assim será até a volta gloriosa do nosso amado Jesus Cristo.