Em primeiro lugar, é fundamental distinguir crença de fé. A crença apoia-se nos nossos desejos, nas expectativas que construímos sobre o mundo e sobre nós mesmos. Por outro lado, a fé encontra sua força no Senhor. Dessa forma, ela se torna uma âncora em meio às tempestades da vida. Enquanto a crença pode oscilar conforme as circunstâncias, a fé permanece estável, alicerçada na promessa de que Deus nunca decepciona.
A tradução da palavra fé na Bíblia foi substituída por crença. Por exemplo João 3:16; Marcos 16:16. São passagens essenciais para entender que a fé é obediente, mas quando você troca a fé pela crença, então você diminui o valor e a necessidade da fé. Isto aconteceu na tradução do grego para o latim. Você pode saber mais sobre isso neste artigo: “A Teologia de Crer Para a Salvação”
Além disso, a crença geralmente surge de desejos imediatos. Assim, ela pode se solidificar ou desmoronar quando a realidade contraria nossas expectativas. A fé, porém, desenvolve-se ao longo do tempo. Nesse sentido, ela amadurece na adversidade e comprova seu valor na perseverança. Portanto, quando a crença não se concretiza, a fé resplandece, oferecendo a segurança que o coração tanto anseia.
Da Crença Passageira à Fé Duradoura
Primeiro, observe que muitas pessoas começam por acreditar em coisas pontuais: um emprego melhor, uma cura rápida, uma conquista social. No entanto, a crença pode ser frágil. Quando tais desejos não se materializam, abrem-se brechas de dúvida. É como diz o Senhor: “Aquele que crê [tem fé] em mim, ainda que esteja morto, viverá” (João 11:25). A crença foca no agora; a fé, porém, alcança o eterno.
Em contrapartida, a fé não depende da realização imediata de nossos sonhos. Ela floresce na confiança plena em Deus, ultrapassando todas as barreiras. Como Abraão, que “creu [teve fé] no Senhor, e isso lhe foi creditado como justiça” (Gênesis 15:6), a fé verdadeira nasce da certeza de que Deus é fiel, mesmo quando não compreendemos Seus caminhos.
Além disso, quando exercitamos a fé diariamente, estabelecemos um vínculo sólido com o Senhor. Assim, mesmo diante da incerteza, sentimos a segurança divina. Paulo nos lembra: “Andamos por fé, e não por vista” (2 Coríntios 5:7). Não precisamos ver para crer; aprendemos a confiar mesmo sem ver. E nesse exercício diário, fortalecemos nossa esperança.
Logo, ao invés de nos abater pela ausência de respostas instantâneas, crescemos em esperança. Com efeito, aprendemos que a fé, diferentemente da crença, demora mais a se revelar. Contudo, uma vez consolidada, torna-se segura do começo ao final. Como está escrito: “O justo viverá pela fé” (Habacuque 2:4), e essa fé não se abala com as circunstâncias passageiras.
Segurança em Deus: A Base da Fé Sólida
Portanto, ter segurança em Deus significa ancorar o coração nas promessas divinas. Em outras palavras, não nos apoiamos somente nos resultados visíveis, mas na fidelidade daquele que tudo sustenta. “Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente” (Romanos 11:36). Assim, desenvolvemos uma fé resistente, capaz de suportar dores, perdas e incertezas. Dessa forma, a segurança se torna um estado interior inabalável, como o monte Sião, que não se abala (Salmo 125:1).
Além disso, ao cultivar a fé, descobrimos que ela transforma nossa visão de mundo. Passamos a enxergar cada desafio como oportunidade de crescimento espiritual. “Sabendo que a provação da vossa fé produz paciência” (Tiago 1:3). Sendo assim, mesmo se nossa crença inicial fracassar, permanecemos firmes na fé que nunca decepciona. Logo, a segurança que advém de Deus age como um escudo, protegendo-nos das tempestades emocionais. “O Senhor é o meu escudo e a minha glória, e ele me levanta a cabeça” (Salmo 3:3).
Práticas para Fortalecer sua Fé
Antes de mais nada, dedique momentos diários à oração e à leitura da Palavra. Esses hábitos alimentam a fé e reforçam a segurança em Deus. “A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos simples” (Salmo 19:7). Assim, aprofunda-se o entendimento de quem Ele é e como age na vida dos que creem. A meditação nas Escrituras nos revela não apenas a vontade de Deus, mas também Seu poder e amor em ação ao longo da história.
Além disso, compartilhar testemunhos fortalece a convicção: ao ouvir como Deus agiu na vida de outros, reconhecemos que Ele também agirá na nossa. Como os discípulos que caminhavam para Emaús, muitas vezes só percebemos a presença de Deus quando revisitamos os fatos com olhos de fé (Lucas 24:13-35). A comunhão na fé edifica corações e desperta esperança.
Em seguida, pratique a gratidão constante. Ao listar bênçãos e vitórias, reforçamos nossa crença na provisão divina. “Devem dar graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus” (1 Tessalonicenses 5:18). No entanto, não nos detemos apenas às realizações pessoais: celebramos o caráter imutável de Deus. Sua bondade não depende de nossas circunstâncias, mas dEle mesmo. Desse modo, a fé cresce em solo fértil de gratidão, enquanto a segurança se amplia a cada lembrança de bênçãos recebidas. “Louvarei ao Senhor em todo o tempo; continuamente estará o seu louvor na minha boca” (Salmo 34:1).
Vivendo pela Fé, Não pela Crença
Em conclusão, a crença nasce dos nossos desejos e esperanças imediatas. Entretanto, a fé nasce de um relacionamento profundo com o Senhor. Assim, se nossos anseios não se concretizam, podemos permanecer firmes na fé que não fracassa. Portanto, todo cristão é chamado a escolher: viver pela crença ou viver pela fé que garante segurança eterna.
Finalmente, ao colocarmos nossa confiança em Deus, encontramos força para superar qualquer situação. Assim, a fé deixa de ser uma ideia abstrata e torna-se uma experiência viva. Logo, somos convidados a caminhar não pelos olhos, mas pelo Espírito. Dessa forma, alcançamos a segurança que somente o Senhor pode oferecer.