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Reflexões sobre Romanos 1: Compreendendo a Condição Humana e a Necessidade da Justiça Divina

Condição Humana e a Necessidade da Justiça Divina

Quero compartilhar algumas reflexões inspiradas pelo poderoso capítulo 1 da carta aos Romanos. Ao mergulharmos nessa passagem, somos confrontados com verdades profundas sobre a condição humana e a necessidade da justiça divina.

O capítulo 1 de Romanos na Bíblia aborda vários temas, incluindo a natureza do pecado, a depravação humana e a necessidade da justiça de Deus. Paulo começa destacando a revelação divina e, em seguida, discute a rebelião da humanidade contra Deus. Ele aborda questões morais e espirituais, enfatizando a importância da fé. O contexto geral é sobre a condição humana, o pecado e a necessidade da salvação.

O apóstolo Paulo, guiado pelo Espírito Santo, nos leva a uma jornada de introspecção e compreensão da nossa natureza caída. No versículo 18, ele nos alerta sobre a ira de Deus revelada contra toda impiedade e injustiça dos homens. Essa é uma chamada para refletirmos sobre nossas próprias vidas, examinando se estamos vivendo em conformidade com a vontade divina.

“A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça” (Romanos 1:18)

Deus está irado contra a humanidade porque, mesmo tendo dado a solução para a perdição da humanidade, continuam ignorando o que claramente se pode ver: a existência de Deus e, por isso, se tornam indesculpáveis.

“porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato.” (Romanos 1:19-21)

A idolatria é mencionada no versículo 23, destacando a troca da glória do Deus incorruptível por imagens criadas. Isso nos lembra da importância de mantermos Deus no centro de nossas vidas, não permitindo que nada ou ninguém tome Seu lugar em nossos corações.

“Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis.” (Romanos 1:22, 23)

Aprendemos, com mais este texto bíblico, que o pecado, mesmo que pareça insignificante, nunca permanece pequeno e frequentemente traz consigo consequências mais graves. As ramificações do pecado são imprevisíveis, e é importante estarmos alertas. Substituir Deus ou anular a Sua soberania por criações humanas, ocupando o lugar que pertence a Deus, nos expõe ao risco de enfrentar as consequências do pecado. Um exemplo citado é a idolatria; no entanto, isso é apenas o início, pois coisas ainda mais sérias podem seguir-se.

“Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si; pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém!” (Romanos 1:24, 25)

No entanto, é nos versículos 26-27 que Paulo aborda um tema delicado: a homossexualidade. É crucial abordar isso com amor e compreensão, lembrando que a Escritura nos chama a amar uns aos outros. A humanidade, imersa em pecado, não demora a encontrar teólogos que podem interpretar esses versículos de várias maneiras para se sentirem justificados por seus próprios argumentos, em vez de buscarem na graça divina a justificação. Nós, verdadeiros discípulos que desejamos ser, devemos não só aceitar com mansidão a contundência dessas palavras, mas também manter uma postura de compaixão ao discutir esses temas, reconhecendo a necessidade universal de redenção.

“Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; semelhantemente, os homens também, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro.” (Romanos 1:26, 27)

Paulo destaca não apenas os pecados individuais, mas também a depravação coletiva da humanidade. A rebelião contra Deus é evidente, e todos nós, em algum nível, compartilhamos dessa inclinação pecaminosa. No entanto, a mensagem não é de desespero, mas de esperança.

Através da fé em Cristo, encontramos a solução para nossa condição pecaminosa. Os versículos 16-17 ressoam com a promessa do evangelho, o poder salvador que nos conduz à justiça de Deus. Devemos compartilhar essa mensagem de esperança com o mundo, reconhecendo nossa própria dependência da graça divina.

“Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego; visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé.” (Romanos 1:16, 17)

Em nossa vida como discípulos, lembremos que as lições de Romanos 1 não são apenas um chamado à reflexão, mas também um convite à transformação. Busquemos viver em conformidade com a vontade de Deus, amando e servindo uns aos outros, compartilhando a luz do evangelho em um mundo que precisa desesperadamente dela.

O Evangelho da Graça de Deus

“Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego… o justo viverá por fé” – Romanos 1:16 e 17b

Acredito que com o decorrer de anos na vida cristã, depois de passar por muitas experiências, elas podem nos levar a ter duas atitudes distintas: ou ficamos muito “religiosos” e legalistas para condenar a todos ou ficamos cada vez mais tolerantes com os erros dos outros, especialmente se somos honestos conosco mesmos.
Quando nos convertermos e somos batizados, mesmo sabedores que nossa salvação é gratuita e pela graça de Deus e que por mais que façamos, nossas obras não são capazes de nos salvar, mesmo assim, por um bom tempo tentamos “merecer” nossa salvação pelas obras que fazemos.
Assim, evangelizar, ser generoso, ser frequente nas reuniões da igreja, contribuir na coleta, entre outras atitudes, muitas vezes são feitas para que “pareçamos” bons cristãos.
Com o tempo, depois de muitas quedas e erros cometidos, e mesmo assim podermos contar com o amor, a paciência e a misericórdia de Deus, isso nos torna mais tolerantes conosco e com o próximo.
Não estou dizendo tolerante para com os nossos pecados e sendo cúmplices dos pecados dos outros. Não é isso.
O que quero dizer é que olhando para as nossas limitações, pensamentos e atitudes tomadas diariamente e comparando-as com a santidade e a perfeição de Deus, só nos resta reconhecer a nossa falência pessoal e nos jogarmos na suficiência que somente Deus pode nos dar.
Como Paulo, cada um de nós pode se declarar “o principal dos pecadores” (1 Timóteo 1:15), incapaz de fazer algo de bom sem a transformação produzida pelo Espírito Santo em nosso caráter.
Isto é ser salvo pela graça. Este é o tema da carta de Paulo aos romanos, chamada por muitos de “o evangelho da graça”. Do início ao fim o apóstolo afirma que nossa salvação começa e termina por fé nos méritos da obra salvadora de Cristo na cruz ou, como eles diz, “a justiça de Deus se revela no evangelho (boa notícia) de fé em fé”.
Irmãos, quando olho para as minhas limitações e falhas e vejo o amor paciente de Deus, acreditando em mim, apostando que posso mudar, continuando Sua boa obra na minha vida (há quase 30 anos Ele faz isso) aí sim, meu desejo é viver para agradá-lo.
Quando entendemos a graça de Deus, ao contrário do que alguns pensam, ela não nos motiva a pecar mais, pelo contrário, ela nos motiva a querer viver de tal maneira que nosso Pai sinte orgulho (no bom sentido) de nós. Foi assim com o filho pródigo quando recebeu a imensa graça de seu pai (Lucas 15:11-32). Foi assim com Zaqueu ao ser inundando pela graça maravilhosa de Jesus (Lucas 19:1-16). É assim conosco quando entendermos uma parte do amor divino.
Aí, sim, passamos a ser generosos, a ofertar, a dar o melhor de nós, a desejar compartilhar o evangelho com o perdido, a fazer do pecado exceção e não regra em nossas vidas. Fazemos isto não por medo do inferno ou de sermos castigados, mas porque somos inundados pelo amor de Deus e como resposta queremos oferecer-lhe nosso amor, mesmo falível. Aprendamos com Romanos a cair “nas garras da graça” de nosso Pai.