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A IGREJA VERDADEIRAMENTE APOSTÓLICA

A IGREJA VERDADEIRAMENTE APOSTÓLICA

“E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.” – Atos 2:42

Entre os versículos 42 e 47 do capítulo 2 de Atos, Lucas resume como viviam os primeiros cristãos, bem como o que a igreja primitiva valorizava, sendo o modelo da igreja em todas as épocas.

Em primeiro lugar Lucas nos informa que a igreja “perseverava na doutrina dos apóstolos”.  Vejamos esse texto na tradução NTLH:

“E todos continuavam firmes, seguindo os ensinamentos dos apóstolos, vivendo em amor cristão, partindo o pão juntos e fazendo orações”.

A palavra doutrina vem do grego διδασκαλια, transliterado para didaskalia,, que significa “ensino”, em português dá origem à palavra didática. 

A primeira igreja permanecia firme nos ensinos dos apóstolos. Mas, qual a razão disso? A própria Escritura ensina, primeiro pelo próprio Senhor Jesus:

“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que tenho ordenado a vocês”. – Mateus 28:19-20-a

Na vida da igreja, ao ensino era reservado um espaço importante e essencial. Hoje em dia dá-se muita importância à conversa, a atividades sociais, a tempo para o canto. No entanto, vemos que na primeira igreja o ensino tomava o primeiro lugar, tanto que é o primeiro a ser citado.

É importante ressalvar que logo no início da igreja esta não possuía nenhum ensino escrito, já que os primeiros livros do Novo Testamento seriam escritos mais de 20 anos depois.

Desta maneira, a igreja utilizava o Velho Testamento para provar que Jesus é o Messias prometido ao povo de Israel. Mas, como a igreja devia se portar dali em diante, eram informações passadas pelo Espírito Santo aos 12 apóstolos, conforme o Senhor tinha prometido.

“Tenho ainda muito para lhes dizer, mas vocês não o podem suportar agora. Porém, quando vier o Espírito da verdade, ele os guiará em toda a verdade. Ele não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que ouvir e anunciará a vocês as coisas que estão para acontecer.” – João 16:12-13

Esse dom especial de receber ensinamentos diretos do Senhor, por meio do Espírito Santo, somente os apóstolos tinham. Costumo dizer que nesse sentido eles eram as “bíblias ambulantes” no ensino da igreja cristã no início. O próprio apóstolo Pedro, no futuro, irá reconhecer que as palavras apostólicas fazem parte das Escrituras Sagradas.

“E considerem a longanimidade de nosso Senhor como oportunidade de salvação, como também o nosso amado irmão Paulo escreveu a vocês, segundo a sabedoria que lhe foi dada, ao falar a respeito destes assuntos, como, de fato, costuma fazer em todas as suas cartas. Nelas há certas coisas difíceis de entender, que aqueles que não têm instrução e são instáveis deturparão, como também deturparão as demais Escrituras, para a própria destruição deles.” – 2 Pedro 3:15-16

A igreja de Jesus, portanto, é apostólica, isto é, tem como fundamento a doutrina dos apóstolos. Não é por menos que dos 27 livros do Novo Testamento, 21 foram escritos por apóstolos e os demais por profetas bem achegados aos apóstolos como Lucas, muito próximo de Paulo e Marcos, de Paulo e Pedro.

“Assim, vocês não são mais estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular.” – Efésios 2:19-20

Com a morte dos apóstolos, ninguém mais tem esse poder, de receber diretamente de Deus ensinos que se tornam a lei da igreja. A sucessão apostólica, a partir de Pedro, é criação humana, não de Deus.

No passado, falsos profetas afirmaram receber uma revelação especial e fundaram grupos religiosos. Nos dias de hoje há pessoas que ousam utilizar o termo “apóstolo” para referirem-se a si mesmos. São falsos apóstolos, como havia tantos já na época do Novo Testamento.

“Porque esses tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, disfarçando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar, porque o próprio Satanás se disfarça de anjo de luz.” – 2 Coríntios 11:13-14

Hoje em dia essas informações são importantes para encontrarmos no meio de tantos grupos que se chamam de igreja, a verdadeira igreja de Cristo.

Nela Jesus é a única estrela, o dono da igreja, o ensino é parte importante nas reuniões, pois precisamos sempre estar aprendendo mais do Senhor Jesus e no meio desse ensino, a porção maior vem do Novo Testamento, a nova aliança deixada por Jesus. 

Claro que usamos o Velho Testamento por causa dos bons exemplos que lá temos (Romanos 15:4) e para entendermos todo o plano de Deus. No entanto, são porções generosas da nova aliança que devem fazer parte do ensino em nossas reuniões. 

A igreja de Deus é a verdadeira igreja católica, isto é, igreja universal, significado da palavra católica, presente no mundo inteiro, e apostólica, fundada por Jesus sob o fundamento dos apóstolos nos seus escritos (não nas suas tradições). Apenas não é romana, pois nosso modelo inicial de igreja está na cidade de Jerusalém, fundada no dia de Pentecostes do ano 33 dC.

A VIDEIRA E OS RAMOS

A VIDEIRA E OS RAMOS

“Filho do homem, de todos os ramos das árvores da floresta, o que acontece com a lenha da videira? Será que essa madeira pode ser empregada para fazer alguma obra? Será que é possível tirar dela uma estaca para pendurar objetos?” – Ezequiel 15:2-3

“Portanto, assim diz o Senhor Deus: Como a lenha da videira entre as árvores da floresta, que entreguei ao fogo para ser queimada, assim entregarei os moradores de Jerusalém.” – Ezequiel 15:6

Na Bíblia há muitos textos nos quais Israel é comparado a uma videira (por exemplo, Salmo 80:8-16, Jeremias 2:21 e Oséias 10:1). A videira é uma árvore apreciada por seus frutos, uvas, doces e saborosas. Era chamada pelos pagãos de “planta dos deuses” tal a apreciação do gosto das uvas. No entanto, a árvore em si não era grande coisa, a madeira serviria somente para queimar, servir de combustão, tal como dito por Ezequiel no versículo 4.

No texto, a cidade de Jerusalém é representada pela videira. Deveria ter produzido frutos, mas esqueceu que não o produziria por si própria, precisaria depender de Deus, obedecer a Ele. Por isso, tornou-se uma cidade imprestável, sem qualquer utilidade. Os frutos que Jerusalém deveria ter produzido eram os frutos de justiça, isto é, seus moradores deveriam de conformidade com a maneira santa e justa como o Senhor desejava que vivessem.

No Novo Testamento, Jesus é a videira verdadeira, o Pai celestial é o agricultor e os ramos são seus seguidores.

“Eu sou a videira verdadeira, e o meu Pai é o lavrador.” – João 15:1

“Eu sou a videira, vocês são os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim vocês não podem fazer nada.” – João 15:5

Ao contrário do que aconteceu no Velho Testamento, no Novo Testamento a videira Jesus sempre produzirá frutos de justiça através dos ramos que somos nós, seus discípulos. Esses discípulos são cuidados pelo próprio lavrador, o Pai celestial, que os limpa com sua Palavra.

Vejamos o que Jesus diz sobre os 11 apóstolos:

“Vocês já estão limpos por causa da palavra que lhes tenho falado.” – João 15:3

Vejamos o que Ele diz sobre Judas Iscariotes, o discípulo traidor:

“Jesus respondeu: — Quem já se banhou não precisa lavar nada, a não ser os pés, pois, quanto ao mais, está todo limpo. E vocês estão limpos, mas não todos. Pois ele sabia quem era o traidor. Foi por isso que disse: “Nem todos estão limpos.” – João 13:10-11

Apesar de no Novo Testamento a videira, por ser o próprio Jesus, sempre produzir frutos, há um tratamento diferenciado para os ramos, dependendo de sua produção:

“Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto ele limpa, para que produza mais fruto ainda.” – João 15:2

“Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora, à semelhança do ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam.” – João 15:6

Que notícia maravilhosa e ao mesmo tempo temerosa. A videira do Novo Testamento, Jesus, existirá para sempre e jamais será queimada, como aconteceu com Israel. Portanto, precisamos ser ramos somente dessa videira para, como ela, permanecermos eternamente.

Ao mesmo tempo, precisamos entender que para produzirmos frutos precisamos permanecer na videira, o corpo de Cristo, sendo cuidados por Deus Pai, o lavrador, que nos limpa através de sua Palavra. Não é por menos que quando a igreja se reúne deve priorizar o ensino da Palavra de Deus.

Ao mesmo tempo, o ramo que não produzir, por não se alimentar da videira, pela mesma rebeldia que teve Jerusalém, será cortado e lançado ao fogo, que representa o destino eterno dos rebeldes, o inferno. Esta deve ser uma palavra de incentivo, mas também de alerta.

Que sejamos, pois, ramos da videira Jesus, habitados pelo Espírito Santo e produzindo os frutos de nosso arrependimento, isto é, uma vida cada vez mais dedicada a Deus, vidas individuais que representam o caráter dele, de integridade, justiça e santidade.

A Verdadeira Copa do Mundo

“E disse-lhes: Vão por todo o mundo e preguem o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado.” – Marcos 16:15-16

Acho interessante o ser humano: na busca da felicidade, realização e satisfação, busca subterfúgios e algo que lhe dê satisfação.

Nessa busca, a felicidade é encontrada inicialmente na busca desenfreada por dinheiro, poder e sexo, talvez os maiores poderes no mundo moderno sem Deus.

É o mesmo princípio daquele que busca satisfação nas drogas lícitas como álcool e cigarro ou mesmo nas drogas ilícitas.

Graças a Deus, hoje, dinheiro, sexo e poder são poderes quase que inteiramente dominados na minha vida. Ninguém está totalmente imune a cair e torná-los, ou mesmo um deles, seu senhor. Daí a necessidade de vigilância.

Com a educação que tive nunca consumi entorpecentes ilícitos e cigarro para mim se resumiu numa tragada quando queria impressionar uma garota fumante.

O mesmo, infelizmente, não digo com relação ao futebol. Lembro de atitudes vergonhosas que já cometi, me comportando como uma criança em razão do meu time predileto de futebol.

Há alguns anos a mesma paixão me dominava em época de Copa do Mundo. Era uma paixão, um acompanhar na TV, um consumir produtos. Lembro que chorei na conquista do Brasil em 1994, bem como na derrota de 1998.

Felizmente, há 20 anos a Copa do Mundo diz muito pouco para mim. Até converso a respeito, mas, para mim, neste Mundial de 2018 pouco importa o Brasil ser campeão ou não. Ver o Brasil conquistar o mundo no futebol é irrelevante. Claro que não chego ao exagero do torcer contra a seleção do meu país. Mas, sendo ou não campeão, nada mudará e, se mudar, quase sempre é para pior.

Porém, já há alguns anos, conquistar o mundo para Jesus tem sido cada vez mais importante para mim. Quando penso nas palavras de Jesus citadas no começo deste artigo: “Quem, porém, não crer, será condenado”, penso em quantas pessoas conheço que, biblicamente falando, se morressem hoje ou se Jesus voltasse, estariam perdidas ou, no mínimo, não se teria certeza do seu destino.

Ainda não cheguei a este ponto, mas desejo que dentro de mim exista a mesma urgência que vejo nas palavras de Paulo: “tudo faço por causa do evangelho” (1 Coríntios 9:23a).

Quando penso que a porta é estreita (Mateus 7:13-15), que a maioria será perdida, que Deus é paciente e Jesus não voltou por causa de sua paciência (2 Pedro 3:9), no que depender de mim não hesito em gastar dinheiro, gasolina, sola de sapatos e até arriscar amizades nesta Copa do Mundo que valerá pela eternidade e nós, como igreja, temos a missão de Jesus, isto é, um mundo a conquistar.

Este mundo começa no lar, no trabalho, na vizinhança, em nossa cidade, de onde sairão pessoas que, como dito no livro da revelação de Jesus, farão parte da “grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos.” – Ap. 7:9

Vamos gastar energia naquilo que valerá pela eternidade e amar o próximo de tal maneira que estejamos dispostos a nos sacrificar para lhes contar a boa notícia sobre Jesus terá reflexos não apenas por quatro anos, mas por toda a eternidade.