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ABSTENHAM-SE DE TODA FORMA DE MAL

1 Tessalonicenses 5:22 (NAA)

Antes de subir ao céu, ao incumbir seus discípulos da grande missão, Jesus disse sua famosa frase:

“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que tenho ordenado a vocês. E eis que estou com vocês todos os dias até o fim dos tempos.” – Mateus 28:18-20

Algo importante a destacar é que depois de fazer discípulos, estes deveriam continuar sendo ensinados a guardar tudo o que Jesus havia ordenado. E o próprio Jesus disse que alguns ensinamentos seriam dados posteriormente pelo Espírito Santo, já que os apóstolos ainda não estavam preparados para recebê-los (João 16:12). Por isso existe o livro de Atos, as cartas e o Apocalipse. Hoje em dia há uma tendência de fixar-se apenas nos evangelhos sob a alegação de que ali estão as palavras de Jesus. No entanto, os escritos de Paulo, Pedro, João e dos demais escritores do Novo Testamento também são os ensinos de Jesus passados pelo Espírito Santo e tão inspirados como as palavras encontradas nos evangelhos. Aliás, toda a Escritura, de Gênesis a Apocalipse, foi soprada por Deus aos escritores inspirados (2 Timóteo 3:16-17).

Dito isto, é importante separar que na Bíblia existem os ensinamentos diretos e claros, que não depende tanto de estudo e reflexão. É o caso do mandamento do batismo (Mateus 28:18-19), por exemplo, do adultério ser pecado (Mateus 5:27), da necessidade de congregar como igreja (Hebreus 10:25), entre outros.

Porém, há assuntos que não existe um mandamento expresso e claro nos evangelhos e nos demais escritos. Daí a necessidade de utilizarmos princípios da Bíblia e o texto que abre este artigo não é bem um mandamento, mas um princípio que vai depender de humildade, de sabedoria e desejo de agradar a Deus para aplicá-lo e saber onde aplicar:

“Abstenham-se de toda forma de mal”, diz Paulo em sua primeira carta aos tessalonicenses.

Há anos tenho utilizado esse e outros princípios para decisões importantes na minha vida e gostaria de compartilhar com você, meu irmão, minha irmã, que não precisa concordar com todas as conclusões que cheguei, mas é convidado a pensar.

A palavra “ABSTENHAM-SE” é traduzida de diversas formas nas traduções em português: “afastem-se” (VFL e NVI), “abstende-vos” (ARC), “evitem” (NTLH), “evitai” (Almeida Século XXI), “fiquem longe” (Pastoral).

A ideia dos escritos é “afastem-se de toda forma ou todo o tipo de mal”. Não é somente todo o mal declaradamente mal, escancarado (esse é relativamente fácil, o diabo chifrudo seria fácil de identificar), mas toda aparência do mal, que tem uma origem má, que sugere algo ou que leva a praticar algo mal.

Nos versículos anteriores há vários exemplos: não retribuir mal com mal, não desprezar as Escrituras, examinar tudo, retendo o que é bom. É como se o apóstolo quisesse dizer mais, que é resumido no texto em estudo – fujam, evitam, não somente o mal, mas toda aparência do mal.

Neste sentido, tenho utilizado em muitas áreas da minha vida e ensinado entre os irmãos as diversas aplicações para o “fujam, afastem-se, fique longe ou abstenham-se de todo o tipo ou forma de mal”.

Com estes esclarecimentos, quero fazer algumas aplicações para 1 Tessalonicenses 5:22

1. Festas de origem pagã, idólatra ou duvidosa.

Evidentemente, começo com a festa comemorada em nosso país nesta semana, o carnaval, festa no qual dos que saem na sexta-feira à noite para a folia, muitos não voltam para casa vivos em razão da violência a que estão submetidos, outros voltam doentes, portadores de doenças sexualmente transmissíveis (por isso o governo insiste no uso do preservativo), moças voltam  grávidas e com a responsabilidade de criar um filho não planejado e muitas recorrem ao aborto para se livrar do “problema”.

Não precisa pensar muito para ver a origem maligna dessas comemorações, que é dar vazão à carne e aos institutos pecaminosos do ser humano (Gálatas 5:19-21 e Mateus 15:18-20).

É lamentável ver grupos que se dizem cristãos criando blocos carnavalescos sob o argumento falacioso de que querem como Paulo “se tornarem tudo para todos” com o fim de ganhar alguns (1 Coríntio 9:22), aplicação de um princípio bíblico de forma distorcida.

Este ano a escola do meu filho avisou que em determinado dia haveria uma comemoração no pátio da escola do carnaval, uma festa tranquila entre crianças. Expliquei para ele que, apesar de concordar que seria uma festa equilibrada, a origem do carnaval em si não é Deus e por isso pedimos aos professores que naquele dia ele não fosse na escola.

Junto com o carnaval há festas de origem idólatra como as festas juninas, que devem ser observadas com bastante critério, pois muitas vezes está se cultuando os assim chamados santos Antônio, Pedro e João. Comemorações como de Cosme e Damião, entidades das religiões africanas, devem ser evitadas. 

Há ainda a festa de origem claramente pagã e demoníacas, como a festa de Halloween (Dia das bruxas) e, infelizmente vê-se até cristãos celebrando tal data, esquecendo que toda menção à bruxaria e feitiçaria é condenada na Bíblia (Gálatas 5:19 e Apocalipse 21:8). Alguns alegam seu caráter cultural, porém, na Bíblia, é a cultura que se submete ao evangelho e ao senhorio de Jesus, não o contrário (Atos 19:18-20).

Apesar de não podermos colocá-las sob o rótulo “formas do mal”, mesmo tratando-se de festas de origem cristãs como Páscoa e Natal, deve ser pensado até que ponto estamos lembrando dos feitos salvadores de Jesus ou entrando na onda do mundo religioso. Infelizmente o coelhinho da Páscoa e Papai Noel têm substituído Jesus na lembrança das pessoas. A única festa que ainda tento levar para o lado cristão é o Natal e mesmo esta festa, há alguns anos, tem perdido totalmente o seu propósito e talvez chegue o dia em que eu deixe de fazer qualquer menção a ela no mês de dezembro.

2. Decisões pessoais sobre cultura e lazer

Há anos não coloco uma gota de cerveja ou qualquer outra bebida alcoólica em minha boca pois não consigo ver ornar como uma atitude cristã entrar numa lanchonete, padaria e ver um discípulo de Jesus tomando cerveja com amigos. Além disso, uma latinha de cerveja é a origem de acidentes de transitas, brigas e assassinatos e tantas outras tragédias que poderiam ser evitadas se as pessoas simplesmente, ao invés de cerveja, tomassem um refrigerante ou água. Finalmente o álcool vicia e quero longe de mim qualquer coisa que vicia e pode me tornar (ou alguém dos meus familiares) dependentes.

Nunca fui a um motel com minha esposa dada a ideia de sexo ilícito que a palavra “motel” traz no Brasil. Um lugar em que posso fazer sexo lícito com minha esposa na mesma cama em que dois homossexuais também fizeram seu ato sexual, ou um marido traiu sua esposa com uma colega de trabalho ou secretária. Não entra na minha cabeça utilizar a mesma cama onde algo tão íntimo foi feito de maneira tão pecaminosa, ao meu ver uma forma de mal.

Temos incentivado nossos jovens a não utilizarem tatuagem, dada sua origem do mal, cultura perpetuada por pessoas rebeldes, muitos viciados em drogas, muitos deles que tiveram fins trágicos (AIDS contraída através de seringas e sexo ilícito, overdose de drogas, entre outros). Vejo com tristeza jovens cristãos aderindo a esse tipo de modismo, esquecendo que as únicas marcas que precisam ter no corpo, se necessário, são as marcas de Cristo, que Paulo carregava no seu corpo, marcas (escoriações e ferimentos) de quem sofreu pela causa do evangelho (Gálatas 6:17). Não julgo quem utiliza tatuagem (deixe que Deus faça isto), mas lamento a falta de critério e de bom senso de nossa juventude que contrariando os pais, a liderança da igreja e tantos conselhos de irmãos experientes, fazem uso da tatuagem numa atitude de rebeldia contra toda liderança, algo muito diferente do que Paulo ensinou aos jovens Timóteo e Tito (1 Timóteo 4:11-16 e Tito 2:7-8).

O mesmo digo aos jovens quanto a frequentarem as “baladas da vida”, muitas delas regadas a bebida, drogas, sexo ilícito e tantas outras obras da carne, não de uma pessoa nascido de novo da água e do Espírito (João 3:3).

Ainda no campo da forma do mal, há muitos anos não jogo nas loterias (mesmo as oficias patrocinadas pelo governo) e nem se fala no jogo do bicho (contravenção penal) por entender que não preciso fazer minha “fezinha”,  mas ter uma FEZONA inabalável no meu Deus e Criador, dono do ouro e da prata e que prometeu que quando eu o chamo Senhor, ele será, além de meu dono, meu protetor, meu sustentador, aquele que acrescentará todas as coisas que preciso (Mateus 6:33). Além do motivo de fé, as próprias lotéricas oficiais frequentemente são noticiadas como não totalmente seguras e dignas de toda a confiança daqueles que dela se utilizam.

Finalmente, ainda vejo nos times de futebol uma forma de mal, da ideia de destruir e subjugar o adversário, de idolatrar mais um time de futebol que o próprio Deus (já vi irmãos perdendo reunião da igreja por ser no mesmo horário do jogo do seu time). Além disso, quanta corrupção, lavagem de dinheiro e desonestidade se vê no campo do futebol (e dos esportes profissionais em geral).

Reconheço que todos os vícios este é o único que ainda não me libertei totalmente. Apesar de tentar encarar o futebol de forma saudável (apenas um time de futebol), tenho como meta num curto prazo não torcer para nenhum time de futebol. Hoje evito sair com a camisa do meu (ainda) time de futebol, pois não quero que nada atrapalhe meu relacionamento com uma pessoa a quem estou querendo ganhar para o Senhor Jesus.

Conclusão

Claro que há muito mais aplicações do que estas, mas vou terminando por aqui e repetindo outros princípios importantes encontrados nas Escrituras:

“Todas as coisas me são lícitas”, mas nem todas convêm. “Todas as coisas me são lícitas”, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas.” – 1 Coríntios 6:12-13

“Todas as coisas são lícitas”, mas nem todas convêm; “todas as coisas são lícitas”, mas nem todas edificam.” – 1 Coríntios 10:23

Que possamos irmãos, antes de qualquer atitude ou decisão nos perguntar:

1. Em meus passos, que faria Jesus? (1 João 1:6)

2. Isto convém a um discípulo fiel de Jesus?

3. Isto está me dominando, não consigo me livrar e tenho trocado algo mais importante (família, a Palavra de Deus, amigos etc.) por isso?

4. Esta minha atitude louva a Deus (Colossenses 3:17) e ajuda as pessoas que me veem nesta atitude a terem desejo de servir a Deus ou, caso sejam contra Deus, mostra a elas intimamente o quanto estão longe de Deus?

Meu desejo é que este artigo cause uma saudável reflexão. Tenho certeza de que mesmo os que não concordarem com minhas conclusões, mas são do Senhor, vão enxergar aqui o genuíno desejo de quem quer ser aprovado em primeiro lugar por Deus.

Que nos abençoe no desejo de servi-lo fielmente!