No último texto, apresentei um pouco sobre algumas ideias acerca da benignidade, hoje apresento sobre a bondade.
A bondade é a virtude da pessoa que não mede esforços para levar o bem aos outros e nunca o mal. O bondoso sempre estende sua mão para alguém. A riqueza dessa virtude está no interesse de gerar dentro de si o desejo de promover satisfação, alegria e bem estar aqueles que estão a sua volta, não considerando para isso, nenhum tipo de atributo daquele que irá receber, mas se importando apenas em favorecê-lo.
- Diferenciando bondade e benignidade
A bondade e a benignidade, como já estudamos, se diferenciam por uma linha tênue, que quase não dá para perceber a sua diferença. A benignidade é a manifestação de um caráter cordial que atrai o ser humano e a bondade põe em prática gestos e atos de doação para os outros, portanto a bondade está ligada com ação com o próximo.
O fruto do Espírito é visto em nossas vidas através dos nossos atos de bondade, justiça e verdade (Efésios 5:9) “pois o fruto da luz consiste em toda bondade, justiça e verdade” A bondade diz respeito à misericórdia, a justiça se relaciona com a retidão e a verdade se refere ao conhecimento. Um cristão tem a misericórdia de Deus latente em sua vida, e deve manifestá-la nas suas ações; assim como, viver em retidão, baseado no conhecimento da verdade.
Então, só produzimos bondade quando reconhecemos a bondade de Deus, nós sem Deus éramos
“Pois nós também, outrora, éramos néscios, desobedientes, desgarrados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros. Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos, não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna”. (Tito 3:3-7)
Reconhecemos que Deus é bom e nos espelhamos nisso, pois Ele tem mostrado o seu amor para conosco através de seus contínuos atos de bondade. Precisamos meditar na bondade de Deus, em Salmos 116:1 diz “Louvai ao SENHOR. Louvai ao SENHOR, porque ele é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre”. O Senhor é bom, porque a cada dia, é misericordioso comigo, mesmo eu errando e insistindo muitas vezes no mesmo erro, as misericórdias dele se renovam a cada manhã.
(Lamentações 3:22-23) “A benignidade do Senhor jamais acaba, as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade”.
O Espírito Santo produz bondade, Deus nos dá oportunidade de produzir algo que a natureza humana deseja, mas não consegue produzir por si só, é por isso que só conseguimos produzir o bem verdadeiro na presença do Espírito Santo, fora dele nossa inclinação é para a maldade e não para a bondade.
Uma ilustração bíblica para a bondade é a parábola do samaritano contada por Jesus em Lucas 10:25-37. Por esse homem ferido, passaram 3 homens, entre eles dois que não eram bons, porém, passou um homem que a bondade foi maior que os desdobramentos e custos de seu gesto, a sua bondade falou mais alto do que seus afazeres e compromissos. Os dois viajantes deram o que tinham para dar: nada, porque não eram bons. Podemos analisar as atitudes do samaritano e tirar algumas lições, portanto o bom samaritano:
- Aproximou-se do homem ferido (v.33)
- Teve compaixão (v.33)
- Atou-lhe as feridas aplicando azeite e vinho (v.34)
- Levou-o para um lugar seguro (v.34)
- Cuidou dele (v34)
- Pagou suas despesas (v.35)
Devemos exercer bondade com o nosso próximo, Jesus deixa bem claro que esse próximo independe de conhecimentos religiosos e conceitos que podem fazer com que nos consideremos melhores do que outros, por outro lado, devemos primeiramente ajudar nossos irmãos na fé
“Sendo assim, enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos, principalmente aos da família da fé”. (Gálatas 6:10)
Portanto, como exercer bondade?
Aqui vão alguns pontos para refletirmos
- Aproxime-se de seus irmãos/ãs, só assim você poderá desenvolver a bondade, conhecendo as necessidades do seu próximo
- Tenha compaixão, tenha relacionamentos baseados no amor, tenha benignidade.
- Cuide das feridas do seu irmão, daqueles que estão sofrendo
- Sempre tenha palavras de segurança, traga ele para perto de Deus
- Cuide do seu próximo, seja suporte espiritual e muitas vezes físico.
- Assista seus irmãos financeiramente (1 Jo. 3:16)
Devemos ser gentis, bondosos com quem está à nossa volta. O apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, escrevendo aos Gálatas orienta os cristãos: “E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecidos. (Gl 6:9).
Mesmo sendo um valor bíblico e definitivamente exemplificado em Jesus Cristo, é sem dúvida alguma um grande desafio para os cristão serem, na prática, benignos e bons.
Aqueles que são discípulos de Jesus estão em busca do Espírito Santo e das características que a presença de Deus produz na vida de uma pessoa. E a perspectiva do fruto do Espírito é justamente traçar esse parâmetro de como um cristão se relaciona com Deus, consigo mesmo e com o próximo.
Portanto, expressar a benignidade e a bondade são resultados da fé bíblica e da materialização do Evangelho através de um discípulo de Jesus Cristo, e isso, é extremamente necessário para quem almejar ser um bem-aventurado e estar no centro da vontade de Deus.
Gosto de pensar que a bondade nunca é vazia, ela exala como um perfume, se exalarmos a bondade de Cristo, o mundo conhecerá seu amor, assim como nossos irmãos, espalharemos a bondade a ponto de que ela motive o seu amigo/irmão a também exercer a bondade, ela é transformadora.
Que o Senhor nos abençoe para sermos bondosos com nosso próximo.