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DAR GRAÇAS A DEUS EM DIAS SOMBRIOS

INTRODUÇÃO

O que você faz nos dias sombrios? Nas dificuldades e quando os problemas batem à porta? Qual é a sua reação?

Vejamos algumas possíveis reações nos momentos de dificuldades e de dor.

Alguns ficam paralisados, outros ficam desanimados, há ainda aqueles que
abandonam a vida cristã e ainda existem pessoas que suportam com resiliência.

O EXEMPLO DE DANIEL

Vejamos a atitude do profeta Daniel quando soube de uma trama que podia tirar-lhe a vida:

“Quando Daniel soube que o documento tinha sido assinado, voltou para casa. Em seu quarto, no andar de cima, as janelas abriam para o lado de Jerusalém. Três vezes por dia, ele se punha de joelhos, orava, e dava graças diante do seu Deus, como era o seu costume.” – Daniel 6:10

Sugiro a leitura de todo o capítulo 6. Por se destacar Daniel é alvo de uma conspiração palaciana, que produz um edito real, proibindo qualquer pessoa de fazer petição a outro (homem ou divindade) que não fosse o rei persa Dario. Pena: ser jogado na cova dos leões.

Qual a reação de Daniel? Continua normalmente sua vida, inclusive sua devoção a Deus e três vezes por dia ele orava. E vejamos o conteúdo de sua oração. Ele dava graças diante de Deus.

Algo que séculos depois o apóstolo Paulo recomendou aos irmãos da igreja em Tessalônica:

“Em tudo, deem graças, porque esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus.” – 1 Tessalonicenses 5:18

O EXEMPLO DE MAX LUCADO

O escritor Max Lucado, num dos seus livros (não lembro qual) conta uma história que, mesmo depois de muitos anos após a leitura, chama-me a atenção.

Ele conta que numa reunião com amigos, por descuido deles, sua filha caiu numa piscina e não sabia nadar. Fatalmente o fim dela seria a morte. Até que um dos presentes naquele dia, percebendo a iminente tragédia, a socorreu.

À noite ele lembra que junto com a esposa orou: “Graças te damos pela sua bondade, generosidade e amor para conosco. Por ter salvado a nossa filhinha da morte!”

Max diz que depois pensou em Deus dizendo: “Se eu não tivesse salvado a sua filhinha da morte, eu seria menos bondoso, menos generoso e menos amoroso?” Isso marcou o famoso escritor.

O ESPÍRITO DOS AMIGOS DE JÓ

Somos bombardeados pelo meio religioso, que tem um espírito dos amigos de Jó: “Se você está sofrendo, pecou ou está sendo perseguido por Deus”.

Vejamos esse pensamento nas palavras do próprio Jó:

“Porque as flechas do Todo-Poderoso estão cravadas em mim, e o meu espírito sorve o veneno delas; os terrores de Deus se armam contra mim.” – Jó 6:4

No seu sofrimento, Jó imaginava Deus como um arqueiro com arco e flecha fazendo dele, o patriarca, o alvo. E as flechas ainda estão envenenadas.

O mesmo sentimento dos amigos de Jó teve Noemi quando perdeu o marido e seus dois filhos:

“A minha amargura é maior do que a de vocês, porque o Senhor descarregou a sua mão contra mim.” – Rute 1:13-b

Esse assunto é comentado em meu novo livro “Sofrimento & Justiça” da Editora Projeto Resgate, com 42 reflexões em torno do livro de Jó.

Antes que pensem que estou sugerindo que atiremos pedra no patriarca por aquela atitude, alerto que é uma maneira bem humana de encarar o sofrimento.

Em 2014 eu disse para Deus: “Estou ressentido com todos, inclusive com o Senhor” em razão da sua situação difícil que eu estava passando.

Hoje somos influenciados por esse pensamento, essa doutrina e vejamos os testemunhos que ouvimos no meio da igreja de Deus.

“Deus me livrou da morte, da doença, do desemprego, me livrou de um acidente fatal. Como Ele é bom!” Fica a pergunta de Max Lucado: “E se não fizesse isso, deixaria de ser bom?”

Olhemos o exemplo de fé dos amigos de Daniel algum tempo antes da situação que o profeta estava passando:

“Se o nosso Deus, a quem servimos, quiser livrar-nos, ele nos livrará da fornalha de fogo ardente e das suas mãos, ó rei. E mesmo que ele não nos livre, fique sabendo, ó rei, que não prestaremos culto aos seus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que o senhor levantou.” – Daniel 3:17-18

É esse tipo de fé que o Senhor deseja desenvolver em nós a ponto de podermos dar também outro tipo de testemunho:

“Graças a Deus pelo tempo em que estive internado. Foi tempo para pensar na vida, no tipo de pessoa que eu estava sendo e ainda compartilhar a fé no hospital.”
“Graças a Deus pelo tempo em que estive desempregado. Que oportunidade de compartilhar o evangelho na fila dos desempregados.”

O mundo evangélico é influenciado pelo espírito dos amigos de Jó. E a igreja de Deus também.

VOLTEMOS AO EXEMPLO DE DANIEL

Daniel sabia que a trama contra ele poderia lhe prejudicar e até tirar-lhe a vida. O que ele fez? Foi obedecer a Deus, tornando-se alvo fácil dos seus inimigos.
Como o profeta conseguiu permanecer fiel e ainda dar graças a Deus ante aquele problemão. Convido você a voltar no tempo e ler Daniel 1:8, 2:16-18
3:16-18.

O Senhor tinha agido no passado permitindo a Daniel que não se contaminasse com as finas iguarias do rei, tinha livrado Daniel e os magos da Babilônia da fúria de Nabucodonosor, havia livrado seus amigos da fornalha de fogo. Isto é, estava no controle daquelas situações e agora não seria diferente. Se Deus permitiu, o Soberano tinha um plano e Daniel conseguia descansar esperando em Deus.

A pergunta errada: “Por que isto está acontecendo comigo, Deus?”
A pergunta certa: “O que o Senhor quer me ensinar ao permitir que eu passe por isso?”

Resposta:mais dependência, mais santidade, mais confiança, menos orgulho e mais humildade, tornando-me co-participante da natureza divina conforme 2 Pedro 1:4.

A igreja primitiva também entendeu isso. Leia Atos 4:23-30. Após Pedro e João serem soltos, eles louvam a Deus e vejamos o versículo 24:

“Ouvindo isto, unânimes, levantaram a voz a Deus e disseram: — Tu, Soberano Senhor, fizeste o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há!”

A razão da fé de Daniel e da igreja primitiva era saber e acreditar que o Senhor continuava reinando soberanamente, especialmente nos momentos de sofrimento e dor, nos dias sombrios.

Sendo exaltados ou humilhados, tenhamos o pensamento de João Batista:

“João respondeu: — Ninguém pode receber coisa alguma se não lhe for dada do céu.” – João 3:27

EM TUDO DAI GRAÇAS – 1 Tessalonicenses 5:18, é um princípio de vida.

Original grego: Em tudo daí graças; esta pois vontade de Deus em Cristo Jesus para vós”.

Volte aos versículos 14-17 que ensinam qual a vontade de Deus para a vida da igreja. Em primeiro lugar, dar graças a Deus pela vontade de Deus que é boa, agradável e perfeita (Romanos 12:2).
Podemos, porém, aplicar de outra forma também.

Dar graças a Deus em meio às doenças, não por causa delas…
Dar graças a Deus em meio ao desemprego, não por causa dele…
Dar graças a Deus em meio ao luto, não por causa dele.

Qual a razão disso? O dito por Daniel e pelos apóstolos: Deus é soberano sobre aquela situação e nada, absolutamente nada, sairá do controle de suas mãos. E Ele nos ama e sempre agirá para o nosso bem (Romanos 8:28).

APLICAÇÃO PRÁTICA

Como dar graças a Deus nos dias sombrios?

1. Acreditando na Palavra de Deus;
2. Lembrando do que Deus já fez na vida dos outros, como os heróis da fé de todas as épocas;
3. Lembrando do que Deus já fez em nossa vida;
4. Tendo paciência para permitir que Deus trabalhe em nós, conforme Paulo diz em Filipenses 4:11 – Aprendi a viver contente em qualquer situação. É um aprendizado. O Daniel de capítulo 6 é um ancião de 85 anos e não o Daniel com cerca de 15 anos quando chegou na Babilônia. Tenhamos, portanto, paciência conosco, a boa obra irá se completar apenas no dia de Cristo Jesus (Filipenses 1:6).
5. Não nos deixando levar pelos sentimentos – Sintamos, contemos para Deus e irmãos maduros na fé, mas decidimos acreditar e viver por fé.

Não vivemos pela razão, vivemos por fé em Deus e na Palavra dele.

Mais um trecho do meu livro: Se Já soubesse do fim, do que aconteceria no capítulo 42, teria descansado mais, reclamado menos, pois como o patriarca mesmo disse, seu Redentor vive e no final se levantaria (Jó 19:6).

CONCLUSÃO

Dar graças a Deus nos dias sombrios.
É possível, sim. Jesus fez isso em João 12:27-28.
Mas é um aprendizado pela vida inteira.
Aprendamos a testemunhar os feitos de Deus não somente no livramento, mas durante as tempestades na vida que venhamos a passar.