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AS REGRAS DO JULGAMENTO FINAL

AS REGRAS DO JULGAMENTO FINAL


Uma certeza que todos deveriam ter é que haverá um julgamento final. Essa certeza decorre do conhecimento da Palavra de Deus. Todos têm a certeza de que, em determinado momento, Jesus veio para a terra; isso é indiscutível, e diversos eventos seculares atestam sua presença e vida no primeiro século. Inclusive, ao chamarmos de 1º século, delimitamos os acontecimentos antes e depois de Cristo.

Apesar das teorias que questionam a existência de Jesus como uma invenção, a esmagadora maioria dos estudiosos, sejam eles homens de fé ou ateus, considera essa tese como bobagem. A figura de Jesus pode ter incorporado elementos de mitos antigos, mas dispomos de informações historicamente confiáveis sobre Ele, provenientes de fontes cristãs, judaicas e pagãs (Artigo publicado no G1).

Jesus, então, voltará, e sua segunda vinda não será amistosa como a primeira. Ele retornará com os anjos de seu poder para tomar vingança contra aqueles que não conhecem a Deus e não obedecem ao evangelho (2 Ts 1:6-10). Portanto, conhecer a Deus e obedecer ao evangelho será um critério para o julgamento.

“⁷ …quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder,
⁸ em chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus.
⁹ Estes sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder” (2 Tessalonicenses 1:7-9).

Quem conhece a Deus compreenderá o que Deus fez por meio de Jesus – sua vida, morte, sepultamento e ressurreição, ou seja, o evangelho (1 Co 15:1-4).

“¹ Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais;
² por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em vão.
³ Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras,
⁴ e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (1 Coríntios 15:1-4).

É preciso obedecer ao evangelho por meio do batismo (Rm 6:3-11). Sim, evangelho e batismo são a mesma coisa. Paulo afirmou que o evangelho salva, e se o batismo é obediência ao evangelho, então o batismo salva. A obediência ao evangelho, conforme lemos em 2º Tessalonicenses, será necessária para a salvação. Deixe de lado a tradição e a teologia e fique com o evangelho puro, conforme está escrito.

Os discípulos de Cristo, ao lembrarem na ceia a morte, sepultamento e ressurreição de Jesus, recordam que também participaram desse processo. Morreram com Jesus, foram sepultados com Ele nas águas do Batismo e ressuscitaram com Ele. Agora, devem viver uma nova vida. Embora não seja fácil, tudo que é fácil carece de valor, não tem preço e não vale nada. O que é difícil, manter-se fiel, é o que possui grande valor. Não será fácil, mas por isso é precioso.

O julgamento será justo, pois Deus já estabeleceu as regras. A justiça que Ele utilizará é evidenciada nas palavras de Jesus em João capítulo 12, versículo 48:

“Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras já tem quem o julgue. As próprias palavras que tenho falado o julgarão no último dia.”

Para entender o que Deus utilizará a favor ou contra você, comece a ler os evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João. Comece por aí; são exatamente as palavras de Jesus que serão usadas para absolver ou condenar. Além da leitura, obedeça ao evangelho; há apenas uma maneira prática de obedecer ao evangelho.

Outra certeza que todos nós precisamos ter é que compareceremos perante o Tribunal de Cristo. Um dia, teremos uma reunião lá em cima, e embora o dia esteja marcado, não sabemos quando. Todos compareceremos perante o Tribunal de Cristo para responder pelo bem ou mal que praticamos através do corpo (2 Co 5:10).

“Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo” (2 Coríntios 5:10).

Já que a volta de Cristo e o julgamento final é certo, garanta a sua salvação através da obediência ao evangelho e que Jesus venha para confirmar a sua certeza da esperança, fé e amor.

Perdão de Pecados

Todo ser humano procura segurança, paz e tranquilidade. É natural procurarmos vidas fáceis e, até na busca frenética desta ilusão, nos deixamos levar por mentiras e enganações. Quem de nós não gostaria de ter a mesma afirmação do salmista ao dizer:

“Em paz me deito e logo pego no sono, porque, Senhor, só tu me fazes repousar seguro” – Salmos 4:8

Este mesmo salmo questiona o homem perguntando “até quando?” No verso 2, o salmista questiona a busca por vaidade e mentira pelos homens, pedindo que reconheçam a glória do Senhor. No verso 3, destaca-se a confiança de que o Senhor distingue o piedoso e ouve as súplicas. No verso 4, há um conselho para irar-se, mas não pecar, e buscar tranquilidade no coração. O verso 5 incentiva a oferecer sacrifícios de justiça e confiar no Senhor.

ONDE COMEÇA O PERDÃO?

Se você, como eu, quer se deitar e logo pegar no sono sem nenhuma dificuldade seja por causa do cansaço da vida, dos remorsos e arrependimentos, das preocupações e ansiedades, tudo tem que começar com uma alma leve e limpa de todo pecado.

No Velho Testamento eram oferecidos sacrifícios pessoais como expiação do pecado, anualmente o sumo sacerdote intercedia pelo povo com o sangue de animais, arrependimento e confissão eram necessários e até os pobres podiam fazer um sacrifício reduzido para justificarem seus próprios pecados.

Nos sacrifícios do Velho Testamento era necessário um sacrifício de um cordeiro novo, de um ano, puro e perfeito. Sinalizava para o Cordeiro de Deus, Jesus que daria sua vida pelo pecado da humanidade. Por isso Jesus foi morto, sepultado e ressuscitou (1 Co 15:1-4 – isto é o evangelho) e nós devemos obedecer o evangelho e também morrer, ser sepultados e ressuscitar (Rm 6:3-11) para que, no batismo, tenhamos perdão total dos pecados (Atos 2:36-42).

Resumimos o perdão dos pecados neste processo: Ouvir e ter fé no evangelho, arrepender dos pecados, confessar Jesus como Senhor e confessar (reconhecer) os seus pecados, ser batizado e perseverar.

Uma vez salvo no batismo, é necessário desenvolver a salvação com temor e tremor, fazendo tudo sem murmuração e preservando a palavra da vida (Fp 2:12-16). Porque enquanto vivos, corremos o risco de perder a salvação.

PERDÃO DOS PECADOS DEPOIS DO BATISMO

O batismo é chamado de nova vida. Você tem a segunda chance que sempre quis, agora, precisa desenvolver a sua salvação. Precisa aprender tudo de novo: falar, andar, se alimentar, etc. Tudo de acordo com a vontade de Deus. Você tem que dar um basta na vida libertina que é prática o pecado.

“Vocês já gastaram bastante tempo fazendo o que os pagãos gostam de fazer. Naquele tempo vocês viviam em sensualidade, paixões, embriaguez, orgias, bebedeiras, e também na detestável adoração a ídolos.” (1 Pedro 4:3 – VFL)

Você tem que buscar aquela autenticidade da santidade porque Deus nos chama para ser santos como Ele é Santo! Não significa que você não vai mais pecar, significa que você vai lutar contra o pecado, lutar para amadurecer e, quando pecar, você vai seguir o processo de perdão.

Qual a diferença entre nós e as pessoas que não obedeceram o evangelho? A diferença é Jesus que justifica a todos os que Nele confiam e mostraram sua confiança pela fé e obediência começando no batismo. A diferença é que quem está no mundo, fazendo as vontades das pessoas e dos próprios desejos conta sempre “mais um” pecado. Quem está em Cristo, também peca, e conta “menos um” pecado porque tem purificação em Cristo constantemente. Quem está em Cristo não deve e não precisa acumular pecados.

CONFESSE OS SEUS PECADOS E OREM

Uma atitude para quem está em Cristo é se arrepender sempre e saber que não está sozinho, isto é, procure pessoas justas e conte com as orações deles. Talvez você não queira dizer qual o seu pecado, mas precisa confessar para alguém e, porque o pecado nos constrange, precisamos de ajuda em oração e Deus, ouve a oração dos justos.

“Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor. E a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.” (Tiago 5:14-16)

ANDE NA LUZ

Andar na luz é necessário para que os nossos pecados sejam perdoados. Andar na luz não é um conceito abstrato e esotérico, mas muito prático. Pense: onde Deus está? Claro que ele está no que compreendemos como céu, mas pense um pouco mais e encontre o Senhor.

Jesus disse onde Ele estaria

“Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra terá sido ligado nos céus, e tudo o que desligardes na terra terá sido desligado nos céus. Em verdade também vos digo que, se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer coisa que, porventura, pedirem, ser-lhes-á concedida por meu Pai, que está nos céus. Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles” (Mateus 18:18-20)

Onde Jesus está, Deus está! Então, andar na luz, é andar com aqueles que se reunem em nome de Jesus. O apóstolo João foi muito mais claro e direto dizendo isso.

“Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1 João 1:7)

Então, mais uma atitude prática para ser perdoado dos pecados: andar na luz, isto é, manter comunhão com aqueles que ouviram e tiveram fé no evangelho, se arrependeram dos pecados e confessaram Jesus como Senhor, obedeceram o evangelho pelo batismo e estão sendo fiéis.

PERDOE PARA SER PERDOADO

O terceiro passo abordado neste artigo é perdoar. Sim, este foi um dos primeiros mandamentos de Jesus. Se você orar pedindo perdão, mas você mesmo não estiver disposto a perdoar, como é que Deus vai tratar você? Na oração que Jesus ensinou, este foi o único ponto em que ele, depois do amém, parou para explicar.

“…e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal [pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém]! Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas.” (Mateus 6:12-15)

Nem suas ofertas serão aceitas se você não contemplar o perdão. Se tem alguma oferta, ela se torna nula por falta de perdão.

“Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta. Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás com ele a caminho, para que o adversário não te entregue ao juiz, o juiz, ao oficial de justiça, e sejas recolhido à prisão. Em verdade te digo que não sairás dali, enquanto não pagares o último centavo” (Mateus 5:23-26)

CONCLUSÃO

Em resumo, a busca pelo perdão dos pecados é uma jornada contínua que abrange elementos como arrependimento, fé, batismo, comunhão e perdão mútuo. Inspirados pela confiança do salmista em encontrar repouso seguro em Deus, os crentes são desafiados a abraçar o evangelho, reconhecendo o sacrifício de Jesus como o cumprimento perfeito dos rituais do Velho Testamento. O compromisso pós-batismo inclui a manutenção da comunhão, o desenvolvimento de uma vida em conformidade com a santidade e a prática constante do perdão, refletindo a reciprocidade fundamental desse processo na busca pela reconciliação com Deus e com o próximo.

Assim, ao trilharmos esse caminho, não apenas experimentamos a remissão dos pecados, mas também nos deparamos com a promessa de uma transformação contínua e uma vida restaurada pela graça e misericórdia divinas.

Se você ainda não obedeceu ao evangelho por meio do batismo, faça-o para obter perdão total de seus pecados e voltar a ser como uma criança diante de Deus, ou seja, puro. Se já foi batizado, confesse seus pecados a alguém que seja justo diante de Deus e confiável diante das pessoas. Ore e peça ajuda em oração a essa pessoa. O segundo passo é andar na luz, mantendo comunhão no culto com aqueles que confessam sua dependência no evangelho e lembram disso através da Ceia do Senhor. Finalmente, conforme abordado neste artigo, perdoe para ser perdoado.

Lave os Pés Antes de Dormir

Lave os Pés Antes de Dormir

Na casa dos meus avós não tinha energia elétrica enquanto eu era criança. O dia terminava cedo. O sol se punha lá pelas 18h e a lamparina ficava acesa até umas 20h. Antes de escurecer era hora de tomar banho, mas ainda não íamos dormir. Tinha o jantar e depois as prosas, algum tio meu tocava violão, meu avô contava uma das suas muitas histórias e nós ríamos e criávamos laços profundos.

Lá pelas 20h, era hora de dormir, pois eles acordavam cedo. Então, antes de dormir, já estávamos com os pés sujos. Muitas partes da casa não tinha nem sequer revestimento e os pés sujariam a cama. Ao lado da cama minha avó colocava uma bacia com água morna e lavava os nossos pés antes de dormir, pois já tínhamos tomado banho…

Jesus, Senhor e Mestre

Minha avó era mais importante do que eu, mas ela lavou os meus pés muitas vezes. Um dia Jesus, o Senhor e Mestre, fez o mesmo e lavou aos pés de todos os discípulos. Pedro relutou em aceitar a gentileza e gesto de humildade do Senhor e Mestre Jesus. Mas finalmente ele concordou.

“Então Pedro disse: — O senhor nunca lavará os meus pés! Ao que Jesus respondeu: — Se eu não lavar, você não terá parte comigo. Então Pedro lhe pediu: — Senhor, não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça. Jesus respondeu: — Quem já se banhou não precisa lavar nada, a não ser os pés, pois, quanto ao mais, está todo limpo. E vocês estão limpos, mas não todos. Pois ele sabia quem era o traidor. Foi por isso que disse: “Nem todos estão limpos.” (João 13:8-11)

Depois Jesus explicou porque Ele tomou a iniciativa de lavar aos pés de todos, inclusive de Judas que estava sujo como se nunca tivesse tomado banho.

Jesus deu o exemplo para seguir. Ele disse:

“Se eu, o Senhor e o Mestre, lavei os pés de vocês, vocês também devem lavar os pés uns dos outros”. (João 13:14)

Este versículo faz parte da narrativa do Evangelho de João, que descreve a última ceia de Jesus com seus discípulos antes de sua crucificação.

Neste momento, Jesus faz um gesto surpreendente e humilde ao lavar os pés dos discípulos. Isso era algo que normalmente era feito pelos servos ou pelos mais baixos na escala social, mas Jesus, como o Messias e o Mestre, assumiu este papel para mostrar aos seus seguidores o que significa servir uns aos outros.

O versículo de João 13:14 nos lembra da importância de praticarmos a humildade e o serviço aos outros. É fácil ficarmos orgulhosos de nossas realizações e posição social, mas Jesus nos chama a seguir o seu exemplo e colocar o bem-estar dos outros à frente do nosso próprio interesse. Isso pode incluir coisas simples, como ajudar um amigo em necessidade ou oferecer um ombro amigo para alguém que está passando por um momento difícil.

Além disso, o versículo de João 13:14 nos lembra da importância do perdão e da reconciliação. Jesus lavou os pés dos discípulos, mesmo aqueles que duvidavam dele ou que o trairiam. Ele nos mostra que devemos perdoar aqueles que nos magoam e buscar a reconciliação com aqueles com quem estamos em desacordo.

Em resumo, o versículo de João 13:14 nos chama a seguir o exemplo de Jesus e a servir uns aos outros com humildade e amor. Isso pode parecer um desafio em nossa sociedade individualista, mas é uma parte importante da mensagem cristã e um caminho para vivermos vidas plenas e satisfatórias.

Conclusão

Você já lavou o corpo todo? Se você não lavou porque não acredita que o batismo não tira os pecados, então você precisa lavar, mas se já lavou, só precisa ter seus pés lavados e lavar os pés dos outros.

Este evento nos ensina sobre perdão. Não precisa ter água e nem sequer lavar só os pés uns dos outros. Lave os pés de todos que você conhece antes que sejamos chamados para dormirmos no Senhor.

CIRCUNCIDADO E BATIZADO O CORAÇÃO

“Deixem-se circuncidar para o Senhor; circuncidem o seu coração, ó homens de Judá e moradores de Jerusalém, para que o meu furor não saia como fogo, por causa da maldade do que vocês fazem, e queime, sem que haja quem o possa apagar.” – Jeremias 4:4

Esta semana comecei a ler o livro de Jeremias, o chamado profeta chorão, que durante anos pregou objetivando o arrependimento do povo de Deus no Velho Testamento antes do exílio babilônico.

A circuncisão, aquela cirurgia que todo israelita do sexo masculino realizava no prepúcio do órgão genital, durante séculos, foi a marca da aliança feita por Deus com Abraão e sua descendência (Gênesis 17:10-14). Abraão tinha 99 anos quando a realizou (Gênesis 17:24).

Os judeus eram orgulhosos da circuncisão e inclusive chamavam de incircuncisos, de forma pejorativa, todos os não judeus, especialmente os filisteus, seus inimigos (1 Samuel 17:26).

O problema é que, com o tempo, a circuncisão em si, bem como todas as leis dadas por Deus como o sacrifício de animais, a guarda do sábado, o dízimo, o jejum, entre outros, ganharam um valor pelo ato em si e não como deveria ser, a marca da aliança de Deus com seu povo que, como consequência, viveria em retidão e justiça diante do seu Deus, obediente a Ele e especialmente amando ao próximo.

“Portanto, circuncidem o coração de vocês e deixem de ser teimosos.” – Deuteronômio 10:16

Por isso, os profetas começaram a falar, como Jeremias, da necessidade do povo circuncidar o seu coração, isto é, não bastava ser fisicamente circuncidado, precisava ser espiritualmente e internamente consagrado a Deus.

O apóstolo Paulo, no Novo Testamento, repete esta mesma ideia:

“Porque não é judeu quem o é apenas exteriormente, nem é circuncisão a que é somente na carne. Porém judeu é aquele que o é interiormente, e circuncisão é a do coração, pelo Espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede de seres humanos, mas de Deus.” – Romanos 2:28-29

Na Nova Aliança uma nova circuncisão foi introduzida e ela acontece no momento do batismo, o novo nascimento, após crermos em Jesus como nosso Senhor e Salvador, confessarmos a Ele, nos arrependermos dos nossos pecados e sermos imersos nas águas em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

“Nele também vocês foram circuncidados, não com uma circuncisão feita por mãos humanas, mas pela remoção do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo, tendo sido sepultados juntamente com ele no batismo, no qual vocês também foram ressuscitados por meio da fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos.” – Colossenses 2:11-12

Hoje em dia acontece de muitos cristãos acreditarem que simplesmente por serem batizados, está tudo bem. Que não há a necessidade de uma mudança de vida, o batismo, como a circuncisão para os judeus, tornou-se um fim em si mesmo. O apóstolo Paulo, mais uma vez, corrige essa ideia equivocada:

“Fomos sepultados com ele na morte pelo batismo, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também nós andemos em novidade de vida.” – Romanos 6:4

Desta forma, como Jeremias incentivou o povo de Deus na sua época a serem circuncidados de coração, hoje em dia precisamos também pregar a muitos cristãos a necessidade de um batismo de coração, que sem um genuíno novo nascimento, sem uma mudança de vida, sem o ser uma nova criatura, utilizando o poder do Espírito Santo, o batismo torna-se apenas um banho mal tomado. Jesus precisa ser não somente o Salvador, mas também o Senhor diária da vida daqueles que o confessam e são batizados.

A gente vê “cristãos”, que foram batizados, mas ano após ano, as manias, os pecados, os valores, as atitudes, permanecem as mesmas, numa demonstração de que não tornaram-se verdadeiramente novas criaturas (2 Coríntios 5:17).

Olhemos o que a circuncisão representou no Velho e no Novo Testamento:

“Agora, pois, se ouvirem atentamente a minha voz e guardarem a minha aliança, vocês serão a minha propriedade peculiar dentre todos os povos. Porque toda a terra é minha, e vocês serão para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa.” – Êxodo 19:5-6

“Àquele que nos ama e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados, e nos constituiu reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai, a ele a glória e o domínio para todo o sempre. Amém!” – Apocalipse 1:5-6

Que da mesma maneira que a circuncisão para um judeu fiel, a imersão nas águas venha nos levar a viver em santidade de vida, de forma íntegra, santa e justa diante de Deus e das pessoas também (Lucas 2:52).

É isto que precisamos viver e também pregar a todos os que nos procuram querendo saber como serem fiéis seguidores de Jesus. Que antes do batismo sejam formados verdadeiros discípulos do Senhor Jesus.

“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que tenho ordenado a vocês.” – Mateus 28:19-20

Não vamos nos enganar dizendo: “fui batizado há tantos anos” se esse ato bíblico não representou em nós o viver em novidade de vida.

É Por Deus e para Deus

“Mas Samuel não gostou desta palavra, quando disseram: ‘Dê-nos um rei, para que nos governe.’ Então Samuel orou ao Senhor. E o Senhor disse a Samuel: — Atenda à voz do povo em tudo o que lhe pedem. Porque não foi a você que rejeitaram, mas a mim, para que eu não reine sobre eles.” – 1 Samuel 8:6-7

Sempre me chamou a atenção o fato de Samuel ter se aborrecido com o povo de Israel quando este pediu um rei para sucedê-lo. O profeta levou o pedido para o lado pessoal e sentiu-se rejeitado pela nação.

A resposta sábia de Deus foi: “Porque não foi a você que rejeitaram, mas a mim, para que eu não reine sobre eles.” (vs. 7-b) Este é um verdadeiro princípio e lição para todo servo de Deus, que se afadiga na pregação do evangelho, que está servindo o reino de Deus e no seu serviço lida com pessoas e está sempre sujeito a ser rejeitado. Isso ocorre mesmo tendo intenções tão boas de levar àqueles a quem estão servindo mais próximos de Deus. Quando as pessoas rejeitam a mensagem do evangelho que pregamos ou mesmo nossa ajuda, devemos ter essa palavra de Deus em mente: “Não somos nós os rejeitados, é a Palavra de Deus ou mesmo o próprio Deus que está sendo rejeitado”. E mais, o trabalho é dele, não nosso, simples instrumentos em suas mãos.

Já vivi a experiência de gastar tempo, dinheiro, energia, tentando compartilhar o evangelho para muitas pessoas. E é uma alegria quando ouvimos: “Entendi a mensagem de Deus, quero ser batizado (a)”. Já ouvi isso várias vezes e confesso que nada me deixa mais alegre do que ouvir essas palavras, pois sei que a vida daquela pessoa dará um salto rumo à eternidade com Deus na volta de Jesus.

Porém, há outras respostas que causam tristeza: a pessoa vai se afastando, desmarca os encontros, parece não mais interessada ou mesmo diz verbalmente: “Entendi a mensagem, mas no momento não é isso que quero para mim”. Alguém já me disse: “Quero viver a vida do meu jeito primeiro”.

Também acontece de nos preocuparmos com amigos que estão vivendo momentos difíceis na vida e irmãos em Cristo que estão se afastando aos poucos de Deus. Vamos atrás e às vezes somos mal recebidos, até mesmo ignorados ou rejeitados. Uma vez fui visitar uma pessoa que se afastava de Deus e ela pulou o muro da casa para não falar comigo. Outro baixou o volume da TV, ficou quietinho e me deixou tocando a campainha até desistir.

Atitudes como essas podem nos deixar irritados com as pessoas, ressentidos e magoados. Ou podemos, de forma sábia, raciocinar como Deus instruiu a Samuel: “Não estão rejeitando a você (deixa de se achar tão importante assim, eu acrescentaria), mas a mim e a minha palavra”. Internalizar isso no coração já me livrou de amarguras e ressentimentos desnecessários.

Paulo diz em Colossenses 3:23-24: “Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor e não para as pessoas, sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo.”

Sim, nosso trabalho é de formiguinha, nosso poder é limitado, mas, motivados por amor a Deus e a seu povo, daremos o nosso melhor, Deus será glorificado e o reino de Deus edificado.

Nota: artigo publicado na edição de maio de 2020 do boletim informativo das igrejas de Cristo em Guarulhos, Amo Jesus – Porque ele me amou Primeiro, que trouxe o tema geral “Trabalho de formiguinha”.
 

Dever de Consciência

“É necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa do temor da punição, mas também por dever de consciência.” (Romanos 13:5)

Este verso ajusta perfeitamente com a descrição do batismo bíblico dada pelo apóstolo Pedro:

“o batismo, agora também vos salva, não sendo a remoção da imundícia da carne, mas a indagação de uma boa consciência para com Deus” (1 Pedro 3:21)

No verso anterior confirmamos que a autoridade é “ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal” (Romanos 13:4); mas não temos que nos sujeitar as autoridades que foram instituídas por Deus por medo de sermos surpreendidos em alguma transgressão e assim recebermos punição. O cristão não precisa temer, pois anda retamente; quem precisa temer é quem anda desordenadamente.

Os cristãos – aqueles que conscientizaram de seus pecados e em conseqüência se entregaram a Jesus em obediência ao batismo – se submetem as leis estabelecidas pelas autoridades, não por medo de serem surpreendidos em alguma falta e assim serem punidos pelo erro, mas se submetem “por dever de consciência” para com Deus. A nova consciência adquirida no batismo, no…

“lavar regenerador e renovador do Espírito Santo” (Tito 3:5)

A consciência do cristão é uma consciência regenerada; uma nova consciência perante Deus. É a certeza e a convicção na onipresença de Deus que o move a buscar sempre fazer a vontade de seu Criador que a tudo vê (Hebreus 4:13).

O cristão tem um compromisso com Deus assumido no dia do seu batismo, quando se entregou a Jesus Cristo como seu único Senhor e Salvador: Andar segundo os desígnios de Deus em todas as áreas de sua vida e assim o bendizer, glorificar e exaltar o Seu santo e glorioso nome.

O Batismo – O Início de Nossa Identificação Com Cristo

“Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentro os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida” (Romanos 6:4)

O batismo é um assunto desvalorizado hoje no mundo religioso, mas as Escrituras Sagradas lhe dão muita importância. É um assunto através do qual a igreja de Jesus se destaca, uma vez que o valoriza, enquanto para a maioria das denominações religiosas se trata apenas de uma manifestação externa de uma realidade já alcançada, ou seja, a salvação. Nas páginas do Novo Testamento o batismo é o início da vida cristã, uma vez que é chamado de novo nascimento (João 3:3). Jesus é explícito ao dizer que ninguém entra no reino de Deus sem nascer da água e do Espírito.

É quando se inicia a nossa identificação com o Senhor, uma vez que o batismo representa a morte, sepultamente e ressurreição de Cristo. Ou seja, a salvação começa no momento de sua ministração. Além disso, o batismo é a demonstração de fé no poder de Deus (Colossenses 2:12), inclusive este texto é mais claro ainda quando fala de nosso sepultamente e ressurreição em Cristo. Já o apóstolo Pedro faz uma alegoria entre o batismo e a salvação de Noé e sua família no dilúvio (1 Pedro 3:18-21): ele é claro ao dizer que o batismo nos salva e nos faz ter uma boa consciência para com Deus, por meio da ressurreição de Jesus Cristo.

O batismo é tão importante que somente uma pessoa consciente de seus pecados, que se arrepende e confessa Jesus como Senhor de sua vida pode recebê-lo (Atos 2:38 e Romanos 10:9-11). Estes textos mostram claramente que ele não deve ser ministrado a crianças.

Além disso, como aconteceu com o Senhor Jesus, no momento do batismo recebemos o Espírito Santo, nosso selo e penhor para o dia da volta de Cristo e aquele que habitará em nós até a volta do Senhor, nos capacitando a viver uma vida de santidade (Mateus 3:16, Efésios 1:13-14, Romanos 8:12-15 e 2 Coríntios 3:17-18).

Além dos diversos textos que mostram a importância do batismo, também há os exemplos. No livro de Atos, escrito que mostra as práticas da igreja primitiva, vemos que sempre que alguém se convertia a Jesus, naquele mesmo momento já era batizado. Assim aconteceu com os quase 3 mil no capítulo 2, com os ouvintes de Filipe em 8:12, o eunuco em 8:36-39, Paulo em 9:18 e 22:22, Lídia em 16:14-15, o carcereiro em 16:30-33, entre outros.

Preocupa-me quando vejo irmãos marcando datas para serem batizados, para que a data coincida com seu aniversário ou seja num local específico, como o Acampamento Monte das Oliveiras. Isto demonstra certa falta de conhecimento na importância do batismo, pois sem ele não há salvação garantida e assim, quando se entende que é perdido, precisa de um Salvador, confessa Jesus como Senhor e Salvador, arrepende-se dos pecados o próximo passado é descer às águas o mais rápido possível. Sem titubeios nem hesitações.