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Depressão é Falta de Deus?

Quando escolhemos o tema deste mês, “O Cristão e a depressão”, sabíamos que falaríamos de um assunto bem polêmico na atualidade. No passado as pessoas até passavam pela depressão, mas não sabiam.
De um lado, alguns entendem que apenas um período deprimido já pode ser considerado como um quadro depressivo.

Os psicólogos falam que a depressão mesmo, não se resume a momentos que passamos de tristeza, angústia, mas por algo mais crônico que pode começar, sim, por tristeza e melancolia, mas tornar-se permanente e crônico e pode levar a doenças físicas e até mesmo ao suicídio.

A resposta para a pergunta que dá título a este artigo também, com certeza, vai gerar reações e muitos não concordarão, mas vamos lá.

Sim, a depressão é falta de Deus – Outro dia alguém, numa mensagem, afirmou isto e, em parte, ele tem razão.

A depressão, como todas as outras doenças, têm como gênese a queda do ser humano ocorrida no jardim do Éden. Lá no Éden a terra foi amaldiçoada, passamos a ser mortais, e nossa natureza decaiu pois entrou o pecado (Gênesis 3).

Desta maneira, nossos problemas físicos e psicológicos advêm, sim, da falta de Deus, que foi a queda lá no início. Perdemos a comunhão que tínhamos com o nosso Criador e dentro de nossa alma há um buraco tão profundo que nada pode preencher. As pessoas tentam preencher esse buraco com fama, poder, dinheiro, sexo, entre outros, mas não preenche. Esse buraco é enorme, produzido pelo pecado, e somente Deus é grande o suficiente para preencher. Nisto está a origem das doenças, a depressão incluída.

Não, a depressão não é falta de Deus – Por outro lado, olhando a história bíblica, grandes homens de Deus, que mantinham uma comunhão constante com Ele, passaram por pequenos e até grandes períodos de melancolia e tristeza e alguns deles, como Elias, por exemplo, provavelmente passou por um quadro sério de depressão. A respeito de Elias sugiro a leitura do artigo “Elias, um crente deprimido”, que se encontra no site ultimato.com.br

E não foi somente Elias, mas homens piedosos como Paulo, Moisés, Jeremias, entre outros, passaram por momentos de grande tristeza, angústia. Elias e Jonas pediram para morrer. E o próprio Jesus diz no jardim Getsêmani (outro jardim) que sua tristeza era tão grande que o podia levar à morte (Marcos 14:34).

Eu mesmo já passei por momentos de profunda tristeza, que beiraram à depressão, em que precisei da ajuda de terapeutas. Eu acordava de manhã e não tinha energia para levantar-me da cama, cheguei a faltar no trabalho, passava quase o dia inteiro deitado.

Assim, de um lado, apesar de ter origem na falta de Deus, a depressão não pode ser considerada em si mesma, falta de Deus. Há até fatores físicos envolvidos. Porém, uma pessoa que busca seriamente a ajuda de Deus não permanecerá num quadro depressivo permanentemente.

Uma pessoa convertida, que está em contato diário com Deus através da oração, da leitura bíblica, terá condições de vencer a tristeza que quer levá-lo a um quadro depressivo. Ao mesmo tempo, sua humildade o levará a buscar ajuda entre a irmandade, vai topar ter tempos com irmãos de confiança e, se necessário, será humilde o suficiente para buscar ajuda de um terapeuta, psicólogo ou até mesmo psiquiatra, da mesma maneira que um doente físico procura um médico ou um dentista.

Depressão é falta de Deus? Na origem, sim, está no fato de sermos humanos, mas, no desenvolvimento, há fatores complexos presentes e dizer para a pessoa deprimida que aquilo é simplesmente falta de fé não o ajudará. Mas, pertencer ao Senhor e ter comunhão com Ele fará grande diferença.

Foi assim comigo e tenho certeza será com todo o que na angústia, buscar o Senhor (Salmo 18:6).

Nota: artigo publicado originalmente no boletim informativo das igrejas de Cristo na cidade de Guarulhos, “Amo Jesus – Porque Ele me amou Primeiro”, edição de junho de 2019, cujo tema geral foi “O Cristão e a Depressão”.