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Histórias de Esperança Para os Pequeninos

Final de ano chegando. Para uma professora de Escola bíblica dominical infantil (EBD) já é época de avaliar o currículo do próximo ano, organizar material, estruturar as aulas e se deparar com o velho dilema: as crianças mais velhas não “aguentam” mais ouvir as mesmas histórias! Elas já conhecem todos os personagens, não há nada de novo! Então, vem a tentação que eu chamo de “saga da mirabolância”. Percorrer o mundo da internet pesquisando ideias, usar quilômetros de emborrachado e T.N.T. fabricando cartazes e aventais e enfeites, encher a casa de recicláveis, tudo isso no intuito de bolar um currículo mirabolante para entreter as possíveis entediadas crianças da geração do consumo e das redes sociais.

Já ouvi muitos pontos de vista sobre o ministério infantil: “Ah, dar aula para as crianças é só pra quem é muito criativo. Isso não é pra mim!”; “Isso é pra quem tem muito tempo sobrando, porque é uma dedicação de meio período, tendo que fabricar tanto material para trabalhar.”; “Bem que esse ministério é mais pra americano, que tem loja pra comprar todo material já pronto e bem baratinho.”

Se você faz parte desse serviço numa congregação pequena (caso da maioria das igrejas de Cristo no Brasil), então sabe do que estou falando. Temos que tirar leite de pedra para conseguir os materiais de ensino que sejam diferentes das folhinhas impressas em preto-e-branco, não é? Precisamos também ter muito jogo de cintura para adequar a mensagem às classes com crianças de várias idades. Parece meio caótico, se formos adentrar nas exigências pedagógicas da atividade de “ensinar”. Por outro lado, não devemos negligenciar a busca por um serviço de excelência, dada a importância da tarefa em questão.

A ministração de ensino bíblico infantil não é recreação, nem momento de entreter crianças para não perturbarem os adultos na adoração. O ensino infantil é espaço evangelístico, de edificação da igreja e de doutrinamento, sim!

Romanos 15:4:  Pois tudo o que foi escrito no passado, foi escrito para nos ensinar, de forma que, por meio da perseverança e do bom ânimo procedentes das Escrituras, mantenhamos a nossa esperança.

E não há necessidade de tanto pavor! Por isso, quero encorajar você, professor, a não ter medo de contar as mesmas histórias… A EBD infantil é um lugar de contar histórias, sim! QUE BOM QUE SÃO AS MESMAS HISTÓRIAS! Porque não são contos inventados, mas são contados do livro sagrado, a Bíblia. E não há nada errado em repeti-las. As crianças podem até ajudar a contar tudo de novo, não desanimem se elas já sabem o final de todas as histórias, se elas parecem não encontrar nada novo nelas… Isso não é problema nenhum.

Mas, é importante atentar para uma coisa: se as crianças saem de lá vibrando mais com a força de Davi do que com o Deus a quem Davi servia e confiava, então estamos falhando. Se elas contam uma história de um grande engenheiro Noé, que construiu a arca e juntou os bichos, sem contudo enfatizar o poder do Criador e a necessidade do homem obedecer a Ele, então, estamos falhando.

Que as crianças vibrem e se animem com o Grande e Poderoso Deus a quem servimos e amamos! As histórias são um meio para afirmarmos e confirmarmos nossa fé e esperança nas gloriosas promessas em Cristo Jesus.

A história não se completa em si mesma. Tem algo mais: um exemplo a ser seguido ou evitado; um aspecto do Deus todo-poderoso a ser reforçado; uma lição de fé a ser destacada; o Caráter e a Soberania divina a serem enaltecidos; uma esperança a ser renovada.

Por causa dessa maravilha, ser professor da escola bíblica dominical é tarefa para qualquer cristão fiel, animado com os princípios da doutrina bíblica, temente aos ensinamentos das sagradas escrituras, desejoso por compartilhar as grandezas do Deus todo-poderoso e Pai amoroso.

A tarefinha de pintura é pano de fundo, os visuais devem ser pano de fundo, os equipamentos pedagógicos também são pano de fundo… a sã doutrina é a essência. É aprendendo dela que nos tornamos firmes em Cristo. Assim foi com o discípulo Timóteo, tendo aprendido desde pequeno com a sua avó, que provavelmente não tinha os recursos audiovisuais atuais:

Recordo-me da sua fé não fingida, que primeiro habitou em sua avó Lóide e em sua mãe Eunice, e estou convencido de que também habita em você. (2 Tm 1:5)

Quanto a você, porém, permaneça nas coisas que aprendeu e das quais tem convicção, pois você sabe de quem o aprendeu.  (15)  Porque desde criança você conhece as sagradas letras, que são capazes de torná-lo sábio para a salvação mediante a fé em Cristo Jesus. (2 Tm 3:14-15) 

Então, primeiramente, que sejamos bons exemplos de perseverança e obediência para as crianças; Em segundo lugar, que desejemos acompanha-las e ensina-las sobre o amor e temor ao Deus grandioso e amoroso. Por último, podemos trocar ideias de como tornar o momento da história em algo lúdico, feito na linguagem da criança, que é sempre menos exigente e mais acolhedora do que nós, adultos.