“Bem-aventurado é aquele que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.” – Salmos 1:1
Em nossa viagem pelas Escrituras, depois de tantas boas lições extraídas do livro de Jó, iniciei este mês a leitura e reflexão no livro de Salmos. Permitindo Deus, serão 150 dias no maior livro das Escritas, escrito na sua maioria por Davi, mas também por Asafe, Salomão, Moisés e os filhos de Coré.
O primeiro Salmo mostra aquela realidade resumida na frase popular: “Mostra-me com quem andas e eu direi quem tu és”.
A pessoa feliz é aquela que não anda, nem se detém e por isso não se assenta entre ímpios, pecadores e escarnecedores. Podemos ver aqui uma evolução, que leva uma pessoa a pecar ou deixar de pecar.
Tudo começa com quem permitimos que ande conosco. Isto ainda é algo casual, talvez esporádico, mas vamos abrindo as portas, baixando nossa guarda. Algo que vai se tornando frequente. O ímpio é aquele que não ama a Deus, vem da palavra impiedade, contrário do piedoso, que é a pessoa que busca sempre saber qual a vontade de Deus e praticá-la (Efésios 5:17 e Tiago 1:25).
Ao andar muito com os ímpios, a pessoa passa a se deter, isto é parar, ainda de pé e gastar muito tempo entre os pecadores, um sinônimo para a palavra ímpio. Lembro da história de um homem que começou a cumprimentar uma roda de pessoas que praticavam o mal. De repente, ele parou e passou a ficar tempos com aquelas pessoas, divertindo-se com sua maneira de viver.
O próximo passo foi sentar-se na roda dos escarnecedores, isto é, daqueles que não temem a Deus, pelo contrário, muitas vezes zombam de Deus e seus valores. Voltando a falar daquele homem, com o tempo, ele deixava sua família, sua esposa e assentava-se à roda ou junto de pessoas rebeldes a Deus, naquela alegria enganosa.
Qual foi o resultado? Ele apaixonou-se por uma das mulheres ali presentes, deixou sua mulher e viveu um período de aparente felicidade. Puro engano. Olhando hoje este homem, não lembra em nada aquela pessoa próspera, enquanto vivia cuidando de sua família.
Pois é. A pessoa verdadeiramente feliz, começa a dizer o salmista, guarda-se do mal. Se ele se aproxima de alguém que vive de maneira errada, é para tentar evangelizá-la e levá-la para Deus. Ele é influenciador, não influenciado pelas pessoas que não seguem a Deus.
Por isso no Novo Testamento, Tiago nos diz:
“A religião pura e sem mácula para com o nosso Deus e Pai é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se incontaminado do mundo.” – Tiago 1:27
Guardar-se incontaminado do mundo sem Deus e seus valores satânicos deve ser a busca que nos levará à felicidade. E o prazer do homem verdadeiramente feliz é passar tempo de qualidade com a Palavra de Deus.
“Pelo contrário, o seu prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite.” – Salmos 1:2
A pessoa feliz é aquela que diariamente está exposta à Palavra de Deus, não apenas para ler, mas pensar, meditar, comparar com sua vida e mudar o que for necessário. Como consequência, essa pessoa também gosta de ficar na companhia dos justos, isto é, daqueles que também estão juntos meditando e estudando a Palavra do Senhor.
Não entendo quando vejo alguém que deixa de aproveitar das oportunidades surgidas para estar assentada entre o povo de Deus, meditando e aprendendo da Palavra do Senhor. Pois o maior prazer de uma pessoa de Deus é estar na companhia da Palavra e do povo do Senhor. Quanto mais tempo longe da Palavra e do povo de Deus, mais vamos nos parecendo com os ímpios em nosso comportamento, nosso linguajar e nossos valores. Pode um dia não termos mais forças para levantar-nos daquela roda rebelde e desobediente a Deus.
Que nosso maior e grande prazer seja estar na companhia de Deus através da sua Palavra e de seu povo, a igreja de Jesus. Sempre.