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PALAVRAS PARA A VIDA DIÁRIA – EVANGELHO DE LUCAS

“Os escribas e os fariseus observavam Jesus, procurando ver se ele faria uma cura no sábado, a fim de acharem de que o acusar.” – Lucas 6:7

“Então Jesus disse a eles: — Vou fazer uma pergunta a vocês: é lícito no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixar que se perca?” – Lucas 6:9

“Mas eles se encheram de furor e discutiam entre si quanto ao que fariam contra Jesus.” – Lucas 6:11

Os textos escolhidos hoje são mais um exemplo do mal que a religião pode fazer ao engessar a pessoa, fazendo-a valorizar mais a parte ritualista do que seus semelhantes.

Da mesma maneira que os fariseus entendiam que não se podiam debulhar espigas com as mãos para atender a necessidade de alimentação de uma pessoa, também compreendiam que curar alguém no sábado era trabalho e logo contrário à lei.

Jesus é muito sábio ao fazer uma pergunta aos líderes religiosos, colocando-os num dilema: não podemos fazer o bem a uma pessoa somente porque é sábado? Que incoerência! Num dia santificado por Deus no Velho Testamento (Gênesis 2:3), não se podia fazer um ato reservado aos santos: amar o próximo como a si mesmo.

O texto paralelo de Marcos nos mostra o sentimento de Jesus com o silêncio dos fariseus:

“Então Jesus, olhando em volta, indignado e entristecido com a dureza de coração daquelas pessoas…” – Marcos 3:5ª

O coração duro dos escribas e fariseus, apegados às suas tradições e colocando-as acima do amor ao próximo, interpretando o mandamento sem levar em consideração que tudo o que Deus nos deixou escrito é para o nosso bem. Não são teorias, mas palavras que, ao serem aplicadas, não dão um verdadeiro sentido para a vida:

“Simão Pedro respondeu: — Senhor, para quem iremos? O senhor tem as palavras da vida eterna.” – João 6:68

Eis a razão dos rituais do Velho Testamento não se aplicarem ao Novo: o sábado tornou-se um peso para as pessoas a ponto de não poderem acudir umas às outras. No Novo Testamento o domingo é o dia do Senhor, mas isto não impede que eu utilize esse dia para fazer o bem, por exemplo, limpar a casa de uma pessoa que está precisando ou mesmo, se necessário, faltar a reunião para ir acudir alguém. Da mesma maneira quanto ao dízimo, uma exigência da velha lei, não recepcionada pela nova que, apesar de instituir a coleta voluntária, esta não estipula um valor, pois tudo o que temos deve ter como objetivo nosso sustento e o amor ao próximo como podemos ver exemplificado na vida do apóstolo Paulo:

“De ninguém cobicei prata, nem ouro, nem roupas; vocês mesmos sabem que estas minhas mãos serviram para o que era necessário a mim e aos que estavam comigo.” – Atos 20:33-34

Sim, na Bíblia há mandamentos específicos, até mesmo ritualísticos, como nos reunir todo domingo com os irmãos, participarmos da ceia do Senhor e da coleta, mas que nosso cristianismo não se resuma a isso, mas que seja apenas uma demonstração daquilo que vivemos todos os dias, nosso estilo de vida: amar aos irmãos, ao próximo, lembrar sempre do Senhor e sermos generosos para com todos, especialmente os da família da fé (Gálatas 6:10).