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Profissão: Jogador de Futebol

Quando você vai à escola ou mesmo na rua e pergunta para os meninos o que eles querem ser, muitos deles dizem que querem ser ‘jogador de futebol’. A maioria não tem perseverança suficiente para chegar até lá. Uns poucos deles vão tentar passar por uma peneira para ser aceitos num time. O Matheus Martins, um rapaz membro da igreja no Butantã, SP, tem uma história diferente da maioria para contar. A profissão dele é jogador de futebol.

Com ele aprendemos que vale a pena ter um objetivo. Ter um objetivo simplesmente não é o suficiente, o Matheus correu atrás para alcançar. Claro que a gente não consegue ver o que sofre alguém que tem um objetivo nobre além das fotos, das partidas que ele aparece principalmente quando faz um gol. São muitos treinos, abnegação pessoal, muitas lesões, musculação, separação geográfica da família e da igreja, treinos de força após os treinos normais, academia constante e exames médicos bem chatos. Tudo isso para atingir o objetivo. Leia abaixo o relato do Matheus para se inspirar e apoiar em oração alguém da nossa irmandade…

A minha história no futebol começou com um grande incentivo da família, meu pai e meu irmão foram ex jogadores profissionais, meu pai com uma carreira mais longa, meu irmão acabou optando por outra profissão um pouco mais cedo, mas desde pequeno eu frequentava os campos e estádios de futebol para assistir aos jogo deles.

Meu lazer favorito era brincar com a bola, nos tempos livres sempre estava na quadra da escola jogando com os amigos. De presente de aniversário eu sempre pedia uma chuteira nova e, até quando cresci, ganhei um vídeo game e adivinha o que eu jogava? Sim, eu só jogava o jogo de futebol… (risos)

Minha primeira escolinha, primeira e única, foi a Portuguesa do Rio Pequeno. Futebol sempre foi minha paixão, mas eu comecei a ter outra visão por causa dos professores, Orlando, Humberto e José Roberto, que mesmo sendo uma escolinha, eles foram muito profissionais, trabalham sério. Minha principal base foi lá, foram anos de aprendizado e, tudo que aprendi lá, nenhum clube pôde me ensinar. Além de me incentivarem a ver o futebol como profissão e ajudar com os contatos, eles se preocupam muito com a formação do caráter, então sempre que tenho férias do clube, vou dar satisfação e contar o que está acontecendo comigo pra eles. Sempre mantendo contato e sempre os indico pra quem também tem o sonho de ser um jogador profissional.

Com 15 anos, quando estava em um período de testes para jogar um campeonato de categoria de base, me solicitaram um exame médico e depois de passar por vários médicos, descobriram que eu tinha contraído um vírus que alterava a ordem dos batimentos do meu coração e, logo no início da minha carreira, já tive que passar por um momento difícil, de cirurgia, e ficar 10 meses sem fazer o que amo.

Graças a Deus a cirurgia foi um sucesso, e pude voltar a jogar, no ano seguinte, quando já tinha completado 16 anos, demorou um pouco, mas consegui chegar em uma boa forma física e atrair o interesse de um empresário que morava em Campinas. Assinei um contrato com ele para me representar e começamos a procurar clubes pra manter uma sequência e, finalmente, me firmar em algum time, pois eu já tinha passado por alguns mas por vários motivos acabava não ficando.

Campeão do Sub 20

Aos 17 anos, com o empresário ajudando e sempre com apoio da minha família, decidimos jogar o mais perto de casa possível, pra não perder nenhum ano e nem reprovar na escola. A minha mãe pegava no meu pé! Fui chamado pra jogar o campeonato paulista de sub 17 pelo Cotia FC. Joguei o campeonato, consegui me destacar, fui titular todos os jogos e tinha uns privilégios. Em um dos jogos chamei a atenção do treinador do sub 20 e, com 17 anos, subi de categoria pra jogar com o sub 20. Eu estava no grupo que foi campeão de um campeonato Regional e consegui jogar o campeonato Paulista sub 20 no mesmo ano, com 17 anos.

No início do ano seguinte, a equipe do Santa Cruz de Recife, vinha para São Paulo disputar um

Jogando no sub-20 do Santa Cruz FC

campeonato. O treinador do Santa era um ex jogador que já havia jogado com meu pai. Eles conversaram e ele prometeu me observar enquanto estivesse em São Paulo. O treinador do Santa Cruz gostou muito do que viu e no início do ano, assim que terminei a escola, fui morar em Recife pra jogar pelo Santa Cruz. Fui com 17 anos, lá, em Recife, completei 18, indo e jogando todos os jogos da categoria sub 20, mesmo sendo mais novo. Não fiquei fora de nenhum jogo do campeonato Pernambucano.

Com o uniforme do Santa Cruz FC

Em janeiro de 2015, perto de completar 19 anos, saímos de Recife e viemos jogar um campeonato em SP, a Copa São Paulo de futebol Júnior, que é o maior campeonato de categoria de base do Brasil. Ali foi o momento mais difícil da minha carreira. Grande parte da minha família é de Pernambuco, e por coincidência estavam quase todos em São Paulo porque iam assistir o casamento do meu irmão. Aí aproveitaram pra assistir o meu jogo. Logo na estréia do time a Copa, com todos assistindo, amigos pela televisão, família pelo estádio, em um lance infeliz, fraturei a tíbia da perna esquerda, tive que fazer uma cirurgia e fui obrigado a parar por 3 meses para me recuperar.

Três meses de recuperação e dois meses de fisioterapia e na metade do ano voltei pra Recife. Meu

Jogando pelo America FC

antigo treinador que tinha me levado para o Santa Cruz, tinha mudado de clube, ele foi para o América FC, de Recife. Na minha volta, tive problemas pessoais com o novo treinador do Santa Cruz e resolvi mudar de clube e fui para o América aonde meu antigo treinador estava trabalhando.

Reportagem sobre o Mateus depois de sofrer a fratura…

Minha recuperação foi rápida. No mesmo ano que quebrei a perna, consegui ser Vice Campeão pernambucano, garantindo uma classificação inédita para o América para Copa São Paulo de futebol Júnior e como conquista pessoal, fui titular nos jogos e consegui fazer  no novo clube uma campanha muito melhor do que a do meu antigo clube, o Santa Cruz.

Em 2016 estava indo mais uma vez disputar a Copa São Paulo de Futebol Júnior, com minha família presente, e os outros vendo pela televisão. Diferente do ano anterior, pude fazer um bom campeonato, e bons jogos. No final do Copa decidi com a minha família não voltar pra Recife, pois em São Paulo teriam oportunidades e eu preferi também ficar um tempo em casa.

Graças a Deus ainda com idade de sub 20 e morando em casa, consegui assinar contrato de 6 meses e jogar a 2ª divisão do campeonato Paulista profissional, pelo Clube Atlético Taboão da Serra. Desde os 17 anos conseguia me virar e ganhar o meu dinheiro. Em Recife conseguia me sustentar sem ter que pedir dinheiro sempre para meus pais, mas agora eu começava a minha carreira como jogador profissional.

Disputei o campeonato, não joguei todos os jogos, mas chamei a atenção de empresários que me levaram pra fazer alguns jogos no em Vitória – Espírito Santo, e no Rio de Janeiro. Depois desses jogos, o empresário conversou com a minha família e decidiu me levar para Indonésia, porque ele via muito potencial em mim e acreditava que poderia fazer bons negócios na Ásia. Mas não tínhamos muito tempo. Então corri atrás dos documentos, passaporte e viajei.

Quando chegamos na Indonésia, a janela de transferência para estrangeiro estava muito perto de fechar, e não teria mais tempo para me verem jogar. Então o empresário ia apostar suas últimas fichas, em um país ao lado, em Timor Leste. Mesmo os clubes daqui não tendo costume de contratar, fui feliz em fazer bons treinos e impressiona-los a ponto de me escolherem como um dos três estrangeiros que o clube pode contratar.

Assinando o contrato no Timor Leste

Assinei mais um contrato profissional, dessa vez mais longo, de dois anos. E estou sendo muito

Primeiros jogos em Timor Leste

abençoado nesse início de temporada. Nos 4 jogos de preparação para o campeonato, pude ajudar meu time com 3 gols e estou trabalhando para continuar com boas atuações no campeonato.
Deus está me proporcionando viver coisas que nunca imaginei viver, jogar fora do país, com um bom contrato, ser muito querido por todos no país, por isso, mesmo cansado dos treinos e jogos e sendo um pouco diferente a igreja daqui, não deixo de frequentar as reuniões do domingo e quintas, sempre agradecendo tudo que Ele vem fazendo por mim.
Matheus Martins

Como você pôde ler nas palavras do próprio Matheus, há muito esforço num objetivo. Ore para que o Matheus continue representando bem a Jesus onde quer que ele vá. Para que ele esteja seguro longe da família alcançando, a cada treino e a cada jogo, os seus objetivos.

3 respostas para “Profissão: Jogador de Futebol”

  1. Parabens Matheus, que Deus continue lhe abençoando sempre e que você continue firme nos propósitos de Cristo pra sua vida. Que você continue sendo luz por onde passar. Tenho muito orgulho de vc meu sobrinho lindo. Amoooo

  2. Na vida de um cristão tudo é mais difícil, mas histórias de persistências, até no lado profissional mostram a força que temos e vem de Deus,
    Parabéns meu irmão, continue nos dando orgulho!

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