No capítulo anterior Jacó e sua família são expulsos da convivência com os moradores da cidade de Siquém, após incidente envolvendo sua filha Diná. O próprio Deus mandou o patriarca sair daquela terra.
Parece que aquela situação mexeu com Jacó, que decide que ele e a família renovarão a aliança feita com Deus e o que chama a atenção: “Joguem fora os deuses estranhos que há no meio de você e purifiquem-se”.
“Então Jacó disse à sua família e a todos os que estavam com ele:
— Joguem fora os deuses estranhos que há no meio de vocês, purifiquem-se e troquem de roupa. Vamos nos preparar e ir para Betel. Farei ali um altar ao Deus que me respondeu no dia da minha angústia e me acompanhou no caminho por onde andei.” – Gênesis 35:2-3
Parece que vivendo no meio de idólatras, a família de Jacó é constantemente influenciada pelos pagãos à sua volta, daí a decisão do patriarca de reconsagrar os seus ao Senhor. Interessante que a própria história do povo de Israel no futuro será essa luta: adorar a Deus ou aos ídolos das nações ao redor. De tempos em tempos a nação deixa o Deus verdadeiro e flerta com os deuses das nações vizinhas, especialmente dos filisteus e cananeus.
O mesmo acontece conosco. Um dia olhamos o evangelho de Jesus, ficamos encantados com o Mestre, seu exemplo de vida, a salvação que Ele trouxe e declaramos Ele nosso Senhor e Salvador. Dizemos que Ele reinaria sobre nós, isto é, mandaria em nossa vida e seríamos cuidados por Ele.
Porém, o tempo passa e temos, sim, a tendência de buscarmos os deuses modernos. Não estou falando de ajoelharmos diante de uma imagem, os deuses modernos são mais sutis.
Os deuses da atualidade é qualquer coisa que não seja o Deus Todo-Poderoso e que nos dê a falsa sensação de segurança. Pode ser o trabalho, podem ser nossos bens, nossa saúde, nossa família, pode ser a aprovação das pessoas ao nosso redor.
Respondemos para nós mesmos: O que tem sido a minha segurança e eu tenho investido minhas energias, minha dedicação, enfim, minha vida? Ali está o nosso deus que, infelizmente, nem sempre é Jesus.
De tempos em tempos precisamos reavaliar nosso coração e às vezes jogarmos fora os deuses modernos que constantemente estão competindo dentro de nós com o Deus verdadeiro. Como disse o Senhor Jesus: “Porque, onde estiver o seu tesouro, aí estará também o seu coração” (Mateus 6:21). E tenhamos a certeza, onde estiver o nosso coração, ali investiremos o melhor de nós.
De tempos em tempos precisamos nos reconsagrar ao Senhor, isto é, fazer uma avaliação da vida que vivemos, pedi perdão a Deus pelos pecados eventualmente cometidos e nos reconsagrar a Ele tudo, nosso corpo, nossos bens, nosso tempo, tudo para o Senhor. Declaramos no batismo que Jesus seria Senhor de nossas vidas, mas, em certo sentido, periodicamente precisamos nos “rebatizar”.
Já há alguns anos tenho esse hábito e quando faço isto vejo que nem sempre Deus tem sido o meu bem maior. Depois de um bom tempo lendo a Palavra, orando ao Senhor, meditando na vontade dele e no que tem sido, de fato, prioridade em minha vida, decisões preciso tomar e quase sempre preciso jogar fora o que é fútil, reprogramar minha agenda e prioridades. Quando faço isso, saio da presença especial de Deus revigorado em minha fé em Jesus.
Todos os dias é dia para nos reconsagrarmos a Deus. A maravilha é que Ele está sempre de braços abertos para nos receber e ter conosco um relacionamento cada vez mais estreito, do Pai que muito ama os seus filhos.