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EVANGELIZADORES EM TEMPO INTEGRAL

Introdução

O salmo 71, que no título é identificado como escrito por um ancião, trouxe-me muitos ensinamentos. Porém, quero destacar alguns versículos que chamaram muito a minha atenção, pois representa muito o que tenho procurado viver com a força de Deus: a proclamação diária do evangelho de Jesus. E creio que seja a realidade de todo cristão que entendeu ser um evangelizador em tempo integral.

“A minha boca proclamará a tua justiça; o dia inteiro contarei os feitos da tua salvação, ainda que eu não saiba o seu número. Irei na força do Senhor Deus; anunciarei a tua justiça, a tua somente.” – Salmos 71:15-16

O salmista diz: “o dia inteiro contarei os feitos da tua salvação”. Sim, o trabalho do evangelizador não é um evento, mas um estilo de vida. Sempre há oportunidades para falarmos do amor de Deus. No trabalho, na escola, com os vizinhos, conhecidos, em qualquer lugar e momento.

Tenho sido muito abençoado, pois Deus tem me mandado tantas pessoas para que eu fale da sua Palavra. Tem me dado tantas oportunidades, seja através das redes sociais, bem como atualmente através de livros que tenho escrito. Porém, a maneira tradicional, o estudo bíblico pessoal e particular tem sido a maneira que tenho mais falado de Jesus e do seu evangelho a várias pessoas. 

Os aplicativos, em tempos de pandemia, têm sido utilizados para alcançar pessoas que, de tão longe, eu não teria acesso. Desta forma, o servo de Deus deve estar a postos, todos os dias e o dia inteiro, para contar os feitos da salvação de Deus, que é nossa através de Jesus Cristo. Tenho arriscado em ensinar a Palavra de Deus através do contato pessoal, mesmo com esta pandemia. Mas, a maioria dos meus estudos tenho feito através desses aplicativos.

O salmista ainda diz: “ainda que eu não saiba o número dos feitos da salvação de Deus”. De fato, a Bíblia nos revela o suficiente para uma pessoa ser salva em Jesus. Mas Deus fez e tem feito muito mais do que o revelado na Palavra dele.

“Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se todas elas fossem relatadas uma por uma, penso que nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos.” – João 21:25

Às vezes ouço irmãos dizerem: “Não conheço o suficiente para ensinar a Bíblia para alguém”. Minha resposta é: “leia, estude, passe tempo com as Escrituras e cumpra o que o apóstolo Pedro nos incentiva em 1 Pedro 3:15”:

“Pelo contrário, santifiquem a Cristo, como Senhor, no seu coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que pedir razão da esperança que vocês têm.”

O salmista ainda diz: “Irei na força do Senhor Deus”. Sim, quando estamos proclamando e ensinando o evangelho de Jesus, precisamos sempre nos lembrar que a força e o poder para converter não é nosso, mas de Deus. Nossa parte é falar, todo o resto é obra do Poderoso Deus, conforme nos ensina Jesus.

“Jesus disse ainda: — O Reino de Deus é como um homem que lança a semente na terra. Ele dorme e acorda, de noite e de dia, e a semente germina e cresce, sem que ele saiba como.” – Marcos 4:26-27

Desta forma, vamos compartilhando a Palavra de Deus a todos, desejosos de levar toda mente cativa a Cristo e ao seu evangelho.

“Porque as armas da nossa luta não são carnais, mas poderosas em Deus, para destruir fortalezas. Destruímos raciocínios falaciosos e toda arrogância que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levamos cativo todo pensamento à obediência de Cristo.” – 2 Coríntios 10:4-5

Ao compartilhar o evangelho, uns aceitam e são batizados, outros desistem. Passa um tempo e de repente ficamos sabendo que a semente da Palavra germinou na vida de um daqueles que desistiram de estudar conosco, através do trabalho de outro discípulo de Cristo. Ele também evangelizava em tempo integral e um novo discípulo de Jesus foi formado. Tivemos apenas uma pequena parte, foi até outro evangelizador que colheu, que batizou aquele novo convertido, mas ali também está nossa marca, que insistimos em, primeiro, viver os ensinamentos de Jesus, e depois pregar e ensinar. E receberemos do Senhor, no momento certo, nossa recompensa, pois nosso Deus alegra-se em recompensar os obedientes (Hebreus 11:6).

Eu pergunto: temos deixados as marcas de Jesus nas pessoas com quem convivemos? Não precisamos fazer todo o serviço até o batismo, às vezes nossa contribuição é uma pequena parte no processo de salvação de uma pessoa.

Conclusão

Finalmente, o salmista nos diz: “Anunciarei a tua justiça, a tua somente”. 

Que belo término deste salmo. Sim, o evangelizador, o mensageiro de Deus não leva as pessoas a olhar para ele próprio, mas, como luz, que reflete a luz de Deus, deseja levar e ensinar apenas aquilo que é autorizado por seu Senhor, isto é, a Palavra genuína de Deus.

Não são suas ideias ou sua sabedoria, mas a sabedoria de Deus, encontrada na Palavra. Somente esta sabedoria o evangelizador deseja passar a todos. Pois somente ela pode levar uma pessoa à salvação.

Que nesta semana sejamos incentivados por esse salmo a agirmos como o seu escritor e, em toda oportunidade surgida, proclamemos a justiça, a verdade, os mandamentos do Senhor, encontrados na Bíblia, a Palavra infalível e única verdade de Deus para a humanidade. 

Esta Palavra julgará cada pessoa no último dia (João 12:47-48). Por isso precisa, URGENTEMENTE, ser pregada por cada discípulo de Jesus, os filhos de Deus. 

Não em determinados momentos, eventos ou dias. Mas através de evangelizadores em tempo integral do Senhor Jesus. Que pregam, através da suas vidas e palavras, na sua rua, na sua casa, no seu trabalho secular, na escola, na faculdade, onde estiver, todos os dias, o dia todo, o tempo todo. Amém!

O Trabalho do Evangelista

Estes dias estão sendo uma grande oportunidade para a gente fazer coisas diferentes. Fui convidado pelos jovens da Congregação do centro de Guarulhos para fazer uma palestra virtual para eles. Foi bem interessante… O tema é sempre propício. Me pediram para falar sobre evangelismo. Apresentei Atos 8 onde, temos ali, um passo a passo para evangelizar. É a história de Felipe e o Eunuco. Dá uma lida e ele vai falar o que precisa fazer.

Depois da aula respondia algumas perguntas e uma delas foi:
– Você acha que, mesmo tendo evangelista, podemos fazer este trabalho?

Esta deve ser a dúvida de muita gente na igreja, acredito. Se não fosse essa dúvida, a igreja cresceria muito mais. A resposta a esta pergunta foi fácil, respondi:
– Não! Não podemos, devemos! Não é o trabalho do evangelista evangelizar, apesar de o chamados de evangelista. Sim, ele evangeliza, mas o trabalho principal do evangelista é evangelizar a igreja, preparar e treinar a igreja para o trabalho.

Para tanto lembrei o que Paulo fala em Efésios, esqueci a referência exata na hora, do que me envergonho, mas aqui, sem pressão e com tempo para encontrar a passagem, então fica mais fácil repetir o que Paulo fala. Leia para saber qual é o papel do evangelista.

“E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de pessoa madura, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como crianças, arrastados pelas ondas e levados de um lado para outro por qualquer vento de doutrina, pela artimanha das pessoas, pela astúcia com que induzem ao erro.” (Efésios 4:11-14)

O texto de Paulo é bem claro, mas tem outros. Veja que Paulo escreveu. Primeiro, ser evangelista é um dom dado por Jesus Cristo, não é de todos e não é para qualquer um, afinal, na igreja todos recebem dons e devem desenvolver através do trabalho. O trabalho de Timóteo, para quem Paulo escreveu, era “aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de pessoa madura, à medida da estatura da plenitude de Cristo” e ainda mais, também amadurecer a cada um individualmente: “para que não mais sejamos como crianças, arrastados pelas ondas e levados de um lado para outro por qualquer vento de doutrina, pela artimanha das pessoas, pela astúcia com que induzem ao erro”.

Lembre-se: Jesus era evangelista, mas Ele nunca batizou ninguém. Ele ensinou os seus discípulos e apóstolos a fazerem, inclusive, obras maiores que as Dele (João 14:12-14[mfn]”Em verdade, em verdade lhes digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai. E tudo o que vocês pedirem em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirem alguma coisa em meu nome, eu o farei.” (João 14:12-14)[/mfn]). Com Jesus também aprendemos que quem gera mais ovelhas são as ovelhas e não o Pastor. Jesus, como o Bom Pastor, supre tudo, leva a pastos verdejantes, águas tranquilas, defende as ovelhas com Sua vida e lhes dá todas as condições par que reproduzam.

O trabalho do evangelista é difícil. É um trabalho a longo prazo e que exige paciência. Ele precisa trabalhar com pessoas desanimadas, insubmissas e fracas. Precisa ou não paciência?

“Também exortamos vocês, irmãos, a que admoestem os que vivem de forma desordenada, consolem os desanimados, amparem os fracos e sejam pacientes com todos.” 1 Tessalonicenses 5:14)

Alguém disse que “Igreja que não evangeliza precisa ser evangelizada”. Isso mesmo! O trabalho do evangelista é ser o promotor do culto a Deus, das ações de espalhar o evangelho cada vez mais, mas nunca é fazer todo o trabalho de evangelismo sozinho. É um grande fracassado aquele que trabalha para a igreja, mas não trabalha para Deus. O trabalho do evangelista é ser pago para chamar a atenção daqueles que o pagam, para fazer com que todos e cada um desenvolvam seus dons. Não faz sentido toda uma Congregação ir aos domingos para ficar assistindo o dom de um só, isto é, a igreja não é um palco para estrelas, quando Jesus disse para brilhar não estava se referindo a dar um show…

Se você tem um evangelista na sua Congregação, obedeça o que a Bíblia diz e ele vai se tornar efetivo para o que foi chamado por Cristo e a igreja vai se transformar.

“Irmãos, pedimos que vocês tenham em grande apreço os que trabalham entre vocês, que os presidem no Senhor e os admoestam. Tenham essas pessoas em máxima consideração, com amor, por causa do trabalho que realizam. Vivam em paz uns com os outros.” (1 Tessalonicenses 5:12,13)

Agora, qual foi a última vez que você visitou o evangelista da Congregação sem ser para lhe pedir alguma coisa? Quando foi que você orou por ele? Quando foi que você o elogiou por ter feito algo bem feito ao invés de pensar que ele foi pago para fazer? Deixe de infantilidade espiritual e cresça! Se você mudar, a igreja toda muda começando com você…

Os Evangelistas – O Papel de Ajudar a igreja a Crescer

Paulo, na sua carta aos efésios, diz: “E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres” (grifo meu).

Afinal, qual é o papel de um ou alguns evangelistas na igreja do Senhor? Em primeiro lugar, no sentido mais abrangente, todo cristão é um evangelista, uma vez que a ordem do “ide e pregai” é dirigida a todos os discípulos de Jesus, indistintamente.

Porém, ao olharmos as cartas de Paulo a Timóteo e Tito, vemos que esses dois servos de Jesus tiveram uma tarefa específica. Vejamos o que o apóstolo diz em 1 Tm. 1:3 e Tt. 1:5 e observaremos que tanto a igreja em Éfeso como Creta eram igrejas novas e não podiam ficar sem supervisão, e essa tarefa coube a esses dois homens que andavam com Paulo. Eles deveriam ajudar a igreja a crescer, em certo sentido “pastorearem” a igreja até que esta tivesse condições de constituir o seu presbitério e o seu diaconato.

Assim, o papel do evangelista é bem definido numa igreja que ainda não tem famílias maduras o suficiente para dali serem eleitos os diáconos e presbíteros. Conforme ensina 1 Timóteo, seu papel é admoestar, ou seja, corrigir (1:3-4, 13 e 16), ensinar a igreja (4:6), ser um bom modelo (4:12, em certo sentido, ele tem a autoridade do Senhor até mesmo para corrigir as pessoas mais velhas cronologicamente, mas ainda crianças na fé (5:1-2)). Quando a igreja cresce em números e em espiritualidade, o evangelista ou os evangelistas serão utilizados por Deus na constituição do presbitério (Tito 1:5).

Chama ainda a atenção que, mesmo após a igreja possuir presbíteros, os evangelistas fazem o papel que na lei é chamado de “peso e contrapeso”, ou seja, eles ainda tem autoridade concedida por Deus e por seu bom exemplo para corrigir um presbítero que esteja em pecado (1 Timóteo 5:19-21), tudo isto para o bem da igreja. Assim, o evangelista deve pensar bem antes de propor a eleição de presbíteros, para não se tornar cúmplice nos pecados dos outros.

Portanto, o evangelista serve para evangelizar e, no início da igreja, vai ensinar a congregação, ajudar os irmãos a descobrirem seus dons e os utilizarem para o crescimento do Reino e, quando essa igreja estiver crescida, o evangelista terá a humildade de reconhecer os homens e mulheres que estão sendo levantados e promover esses homens, junto com a igreja, no importante papel de presbíteros e diáconos. Após, o seu trabalho se torna mais fácil, pois a ele compete continuar evangelizando e agora contando com os pastores ou presbíteros, que farão o papel de pastorear ou cuidar da igreja de Deus (1 Pedro 5:1-2). Não há competição, pois ambos estão trabalhando para o crescimento numérico (evangelista) e espiritual (presbíteros) da igreja do Senhor. O maior sinal de sucesso de um evangelista é quando a igreja, enfim, constitui o presbitério.

Há Diferença Entre: Pastor, Bispo e Presbítero?

A pergunta que deu título a esse artigo já foi feita para mim várias vezes.

Há diferença entre: pastor, bispo e presbítero?

Esse foi o tema de uma breve aula na congregação onde sirvo atualmente. Depois das explanações, vários irmãos sugeriram que publicasse um artigo sobre isso, para que eles pudessem compartilhar com outros que venham a ter o mesmo questionamento.

Pois bem…!
Na Bíblia, vemos que quando uma congregação amadurecia, desenvolviam-se homens que satisfaziam às qualificações exigidas por Deus para prover supervisão a essas congregações.

Paulo e Barnabé designaram-lhes presbíteros em cada igreja; tendo orado e jejuado, eles os encomendaram ao Senhor, em quem haviam confiado. (Atos 14:23)

Se lermos o livro de Atos, vemos um excelente trabalho de Paulo no tocante ao estabelecimento de igreja. A estratégia adotada por Paulo, e dirigida pelo Espírito Santo, era de que após o estabelecimento da congregação, Paulo cuidava de fortalecer os irmãos, capacitá-los e estabelecer presbíteros; ou seja, uma liderança bíblica para continuar guiando os irmãos na Palavra do Senhor.

Atos 14:23 é uma passagem que ilustra bem isso. Paulo e Barnabé estão de volta às igrejas por eles estabelecidas, constituindo presbíteros.

É bom evidenciar que esses homens escolhidos para prover supervisão a essas congregações eram selecionados para um serviço. Não era um título ou um cargo. Não havia hierarquia.

Ele [Cristo] é a cabeça do corpo, que é a igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a supremacia. (Colossenses 1:18)

Cristo é o cabeça e todos nós somos membros.

Pois pela graça que me foi dada digo a todos vocês: ninguém tenha de si mesmo um conceito mais elevado do que deve ter; mas, pelo contrário, tenha um conceito equilibrado, de acordo com a medida da fé que Deus lhe concedeu. Assim como cada um de nós tem um corpo com muitos membros e esses membros não exercem todos a mesma função, assim também em Cristo nós, que somos muitos, formamos um corpo, e cada membro está ligado a todos os outros. (Romanos 12:3-5)

A Palavra nos ensina, usando até uma figura de linguagem, que assim como entendemos que no nosso corpo não há um membro mais especial ou mais importante do que outro, na igreja (o corpo de Cristo) não há ninguém mais especial do que o outro.
A Bíblia usa a palavra presbítero, pastor e bispo para descrever os mesmos homens.

Portanto, apelo para os presbíteros que há entre vocês, e o faço na qualidade de presbítero como eles e testemunha dos sofrimentos de Cristo, como alguém que participará da glória a ser revelada: (1 Pedro 5:1)
Pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados. Olhem por ele, não por obrigação, mas de livre vontade, como Deus quer. Não façam isso por ganância, mas com o desejo de servir. (1 Pedro 5:2)

Notem que Pedro, se dirige inicialmente aos presbíteros em 1 Pedro 5:1. A ordem aos presbíteros é a de que eles pastoreiem o rebanho de Deus. A passagem nos mostra que os presbíteros deviam também exercer o serviço de pastoreio na igreja.

A razão de tê-lo deixado em Creta foi para que você pusesse em ordem o que ainda faltava e constituísse presbíteros em cada cidade, como eu o instruí. (Tito 1:5)

Paulo comissiona Tito para que ele, além de organizar o trabalho na igreja em Creta, estabelecesse presbíteros em cada cidade.
Continuando a instrução, Paulo descreve as qualificações para o presbítero:

É preciso que o presbítero seja irrepreensível, marido de uma só mulher, e tenha filhos crentes que não sejam acusados de libertinagem ou de insubmissão. (Tito 1:6)

Na mesma instrução, Paulo acrescenta:

Por ser encarregado da obra de Deus, é necessário que o bispo seja irrepreensível: não orgulhoso, não briguento, não apegado ao vinho, não violento, nem ávido por lucro desonesto. (Tito 1:7)

Na passagem bíblica de 1 Pe 5:1, 2, vimos que os serviços de presbítero e pastor cabem a mesma pessoa. Aqui, em Tito 1:6, 7, estamos vendo que os serviços de presbítero e bispo também.
No final da que seria a terceira viagem missionária, Paulo está de partida para Jerusalém. Depois de passar fortalecendo as igrejas, de recolher os donativos para os irmãos pobres da Judéia, agora ele busca se despedir dos presbíteros de Éfeso pois teme que ao chegar em Jerusalém seja preso ou até morto.

De Mileto, Paulo mandou chamar os presbíteros da igreja de Éfeso. (Atos 20:17)

Nesta palavras finais, Paulo adverte:

Cuidem de vocês mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo os colocou como bispos, para pastorearem a igreja de Deus, que ele comprou com o seu próprio sangue. (Atos 20:28)

Notem que Paulo falava aos presbíteros de Éfeso, quando os lembra que o Espírito Santo os incumbiu de servirem como bispos e pastores da igreja de Deus.
Temos aqui o serviço de presbítero, bispo e pastor, relacionado ao mesmo grupo de homens.
No Novo Testamento, as palavras pastor, bispo e presbítero descrevem os mesmos homens.
Mas como essas palavras são no original e o que elas significam?

  • Presbíteros – πρεσβυτερος – presbuteros – ancião
  • Bispo – επισκοπος – episkopos – supervisor
  • Pastor – ποιμην – poimen – aquele que cuida
  • Presbítero (ancião em algumas versões da Bíblia) descreve alguém de idade mais avançada.

A palavra presbítero, foi transliterada do grego, isto é, foi feita uma tentativa de se escrever a pronúncia da palavra ao invés de se traduzir.
A palavra é usada na Bíblia para identificar alguns dos líderes entre os judeus.
No livro de Atos e nas epístolas, os homens que pastoreavam e supervisionavam as igrejas locais foram frequentemente chamados de presbíteros (veja Atos 11:30; 14:23; 15:2,4,6,22,23; 16:4; 20:17; 21:18; 1 Timóteo 5:17,19; Tito 1:5; Tiago 5:14; 1 Pedro 5:1; 2 João 1; 3 João 1).
São homens de idade suficiente que tenham filhos crentes.
Necessariamente são alguns dos mais maduros entre os cristãos na congregação.
Usam seu conhecimento e experiência para servir como modelos e ensinar o povo de Deus.

  • Pastor: Frequentemente se refere aos pastores de ovelhas, pessoas responsáveis pelos rebanhos.

Tais homens protegiam, guiavam e alimentavam as ovelhas.
O Espírito Santo usou esta palavra várias vezes no Antigo Testamento num sentido figurativo, descrevendo guias espirituais.
Moisés descreveu o homem escolhido para guiar o povo como pastor (Números 27:17).

Infelizmente, nem todos os pastores são bons. Deus condenou fortemente os pastores egoístas que devoravam o rebanho de Israel (Ezequiel 34:1-10).
No Novo Testamento, homens qualificados devem pastorear o rebanho (a congregação do Senhor) (1 Timóteo 3:1-7; Atos 20:28-35; 1 Pedro 5:1-3).

  • Bispo quer dizer supervisor ou superintendente.

Em 1 Pedro 2:25, se refere ao Senhor.
Várias outras passagens usam essa palavra para descrever a responsabilidade de homens escolhidos para guiar os discípulos de Cristo no seu trabalho na igreja (veja Atos 20:28; Filipenses 1:1; 1 Timóteo 3:2; Tito 1:7).

É interessante notar que sempre haviam mais de um por congregação (Fp 1:1); que não há nenhuma base bíblica para presbíteros de um local supervisionarem uma igreja em outro local e a sua responsabilidade e autoridade para supervisionar não iam além do rebanho local. Em suma, não havia um pastor “presidente” pastoreando sozinho várias igrejas.

Concluindo:

As várias palavras (pastor, presbítero e bispo) identificam os mesmos servos, mas cada palavra tem seu próprio significado. Essas variações de sentido ajudam para mostrar aspectos diferentes do trabalho dos homens que cuidam de uma congregação.

Uma Nova Jornada

[avatar user=”bjcrispim” size=”thumbnail” align=”left”]Junior Crispim[/avatar] Depois de servir por 10 anos à congregação em João Pessoa e 5 anos em Campina Grande, em julho de 2016 fomos convidados a conhecer a Igreja em Belem do Pará, sendo sondado ao trabalho com a congregação. Depois de meses de orações, aprofundamento na proposta e reposta positiva ao novo projeto, chegou o momento definitivo de mudarmos. Nossa filha Valeska, agora com 20 anos, decidiu ficar em João Pessoa completando seu curso, contrato de trabalho e amadurecendo seus projetos acadêmicos – deixando nosso “até logo” um pouco mais difícil.

Enfim, janeiro de 2017 foi o mês de iniciar a nova jornada. Viajamos de carro, partindo dia 9 de janeiro, tendo o privilégio de conhecer um pouco dos cinco Estados pelo qual passamos. Tantas novidades! Um misto de sabores, sotaques, expressões, vegetações que tivemos a benção de vivenciar. Alice, Lívia e Manuela, nossas três aventureiras, foram firmes e fortes na viagem, sempre animadas e curiosas diante das novas experiências. Tivemos momentos significativos que certamente estarão guardados em nossos corações.

Chegamos em Belém na tarde de 13 de janeiro, com muita chuva nos recebendo – para não descaracterizar a cidade. Ficamos ainda uma semana hospedados num aconchegante hotel enquanto organizávamos o apartamento para a moradia. A primeira quinzena aqui foi digna de maratona: comprar móveis e eletrodomésticos, encontrar escola, matricular as crianças, comprar fardamento e material escolar… até a compra de um botijão de gás foi surpreendentemente difícil! Sem a ajuda da irmandade teria sido impensável tudo isso!

Estamos agora há 2 meses nesta rica cidade e somos muito gratos a Deus pelo privilégio de servir ao Senhor e à irmandade aqui. A congregação é amável, acolhedora, os irmãos têm muita vontade de viver o Evangelho puro e simples; os cultos de adoração tem simplicidade e peculiaridades – como terminar com um abraço coletivo entoando juntos um louvor bem caloroso com o jeito belenense de ser.

Vivemos agora um momento de transição, pois a nossa chegada sinaliza a partida da querida família Fowler, que serve nesta congregação há mais de 6 anos, tendo iniciado os trabalhos aqui juntamente com a família King, que já voltou para os EUA. Diante disto, estamos vigilantes, em orações, respeitosos tendo em vista a grande mudança, mas também muito motivados a estabelecer uma boa parceria de trabalho com os irmãos que aqui estão.

Certamente haverá dificuldades e uma boa mistura de sotaques, de cardápios e experiências. Esperamos, no Senhor, que possamos ser instrumentos usados para o fortalecimento e amadurecimento desta congregação, mantendo os laços de amor e unidade imprescindíveis àqueles que professam a fé no Evangelho da Salvação. Pois, independentemente de onde somos e onde estamos, o discípulo deve ser conhecido através do amor (João 13.35) e este, por sua vez, é universal e eterno.
Junior Crispim,
Belém do Pará