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Convidados e Desafiados por Deus

Você já recebeu um convite para fazer algo que achava que seria impossível para você fazer, isto é, estava além da sua capacidade?
Porém, por aceitar, você viu como foi bom e aquilo foi um privilégio, uma bênção?

No meu caso, já fui convidado e aceitei vários desafios, mesmo com muito medo e, no final, percebi que bênção foi.
Lembro de quando fui convidado para celebrar o meu primeiro casamento, por meus irmãos e amigos Jhonny e Heloísa: “Quem? Eu?”
Depois de ter aceitado e cumprido, vi como foi uma bênção, o primeiro dos cerca de 7 casamentos que já celebrei. Logo virá o 8º, no próximo dia 21.

Ou mesmo quando aceitei estudar a Bíblia com alguém achando que seria tempo perdido. Meses depois: “Valdir, quero ser batizado.” Que alegria! Que privilégio”

O CONVITE INESPERADO DE MARIA – Lucas 1:26-38

“No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem que estava comprometida a casar com um homem da casa de Davi, cujo nome era José. A virgem se chamava Maria” – Lucas 1:26-27

“Uma virgem que estava comprometida a casar com um homem da casa de Davi”

O que esta frase revela sobre a identidade de Maria. O que a notícia que o anjo trazia modificaria sua vida? O que aconteceria naquela sociedade com uma mulher que nunca tinha tido relações com um homem aparecer de repente grávida?

Rompimento do noivado com José? Ter que criar um filho sozinha? O desgosto e decepção de seus pais? Até mesmo ser julgada e apedrejada como adúltera?
Sim, tanto que o evangelho de Mateus revela que depois que soube, José, seu noivo, mesmo decepcionado, por ser justo, resolveu deixar Maria secretamente para não a manchar daquela maneira ante a sociedade.

“E, aproximando-se dela, o anjo disse: — Salve, agraciada! O Senhor está com você. Ela, porém, ao ouvir esta palavra, perturbou-se muito e pôs-se a pensar no que poderia significar esta saudação.” – Lucas 1:28-29

Por que esta frase tão gentil deixou Maria perturbada e com medo? É interessante que na Bíblia, todas as pessoas que tiveram uma experiência dessas com a divindade temeram, até mesmo por suas vidas.
Foram os casos de Abraão, do pai de Sansão, de Isaías, de Pedro, entre tantos outros.

O anjo, então, conta a grande novidade, a boa notícia, isto é, o evangelho: Deus mandaria seu Filho para salvar a humanidade – o nome Jesus significa “Javé salva” – e ela foi o instrumento escolhido por Deus para ter o privilégio de ser a mãe do Salvador.

“Então Maria disse ao anjo:
— Como será isto, se eu nunca tive relações com homem algum?” – Lucas 1:34

Sempre achei interessante que, ao contrário de Zacarias, pai de João Batista, Maria não é repreendida pelo anjo ao questionar aquela realidade em sua vida. Talvez porque se tratasse de uma mulher, camponesa, talvez uma jovem de 15 anos, ao contrário de Zacarias, um idoso, um sacerdote, que pela experiência, não deveria duvidar nem um pouco dos feitos de Deus.

No vs. 36 o anjo lembra a Maria de Isabel, sua prima, idosa, estéril, mas que estava grávida de 6 meses do maior profeta do Novo Testamento, João Batista.

“Porque para Deus não há nada impossível.” – Lucas 1:37

Sim, para aquele que criou todo o Universo, criou cada ser humano, seria muito fácil fazer uma virgem ficar grávida, mesmo sendo do Seu Filho.

Creio que todos nós já tivemos (eu mesmo tive várias) experiências dessa frase: “Não existe nada impossível para Deus.”
Quantos feitos Ele já realizou na minha vida, tantos desafios e situações que eu pensei que não conseguiria passar, mas o Senhor estava ali do meu lado, apoiando, cuidando, mostrando que eu, sim, não poderia, mas com o poder dele que age em mim, seria perfeitamente possível (Efésios 3:20).

“Então Maria disse: — Aqui está a serva do Senhor; que aconteça comigo o que você falou. Então o anjo foi embora.” – Lucas 1:38

O que você acha da resposta de Maria? Ela poderia ter recusado a oferta do anjo? Provavelmente, sim, ainda não estava grávida.
Ao contrário de Moisés, Maria não colocou empecilhos.
Mesmo sendo uma jovem, naquela época debaixo da autoridade do pai e depois de José, Maria não consultou ninguém. Era algo entre ela e seu Criador.

E posteriormente? Maria continuou demonstrando toda essa fé?
Parece que nem sempre. Jesus nasceu, viveu como uma pessoa comum e aos 30 anos no início de sua pregação, a família de Jesus imaginava que estivesse louco. Leia Marcos 3:20, 31-36.
Será que houve momentos em que Maria duvidou que Jesus era tudo aquilo que o anjo falou? Parece que sim.

No entanto, na crucificação de Jesus (João 19:25-27), lá estava a mãe de Jesus acompanhando seu Filho até os últimos momentos de dores.

Após a ressurreição e exaltação de Jesus, encontramos Maria junto com seus filhos e irmão de Jesus, acompanhando os apóstolos em Atos 1:12-14.

Maria foi uma serva de Deus, boa e fiel, que talvez até tenha tido seus momentos de dúvidas, mas nunca desistiu de acompanhar seu Filho e, apesar da Bíblia não relatar, certamente foi uma discípula de Jesus fiel até o fim.

APLICAÇÕES PARA A NOSSA VIDA

O que podemos aprender a partir do chamado, convite inesperado e desafio que Deus fez à sua seguidora, Maria de Nazaré:

1) Da mesma maneira que Maria, Deus nos convida a participar do plano dele para a salvação do mundo. Ela teve um papel importantíssimo, aceitou participar e cumpriu com dedicação o papel de mãe do Filho de Deus.

E nós? Já encontramos nosso papel? Aceitamos ou estamos relutando. Uma vez que aceitamos, estamos desempenhando com dedicação esse papel?

2) Ser convidado por Deus para servi-lo exigirá de nós mudança de vida. O corpo de Maria foi adequado para receber Jesus. Sua vida teve que se adequar.
E nós. Qual a mudança que Deus precisa fazer em nossa vida para nos tornarmos discípulos fiéis do Filho de Maria, de Jesus? E mais que isto, instrumentos poderosos em suas mãos.

3) Em nossa caminhada com Deus haverá momentos de dúvidas, porém, o Senhor sempre estará pronto para nos ajudar a lidar com elas. Sim, não somos humanos que nos tornamos cristãos. Somos cristãos, seguidores de Jesus, acolhidos por Ele em nossa humanidade, nossas incertezas, nossa luta contra o pecado, porém, sempre poderemos contar com a doce presença de Deus nos animando, encorajando e desafiando a dar um passo a mais em nossa fé, em nosso crescimento de glória em glória (2 Coríntios 3:18) na boa obra que Ele deseja realizar em nós (Filipenses 1:6).

4) Participar do plano de Deus certamente nos trará bênçãos sem medidas. Mas servir a Deus exige primeiro confiança, mesmo sem Ele ter agido ainda. Maria teve que entregar sua vida, seu futuro, tudo nas mãos do Todo-Poderoso. O mesmo precisa ocorrer conosco, entregar cada pedaço de nossa vida e permitir que Deus nos utilize com seus instrumentos.

5) Da mesma maneira que Maria, a decisão de servir a Deus é individual, não podemos ver primeiro o que os outros (parentes, famílias e amigos) pensam. Semelhantemente a Maria, que talvez pudesse dizer não, também temos a possibilidade de dizer não para Deus e deixar de participar do plano dele de salvação para a humanidade. Muitos até estarão no céu, mas terão pouca experiência do que é participar ativamente, todos os dias, do plano de Deus para salvar a humanidade.

6) Para nosso Deus não exige nada impossível ou demasiadamente difícil. Isto deve ser uma motivação para nós, deve movermos mais e mais próximos do Senhor, nos fazer pessoas que aceitam mais e mas convites e desafios que Ele nos faça, mesmo aqueles mais inesperados.

7) Ao aceitar fazer parte do plano de Deus chegará o momento em que diremos: “Valeu a pena”. Jamais nos arrependeremos de aceitar o que Deus deseja de nós e sermos servos obedientes.
Toda vez que aceitamos ser usados por Deus, sempre haverá o momento em que diremos: “valeu a pena”
Talvez nem seja nesta vida, mas haverá sim um momento em que depois de anos servindo a Deus, aceitando ser instrumento nas suas mãos, vamos olhar para trás, para nossa vida de servo bom e fiel e diremos:

“Sim, valeu a pena”. Valeu para Maria, valeu para os apóstolos, valeu para os seguidores de Jesus no primeiro século, valeu para cada discípulo nesses 21 séculos passados, valerá para mim e valerá para você também, meu irmão, minha irmã.
Sim, valerá a pena. Deus nos abençoe!

Nota: Mensagem pregada na Igreja de Cristo no Bairro dos Pimentas em 25 de agosto de 2019.