fbpx

Ezequias e a Oração do Justo

“Sabemos que Deus não atende a pecadores; mas, pelo contrário, se alguém teme a Deus e pratica a sua vontade, a este atende. Desde que há mundo, jamais se ouviu que alguém tenha aberto os olhos de um cego de nascença. Se este homem não fosse de Deus, nada poderia ter feito” – João 9:31-33

A frase acima foi dita por um cego de nascença após ser curado por Jesus Cristo. Os líderes judeus alegavam que o Senhor Jesus não era de Deus, pois havia curado no dia de sábado. Seguiu-se, então, uma polêmica que terminou com a expulsão do cego da sinagoga. É interessante o que ele disse aos fariseus: “Deus não atende a pecadores”. Será isso verdade?

De um lado, se for uma verdade absoluta, nossa oração nunca teria sucesso. Afinal, mesmo justificados pela graça de Deus, mesmo perdoados através do sacrifício de Jesus na cruz, continuamos pecando. Somos pecadores, mesmo depois de perdoados por Jesus. Pecadores remidos e justificados, mas pecadores.

Por outro lado, precisamos pensar um pouco nessas palavras do cego. A bíblia diz que quando aceitamos Jesus, somos declarados justos por Deus. E, como consequência precisamos viver uma vida reta e obediente a Palavra de Deus.

Hoje, vamos estudar um pouco sobre o rei Ezequias que, depois de Davi e Josafá, é o meu rei predileto. Através do estudo de um episodio em sua vida, vamos extrair uma lição acerca da frase do cego no texto acima.

Ezequias é um rei interessante. Filho de Acaz, um rei desobediente ao Senhor e pai de Manassés, um dos piores reis de Judá, Ezequias foi um rei temente ao Senhor. Aos 25 anos passou a reinar após a morte de seu pai. Através de uma oração feita por Ele vamos conversar um pouco sobre a palavra do cego curado: “Deus não atende a pecadores”.

Hoje, vamos estudar um pouco sobre o rei Ezequias que, depois de Davi e Josafá, é o meu rei predileto. Através do estudo de um episodio em sua vida, vamos extrair uma lição acerca da frase do cego no texto acima.

Ezequias é um rei interessante. Filho de Acaz, um rei desobediente ao Senhor e pai de Manassés, um dos piores reis de Judá, Ezequias foi um rei temente ao Senhor. Aos 25 anos passou a reinar após a morte de seu pai. Através de uma oração feita por Ele vamos conversar um pouco sobre a palavra do cego curado: “Deus não atende a pecadores”.

I – EZEQUIAS – REI DE JUDÁ – 2 Rs. 18:1-12

A- Ezequias fez o que era reto ao Senhor, seguindo o exemplo de Davi – vs. 3-4
O autor de 2 Reis começa o capítulo dizendo que Ezequias foi reto, obedecendo aos mandamentos do Senhor. Em seu reinado, Ezequias promeveu uma reforma religiosa, seguida de um reavivamento espiritual do povo. Baniu a idolatria, destruindo a serpente de bronze construída por Moisés. É interessante que esta serpente foi erguida por ordem do próprio Deus, quando o povo de Israel estava desobecendo a Deus e por isso castigado por Ele, o qual enviou serpentes venenosas para matar os desobedientes. Aquele que, picado pela serpente, mirasse a serpente de bronze construída por Moisés, ficaria curado. Essa história se encontra em Números 21:4-9. É interessante notar que séculos depois aquele objeto que fora utililzado por Deus para salvação, tinha se tornado um objeto de adoração. Ezequias, em sua reforma, baniu tal objeto de adoração.
B- Ezequias confiou no Senhor – vs. 5
Esta é uma das características de um coração obediente, confiar no Senhor Deus. Afinal, seu pai tinha sido um rei idólatra, a nação estava vivendo um momento de idolatria e somente alguém que confiava no Senhor poderia empreender tal reforma religiosa. No capítulo 19 Ezequias vence Senaqueribe, rei da Assíria. Uma grande vitória dada pelo Senhor Deus. A bíblia ainda diz que depois de Ezequias não se levantou um rei mais piedoso.
C- Ezequias guardou a palavra do Senhor – vs. 6
Se chegou ao Senhor, guardou sua Palavra, segundo Moisés. O texto diz que Ezequias se apegou ao Senhor, numa demonstração de submissão e amor a Ele. Uma pessoa com o coração apegado a Deus só pode agir de uma maneira, ou seja, obedecer aos seus mandamentos. O rei decidiu obedecer aos mandamentos do Senhor dados por intermédio de Moisés. O bom servo de Deus é aquele que guarda a sua palavra.
D- Deus foi com Ezequias
É a consequência natural. A alegria do Senhor é abençoar aquele que lhe obedece. Claro que o Senhor abençoa a todos (Mt. 5: 45). No entanto, quando encontra alguém que se achega a Ele de todo coração, seu desejo é honrar e abençoar tal pessoa. Deus abençoou tanto o reinado de Ezequias que este teve condições de se rebelar contra seus inimigos. Afinal, tinha a proteção do Senhor e nele confiava.

Como podemos ver, Ezequias era um rei fiel ao Senhor Jeová. Um rei com o coração desejoso de seguir a Deus. Como consequência, havia um reino de paz, de força, de justiça. Com certeza, quando um líder de uma nação decide andar pelos mandamentos do Senhor dos Exércitos, toda a nação é abençoada.

II – A ORAÇÃO DE EZEQUIAS – 2 Rs. 20:1-6

No capítulo 19 vemos a vitória de Ezequias sobre Senaqueribe, rei da Assíria. No entanto, os acontecimentos deste capítulo estão cronologicamente depois do capítulo 20, há uma inversão cronológica. Vamos, portanto, estudar o capítulo 20.

Quando tudo parecia bem, o reino próspero, em paz, um rei obediente ao Senhor, vem a bomba, o problema, a decepção. Ezequias adoece.

A – O AVISO DE ISAÍAS (Vs. 1).

As palavras de Isaías são claras: “Ezequias, você vai morrer. Prepare tudo, sua sucessão, suas últimas palavras…”

Fico imaginando o desapontamento, o desespero, a decepção do rei Ezequias. Depois de todo aquele início maravilhoso, toda a reforma religiosa, sua saúde não lhe permitiria ver os resultados de todo aquele trabalho. Ezequias não se conforma.

B – A ORAÇÃO DE EZEQUIAS (vs. 2-3)

O rei só tem uma atitude a tomar. Ninguém pode lhe ajudar. Ele vira o rosto à parede, numa atitude de desespero, de decepção, de quem não aceita aquela situação. Ezequias ora ao Senhor. Não há mais o que fazer. Ele lembra a Deus de seus atos de justiça, da maneira como procedera como rei: temente, obediente e apegado ao Senhor. E chora muito, não se conforma. O texto diz que chorou muitíssimo, em abundância. Confesso que fico sensibilizado com Ezequias. Lembro muito de Jacó em sua luta com o anjo de Deus. Ele insiste e só larga o anjo quando recebe a bênção. É o que faz Ezequias. Ele sabe do Deus que serve, do seu poder e do seu amor, de sua misericórdia, de sua justiça…

C – A RESPOSTA DO SENHOR (vs. 4-6)

Foi uma resposta rápida. Mal Isaías saira da presença do rei, Aquele que é poderoso, que ouve as orações de seus servos, manda um recado para Ezequias. Confesso que me emociono com as Palavras do Senhor. Ele diz: “Ezequias, eu ouvi a tua oração, vi as tuas lágrimas. Ezequias, Eu estou atento às tuas palavras e tua humilhação perante em mim. Eu te ouvi e vou te curar. Te darei mais 15 anos de vida”.

Eu fico imaginando qual a atitude alguém a beira da morte, desenganado, recebendo aquela mensagem do Senhor através de seu profeta. “Você vai viver, não vai morrer”. Com certeza, o coração de Ezequias explodiu de alegria, de júbilo e contentamento. O resultado pode ser visto em Isaías capítulo 38, na oração que este faz, demonstrando sua alegria e sua gratidão ao Senhor.

APLICAÇÃO

A- Deus responde ao justo – Tg. 5:16-18
A carta de Tiago diz que a oração do justo é poderosa, muito eficaz. O autor cita o exemplo de Elias, que mesmo homem comum, foi atendido pelo Senhor. Ezequias era justo e, por isso, foi atendido pelo Senhor em seu pedido.
B- Quem é o justo, segundo a bíblia?
O justo de Deus não é uma pessoa perfeita. Olhando as pessoas chamadas de justas na bíblia, percebemos que cometeram seus erros. Davi adulterou com Bate-Sebá, Noé se embriagou, Abrão foi mentiroso e covarde. Até mesmo o rei Ezequias, depois de curado, ficou orgulhoso de sua posição e pecou contra Deus. No capítulo 32 de 2 Crônicas, vemos Deus desamparando Ezequias. No entanto, este se arrepende e perde o perdão de Deus. É atendido.
O filho de Deus, aquele que aceitou Jesus como seu Senhor e Salvador pessoal é o justo de Deus. Quando aceitamos Jesus e nos batizamos, somos declarados justos por Deus, como diz Romanos 5:1, somos justificados por Deus, mediante a fé em Jesus Cristo. Estamos em processo de santificação. E salvos pela graça, nosso desejo é fazer a vontade de nosso Pai, de eliminar o pecado de nossa vida como diz Romanos 6:1: “Que diremos, pois, permaneceremos no pecado para que seja a graça mais abundante? De modo nenhum”.
O justo de Deus é aquele que deseja ardentemente agradar ao Senhor. Claro que falhará eventualmente. No entanto o pecado é exceção e não regra em sua vida. Como diz 1 João 3:9, quele que é nascido de Deus não vive pecando. O filho de Deus vive debaixo da graça e, como justo, vive de acordo com sua nova posição em Cristo Jesus.
Gosto de usar uma ilustração como exemplo do viver na graça, ser um justo de Deus: quando eu estava na escola, a avaliação de cada estudante era feita por notas: A (excelente, sem erro, perfeito), B (bom, com poucos erros), C (regular, medíocre, será aprovado raspando, por pouco), D (ruim, reprovado) e E(péssimo, era a pior nota). A maioria dos estudantes estudava para tirar um C. Afinal, mesmo não indo tão bem, seriam aprovados para o ano seguinte. O problema nesse raciocínio é que, por estudarem para tirar a nota mínima, por se esforçarem o mínimo possível, esses estudantes não raramente tiravam a nota D ou E. Afinal, davam o mínimo de si, estudavam o mínimo necessário e quando não caia exatamente aquelas matérias que tinham estudado, eram reprovados. No entanto, havia aqueles alunos e eu sempre fui um deles, que estudavam sempre para tirar a nota A. Davam o melhor de si, passavam noites estudando para tirarem a melhor nota. Claro que nem sempre conseguiam o máximo, a nota A. Mas, com certeza, uma nota B, no mínimo e raramente um C, conseguiam. Procuravam a excelência e eram aprovados.
Assim entendo viver pela graça, como justo de Deus. O justo é aquele que deseja de todo coração obedecer a palavra de Deus: medita nela, memoriza, utiliza o poder do Espírito para viver uma vida reta, santa, separada para o Senhor. Claro que falhará eventualmente, não é perfeito, ainda haverá pecados em sua vida. Mas estes serão exceção e não regra. O desejo do justo, utilizando a ilustração, é sempre dar uma nota A para o Senhor Deus. E na sua busca, pode nem sempre alcançar esse objetivo, mas, com certeza dará a Ele um B, no mínimo uma nota

C. Este é o justo de Deus.

Claro que Deus é perfeito e para nós achegarmos a Ele precisaríamos dar uma nota A. O justo, no entanto, está debaixo da graça e, ao desejar dar uma nota A ao Senhor, mesmo que alcance uma nota C, o sangue de Cristo completa o que falta e o Senhor enxergará sempre como uma nota A, pois conhece o seu coração convertido e dedicado.

O cristão que vive abusando da graça de Deus dá o mínimo para Ele. Deseja apenas fazer aquilo que entende ser o mínimo para agradar ao Senhor. Deseja dar uma nota C ao Senhor. E claro, tendo um Deus de infinita misericórida, por sua graça, poderá ser aprovado. No entanto, corre o risco de abusar tanto da graça de Deus e ser reprovado. E mais, será difícil chegar diante de Deus e pedir suas bênçãos, pois sua mente, seu coração, sua consciência, o acusarão.

O justo de Deus é aquele que deseja, sempre, dar uma nota A para o seu Pai celestial, vive uma vida de justiça e retidão.

C- Precisamos lembrar ao Senhor que somos justos
Como Ezequias fez, em nossas orações, devemos lembrar ao Senhor de que somos justos. Lembrá-lo também de suas promessas. Ezequias lembrou ao Senhor de sua vida reta e santa. E Deus tem tans bênçãos para o justo. No Velho Testamento os justos de Deus frequentemente lembravam ao Senhor de suas promessas e sua posição de servo do Senhor. E o filho de Deus, que vive na luz, procurando dar a excelência em tudo que faz, terá libertade e ousadia para chegar diante do Senhor, não exigindo, mas lembrando a Deus de suas promessas e de sua condição dejusto, de alguém que tem na prática Jesus como Senhor e Salvador de sua vida.
D- Lembrar que andamos na luz
Como filhos de Deus, temos acesso ao Pai. Podemos chegar a Ele, lembrando de nossa posição em Cristo Jesus: justificados, remidos e salvos pelo sangue do filho de Deus. Podemos chegar ao Senhor e lembrá-lo de que Ele tem prometido que não deixará jamais o justo mendigar o pão (Salmo 37:25 e Mateus 6:33). No entanto, precisamos lembrar que é uma promessa ao justo de Deus, aquele que vive em obediência.
Sabe, irmãos, às vezes não somos mais abençodos porque nos falta ousadia para chegarmos diante de Deus. E vivendo como justos, em santidade, sempre teremos coragem de chegar ao trono da graça e, como Ezequias, lembrar ao Senhor do que Ele nos prometeu, chorar diante dele como filhos de um pai que muito nos ama.
E- Promessas de Deus aos justos
Deus tem muitas promessas para seus filhos. Leia os textos seguintes e verá que o desejo do coração de Deus é abençoar, atender e ouvir seus filhos amados.
João 15:7: “Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito”

 

1 João 3:22:  “E aquilo que pedimos dele recebemos, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos diante dele o que lhe é agradável”

Salmo 34:15: “Os olhos do Senhor repousam sobre os justo, e os seus ouvidos estão abertos ao seu clamor

Salmo 37:25: “Fui moço e já, agora, sou velho, porém jamais vi o justo desamparado”

Mt. 13:43a: “Então, os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai…”

CONCLUSÃO

Vamos voltar a pensar na frase do cego: “Deus não responde a pecadores”

De um lado, com certeza, Ele responde, pois todos nós somos pecadores, remidos, justificados, mas pecadores.

No entanto, o justo de Deus é aquele em cuja vida o pecado é exceção e não regra. É aquele que vive debaixo da graça, gozando desse privilégio, mas, por outro lado, buscando viver em excelência, em santidade de vida.

Como foi mostrado na ilustração, o justo é aquele que pode até dar uma nota B ou C ao Senhor. No entanto, nunca dará uma nota D ou E pois o desejo de seu coração é dar uma nota A ao Senhor.

E vivendo como justos, temos acesso direto ao trono de Deus e, como Ezequias, temos ousadia para pedir, clamar e chorar diante do Todo-Poderoso. Pois chegaremos a Ele lembrando-lhe de nossa posição e das inúmeras bênçãos que nos tem prometido.

Que possamos, então, irmãos, vivermos como justos, em justiça e santidade, agradando sempre ao nosso Pai celestial.

Deus abençoe a todos.