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A Oração do Amado de Deus

“Ele me disse: Daniel, homem muito amado, estai atento às palavras que te vou dizer… Então me disse: Não temas, Daniel, porque, desde o primeiro dia em aplicaste o coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, foram ouvidas as tuas palavras; e por causa das tuas palavras, é que eu vim.” Daniel 10:11a e 11

As palavras acima foram ditas por um anjo ao profeta Daniel, num momento muito importante do povo de Israel, quando estava prestes a retornar do exílio. Daniel já não é mais aquele jovem que se recusou a contaminar-se com a comida real, mas um ancião com mais de 80 anos. Um homem de notável dedicação e relacionamento com Deus por tantas décadas.
Do texto acima, podemos tirar várias lições referentes a esta arma poderosa que temos à disposição (2 Co 10:3-5), a oração.

1. Deus escuta todas as orações, mas quando pronunciadas por pessoas comprometidas com Ele, seu coração se enternece ao ouvir o clamor e a súplica de um filho. Daniel é consolado e Deus reafirma seu amor por seu servo. Foram décadas de dedicação so Senhor, de entrega total, mesmo quando sua vida estava por um fio, quando foi jogado na cova dos leões. Assim, os ouvidos de Deus estão aberto às súplicas dos que o temem, dos justos de Deus (1 Pe 3:12), daqueles que nasceram de novo da água e do Espírito (Jo 14:13-14), daqueles que fizeram do Altíssimo a sua morada (Salmo 91:9).
2. A oração do justo de Deus sempre é ouvida por Ele. Como diz Tiago, ela é eficaz, isto é, sempre há reflexos aqui na terra quando o temente a Deus leva suas questões diante do trono de Deus (Tiago 5:16b). Claro que a resposta varia, mas não há oração não ouvida por nosso Pai. Quando digo “ouvida” estou dizendo que ele “escuta com atenção”. Nossa oração é poderosa para mover a mão que move o Universo e na minha vida já tenho presenciado diversos momentos em que minhas orações foram respondidas e situações que caminhavam para uma direção, que foi invertida e mudada pelo Senhor, como Ele fez com Jó enquanto seu servo orava (Jó 42:10).
3. O segredo da oração eficaz é a humilhação, ou seja, reconhecermos que não temos méritos ao entrar no Santo dos santos, exceto o sangue de Jesus, que nos santifica e purifica diariamente os nossos pecados (Hb 10:19-23). Veja como o anjo dá importância ao fato de Daniel haver se humilhado. Na realidade, por vinte e um dias ele jejuou e nem cuidou da própria aparência (10:2-3). Não merecemos ser recebidos por Deus diante do Seu trono, mas, “como um pobre de espírito”, sem qualquer mérito pessoal, a não ser a cruz de Cristo e a certeza do amor de Deus.
4. Há oposição à nossa oração. Pode ser pararmos de insistir, nosso cansaço, afinal orar é estar em guerra espiritual. No entanto, o ensino de Jesus é que insistamos com nosso Deus (Mt 7:7-11). Outra oposição são as forças do mal, como aconteceu no caso de Daniel no versículo 13. A ideia de insistir na oração é porque estamos em guerra e, se esmorecermos, podemos perder a bênção que tanto almejamos.
5. O desejo do coração de nosso Pai é nos abençoar. Ele não é mesquinho, pelo contrário, é liberal para conosco. Na realidade, normalmente Deus nos dá muito mais do que pedimos e se Ele se limitasse aos nossos pedidos, seríamos muito menos abençoados. Como disse Paulo, Ele é o Deus do sim (2 Co 1:20).
6. Orar traz equilíbrio emocional e espiritual ao nos depararmos com o fato de que tudo está sob o controle de Deus e o que nos acontecer será utilizado por Ele para o nosso bem e crescimento (Rm 8:28).

Sejamos mais práticos e menos teóricos quanto ao assunto “oração”. Todos nós temos altos e baixos em nossa vida de oração ou comunicação com Deus, mas que os períodos baixos sejam cada vez mais raros.
Na minha experiência, quantas vezes me recolho e sozinho confesso em voz alta meus pecados e limitações, falo do meu amor pelo Senhor, agradeço suas bênçãos abundantes, reconheço minha incapacidade e recebo de volta o consolo e o braço forte e terno do meu “papai”, do nosso paizinho, do nosso Aba (Mc 14:36).