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OFERTA OU COLETA? É tudo a mesma coisa?

OFERTA OU COLETA?

Eis a pergunta feita para a edição deste mês do boletim informativo das igrejas de Cristo na cidade de Guarulhos, “Amo Jesus – Porque Ele me amou Primeiro”. Deu um certo trabalho para responder. Afinal, há diferença entre a oferta e a coleta? Creio que a maioria de nós utiliza ambas como sinônimo.

Porém, gostaria de chamar a atenção para uma possível diferença, olhando a história da oferta ou coleta na Bíblia.

No Velho Testamento, a partir da necessidade do sustento do tabernáculo, depois do templo de Deus e dos sacerdotes, o Senhor instituiu a necessidade de cada israelita dar o dízimo (10 por cento) de tudo o que tinha, em especial da colheita dos frutos (Números 18:21). Também seria para suprir os mais pobres (Deuteronômio 14:22-29).

No Novo Testamento, não notamos em nenhum lugar a exigência do dízimo no contexto da igreja. Porém, o princípio da necessidade é o mesmo do Velho Testamento:

     “Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade.” – Atos 2:44-45

Foi esse princípio que levou o apóstolo Paulo a levantar uma oferta entre as igrejas gentílicas em razão da fome que havia na Judeia.

     “E, apresentando-se um deles, chamado Ágabo, dava a entender, pelo Espírito, que haveria uma grande fome em todo o mundo. Essa fome veio nos dias do imperador Cláudio. Os discípulos, cada um conforme as suas posses, resolveram mandar uma ajuda aos irmãos que moravam na Judeia. E eles o fizeram, enviando essa ajuda aos presbíteros por meio de Barnabé e Saulo. “ – Atos 11:28-30

Dessa maneira a coleta ensinada por Paulo em suas cartas tinha como inspiração aquela necessidade nas igrejas da Judéia. Não era uma coleta para as igrejas locais como é feito hoje, mas tinha um fim específico, socorrer os irmãos judeus (Romanos 14:25-27, 1 Coríntios 16:1-3 e 2 Coríntios 8-9).

Hoje, na igreja moderna, com suas necessidades diferentes, todo primeiro dia da semana, inspirados na orientação paulina, fazemos uma coleta semanal na qual recolhemos as ofertas voluntárias dos irmãos e as juntamos, muitas vezes em contas bancárias em nome de alguma pessoa jurídica registrada (em nome da igreja local ou associação). Esse valor é administrado de acordo com a necessidade da igreja local ou dos necessitados. E especialmente para a pregação do evangelho através do sustento, inclusive e se necessário, de obreiros, conforme vemos na carta paulina aos filipenses.

Ao consultar um irmão que domina o grego, fiquei sabendo de palavras utilizadas para ofertar: koinomia em Atos 2:42, Filipenses 1 e 2 Coríntios 9:7 como ter comunhão do que possuímos. Já em 1 Coríntios 16:3, oferta é charis, isto é, a graça de participar. Em Romanos 12:8, a palavra é metadidómi, isto é, compartilhar.

Qual a minha conclusão? A coleta é o ato de recolher a oferta voluntária, cheia de gratidão, amor e desejo de compartilhar da irmandade no primeiro dia da semana. Por outro lado, esse desejo de ofertar é sacrificial e não se resume ao primeiro dia da semana, mas é fruto de um estilo de vida no qual desejamos fazer o bem a todos, principalmente aos da família da fé (Gálatas 6:1).

Por essa razão, tenho defendido que no mínimo 10% do que ganhamos deve ser separado para sermos generosos, primeiro aos da família cristã, mas também a todos os que se aproximarem de nós necessitados de nossa ajuda. Ofertar é oferecer de forma sacrificial, dividindo nossa renda com os que necessitam, começando na coleta.

Quer conhecer mais sobre essa ideia? Leia o meu artigo: Em 2020 vamos dividir nossa renda?

Que o desejo de dividir o que temos, começando com a salvação em Cristo através da pregação do evangelho, seja o desejo genuíno de um coração transformado pelo amor de Deus neste ano de 2023 que está iniciando.

Tudo Pertence a Deus e aos Seus Filhos

A razão de sermos generosos em ofertar

“Eli abençoava Elcana e a sua mulher e dizia: — Que o Senhor dê a você filhos desta mulher, em lugar do filho que devolveu ao Senhor. E voltavam para a sua casa. Assim, o Senhor abençoou Ana e ela engravidava. Teve mais três filhos e duas filhas. E o menino Samuel crescia diante do Senhor.” – 1 Samuel 2:20-21

Estou lendo o Velho Testamento e tirando dele lições que, passado tanto tempo, podemos aplicar para nós que vivemos na Nova Aliança, afinal, como disse Paulo, tudo o que foi escrito serve para nosso consolo, edificação e nos dar esperança (Romanos 15:4).

O texto que abre este artigo é uma amostra prática da maneira como devemos agir com relação a tudo o que temos, o princípio de ser um bom administrador do que recebemos de Deus.

Ana era uma mulher sofrida por não ter filhos e ainda zombada por sua rival, Penina. Porém, esta mulher entendeu com o tempo que Deus (e não o amor de seu marido ou mesmo um filho) deveria ser o seu bem maior. Por isso, ao pedir que lhe desse um filho, prometeu que o devolveria ao Senhor ainda jovem e, de fato, dá impressão que Samuel tinha uns 3 anos quando foi servir o sacerdote Eli (2:24), vindo a tornar-se depois sacerdote, profeta e o último juiz em Israel. Imagine uma mãe com seu único filho, entregando-o ainda tão jovem e ficando sem filhos consigo. Isto é fé na prática e honrar ao Senhor acima de tudo. Até certo ponto prefigura o que Deus fez por nós, ao nos dar o melhor que tinha, Seu Filho, para morrer na cruz em nosso favor (João 3:16).

O princípio tirado desta lição é que tudo o que temos pertence ao Senhor e devemos devolver a ele e quando assim agimos tudo o que antes era “meu” (como na parábola do rico tolo de Lucas 12:13-21) passa a ser nosso, isto é, meu, do Senhor e como consequência, uma maneira dele, através de mim, abençoar também outras pessoas.

Isto se aplica, por exemplo, na oferta do que temos. Não somos limitamos ao dízimo (preceito da velha aliança), pois Deus quer todo o nosso coração e também não damos para receber “em dobro” como diriam os religiosos, mas porque entendemos que Deus quer de nós, não 10% (isso é mixaria), mas 100% de nossa vida que materializa-se no melhor do nosso tempo, nosso dinheiro, nossos bens, enfim, Deus agrada-se quando Ele se torna o nosso maior bem. Particularmente, entendo que no mínimo 10% do que temos não deve ficar conosco, mas utilizado para abençoar outras pessoas.

O problema é que acontece de às vezes sermos abençoados por Deus com algo (um emprego, um bem material, dinheiro, entre outros) e esta coisa pode tornar-se o nosso “deus” quando a utilizamos apenas para satisfazer nossas vontades e nos apegamos a ela. Ana entendeu que não precisava se apegar a bênção que foi Samuel (Deus já era seu maior bem) e por isso o devolveu ao Senhor. Como consequência do seu desapego Deus deu a Ana mais 5 filhos (mesmo ela não tendo colocado isso como condição para devolver Samuel). Abraão foi outro que entendeu que Deus deveria ser seu maior bem e estava pronto a lhe entregar (até de forma violenta) Isaac. Mas Deus não estava interessado no sacrifício de Isaac, mas em conhecer o coração desapegado de Abraão.

Por isso Paulo diz em 2 Coríntios 9:6

“E isto afirmo: aquele que semeia pouco também colherá pouco; e o que semeia com fartura também colherá com fartura.”

Deus vai nos dando bênçãos e quando não fazemos dessas bênçãos nosso “deus”, a raiz da idolatria, o Senhor de maneira graciosa vai abrindo ainda mais as portas do céu, pois sabe que as bênçãos a nós concedidas não ficarão retidas conosco, mas serão utilizadas para a sua glória e honra e para abençoar seus filhos e suas criaturas.

O filho mais velho de Lucas 15:31 não entendeu essa realidade:

“— Então o pai respondeu: “Meu filho, você está sempre comigo; tudo o que eu tenho é seu.”

Sim, precisamos aprender esta lição: não temos nada, tudo pertence a Deus, que nos abençoa de forma tão generosa. E quando somos mãos abertas para abençoar outros com o que recebemos de Deus, tudo o que é dele torna-se nosso e aí não há limites para que suas bênçãos sejam derramadas e, quando falo isso, digo em todos os sentidos, espirituais e materiais. Às vezes é uma habilidade especial que quando Deus nota que não será utilizada para nosso proveito egoísta, para nossa autopromoção, para alimentar nosso ego, ele nos dá, pois sabe que utilizaremos para Ele, para o reino dele e nosso próximo.

Que possamos, irmãos, aprender esse segredo com Ana: fazer de Deus o nosso bem supremo, maior, acima de tudo e de todos e nos colocar como canal de bênção para tudo aquilo que Ele quiser fazer através de nós. Aleluia!

Quantidade x Qualidade

Ananias e Safira se tornaram exemplo para a igreja de todos os tempos. Eles viram Barnabé tornando-se proeminente na igreja porque vendeu propriedades que tinha sem ninguém pedir nada e deu o dinheiro para os apóstolos distribuírem entre os necessitados. Ninguém tinha pedido para eles fazerem o mesmo, mas eles chegaram perante toda a congregação e disseram que tinham vendido sua propriedade por um certo valor, mas tinham entrado em acordo entre eles que reteriam parte do valor. Nunca ninguém saberia, mas eles mentiram. O Espírito Santo sabe se não cumprimos o que prometemos perante Deus. Eles não precisavam ter feito isso, mas queriam aparecer (At 4:34-5:11).

Quando você se converteu entendeu a graça, mas assumiu a mesma graça? A graça já diz por si que é de graça, mas alguém pagou por ela. Alguém foi generoso. Agora, se queremos que outros conheçam a graça, devemos ‘pagar’ para que a graça chegue até eles. Pode parecer meio estranho, mas para você receber a graça alguém pagou sem aspas nenhuma, sem medir esforço nenhum. Evangelismo é a propaganda da igreja e o evangelista é o nosso ‘publicitário’. Ainda mais, se, como igreja, escolhemos ter um lugar para nos reunir e, como um família, ter uma casa para comportar todos nós, então todos devemos nos responsabilizar pelos custos disso. A Bíblia não determina que o culto deve ser só em casa ou nas praças como era no 1º século. Devemos ofertar para a obra do Senhor e sabemos que deve ser o melhor e não o que nos sobra.

Já vi muitas coisas pitorescas tentando amenizar, justificar ou até incentivar as pessoas ofertarem melhor. Já ouvi chamar de ‘hora dolorosa’, dizer que os irmãos tinham um escorpião ou uma cascavel no bolso e, por isso, tinham medo de colocar a mão lá no bolso; já ouvi argumentos fracos e até sem sentido para a coleta e até já decorei desde crianças as mesmas passagens que ouço para o momento. Acho que vou continuar ouvindo coisas do gênero da falta de preparo, infelizmente…

Recentemente ouvi novamente um argumento que não concordo muito com ele, mas certamente vou ouvir de novo. Disse o dirigente da coleta:
– Deus não se importa com a quantidade.
Depois ele ainda disse:
– Precisamos fazer com sacrifícios.

Como quantidade não é importante se não custa nada? E como Deus não se importa com a quantidade e a gente precisa fazer sacrifícios? Como fazer sacrifício continuando ofertando o que nos sobra ou sem o mínimo planejamento? Imagine se nós reuníssemos a família e, numa necessidade financeira nós disséssemos:
– Olha, nós vamos ter a água, a luz e a Internet cortadas, mas cada um dá quanto quiser.

Provavelmente isso não funcionaria e a gente iria ter que reunir a família novamente e dizer o valor somado das contas e dividir entre os membros.

Se nós podemos ofertar R$ 120,00, mas desde que Deus não se importa com a quantidade, quanto vamos dar? R$ 120,00, R$ 100,00 ou apenas R$ 20,00, já que Deus não se importa mesmo… Qualidade e quantidade é a mesma coisa, sim! Sei que 80% das pessoas não ofertam e por vários motivos, mas será que algum motivo justificará perante Deus? Em nenhum lugar diz que Deus vai punir como puniu Ananias e Safira, mas por que correr o risco?

Verdade que a mulher viúva deu pouco, isto é, alguma moedas, mas ela deu 100% do que tinha. Mais ainda… Jesus viu através do Espírito o quanto valeu aquilo que ela deu. Ele viu não pouco, mas viu generosidade. Ela deu porque entendia o conceito de ofertar e, quanto tempo ainda nós vamos continuar repetindo a história da viúva nas leituras dominicais e não colocar em prática o exemplo dela? Nenhuma história tem valor se não for comprovada na prática. Dizemos que Deus abençoa quem é generoso e dá com alegria, mas quantos de nós tem prova disso? Comprove por si mesmo que a Palavra de Deus é verdadeira pela oferta na prática. Você realmente acredita que “aquele que semeia com fartura, também colherá fartamente.”? (2 Coríntios 9:6). Você só vai acreditar, quando fizer o mesmo…

Irmãos, ofertemos não porque estamos vendo algo ser feito, mas por motivo de consciência entre nós e Deus. Você pode saber que, por educação, ninguém fica vendo que você não tem ofertado, mas o Espírito Santo está vendo e ofertar faz mais bem para você do que por qualquer motivo. Oferte com fé, sacrifício e generosidade.

Determine no seu coração a quantidade e a qualidade da sua oferta e dê fielmente, pois terá sido você que determinou o quanto vai dar, mas foi Deus que determinou quanto você iria ser prospero. Agora, dê de coração, não falhe, seja fiel, pois Deus ama quem assim o faz com alegria e, imagine o que acontece com quem Deus ama…

“Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria.” (2 Coríntios 9:7)

Ofertar Com Generosidade

Tá certo! 80% das pessoas não ofertam na coleta! Talvez por falta de ensino (incentivo) e tradição (bons exemplos). Talvez porque falta objetivos visíveis para a igreja que as pessoas possam ver e apoiar financeiramente ou talvez seja a simples falta de ação por parte da liderança que não inspira as pessoas a se envolverem completamente na obra. Ok, tá justificado perante você mesmo e, você tem certeza que todas estas desculpas justificam perante Deus? Você sabe a resposta!

“Há quem dê generosamente, e vê aumentar suas riquezas; outros retêm o que deveriam dar, e caem na pobreza. O generoso prosperará; quem dá alívio aos outros, alívio receberá. O povo amaldiçoa aquele que esconde o trigo, mas a bênção coroa aquele que logo se dispõe a vendê-lo.”‭‭ (Provérbios‬ ‭11:24-26‬)

Ofertar esporadicamente é errado tanto quanto ofertar o que sobra é errado. Precisamos aprender a nos tornar generosos, afinal, este é o exemplo de Jesus que deixou tudo para assumir a forma de servo.

“Pois vocês conhecem a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, se fez pobre por amor de vocês, para que por meio de sua pobreza vocês se tornassem ricos”. (2 Coríntios 8:9)

Generosidade é a marca do Evangelho. O apóstolo Paulo, um dos ou talvez o maior evangelista de todos os tempos, ouviu pessoalmente de Jesus algo que nem sequer nos evangelhos a gente lê literalmente. Graças a Deus que ele compartilhou conosco através dos registros de Atos dos Apóstolos.

“Em tudo o que fiz, mostrei-lhes que mediante trabalho árduo devemos ajudar os fracos, lembrando as palavras do próprio Senhor Jesus, que disse: ‘Há maior felicidade em dar do que em receber’ “. (Atos 20:35)

Se você ouviu o evangelho, creu, se arrependeu, confessou Jesus como Senhor, nasceu de novo para novidade de vida e está perseverando, então tem que colocar o evangelho em ação para você e todos os que podem ser beneficiados por sua fidelidade. Talvez você não saiba pregar ou ensinar, talvez você não tenha tempo, então você pode fazer parte da conversão de alguém sendo generoso. Você trabalha arduamente já e por que? Será que justifica para que tenhamos mais e mais e os fracos fiquem cada vez mais fracos? Vamos lembrar das palavras de Jesus para Paulo e colocá-las em prática. Se você quiser realmente ser feliz, então tem que aprender a dar e não só a receber. Ah, você já recebeu o evangelho, agora está na hora de ofertar com generosidade.

Quanto Ofertar

Outra questão é a quantidade. Generosidade quer dizer, sim, quantidade. A qualidade da oferta é segundo a quantidade de cada um. Claro que o que define a quantidade que você deve ofertar não é o quanto os outros ofertam, mas o quanto você se sente abençoado. A coleta é uma ordem ao povo de Deus e devemos seguir os ensinamentos que Paulo deu às igrejas da Galácia. Ele ensina que dia devemos contribuir, quem deve contribuir, como proceder e quanto deve-se contribuir. Leia abaixo:

“Quanto à coleta para o povo de Deus, façam como ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana, cada um de vocês separe uma quantia, de acordo com a sua renda, reservando-a para que não seja preciso fazer coletas quando eu chegar.” (1 Coríntios 16:1,2)

Na leitura aprendemos que domingo é o dia de contribuição. Se ele definiu um dia, fica, automaticamente, proibido outros dias para se fazer oferta, assim como a ceia é feita aos domingos, dia do Senhor, a coleta deve ser feita somente no domingo. Vemos uma grande inversão na obediência quanto a isso e isso também pode servir de dica para saber se uma ‘igreja’ é a igreja de Deus.

Ainda na leitura aprendemos que todos devem contribuir. Paulo diz “cada um de vocês separe uma quantia”. Este é o momento para falar quanto deve ser. O que Paulo escreveu define um valor entre você e Deus. Ele ordena “de acordo com a sua renda”. O parâmetro para ofertar é o quanto você ganha. Precisamos complementar esta informação com generosidade. Duas passagens bem conhecidas vêem à tona. A primeira é um excelente exemplo para os que pensam que não têm nada a ofertar.

Mesmo Com Problemas

“Agora, irmãos, queremos que vocês tomem conhecimento da graça que Deus concedeu às igrejas da Macedônia. No meio da mais severa tribulação, a grande alegria e a extrema pobreza deles transbordaram em rica generosidade. Pois dou testemunho de que eles deram tudo quanto podiam, e até além do que podiam. Por iniciativa própria eles nos suplicaram insistentemente o privilégio de participar da assistência aos santos. E não somente fizeram o que esperávamos, mas entregaram-se primeiramente a si mesmos ao Senhor e, depois, a nós, pela vontade de Deus.” (2 Coríntios 8:1-5 – o negrito é meu)

Aprendemos com os irmãos Macedônicos que mesmo que tivermos problemas, a alegria e a generosidade devem ser maiores. Devemos, a exemplo deles, dar de acordo com a nossa prosperidade e até mais do que podemos. Eles é quem pediram insistentemente para participar. Tinham sido deixados de lado por serem financeiramente pobre, mas eram os mais ricos de alegria e generosidade dentre os irmãos. Outros talvez deram porque tinham, os Macedônicos deram mesmo acima do que podiam. Lembramos facilmente da viúva pobre que não deu o resto, deu acima do que podia. Alguma vez na vida você já fez isso? Alguma vez na vida nós vamos fazer isso? Por que não? A nossa justiça deve exceder a dos religiosos.

Agora, por que os irmãos Macedônios, mesmo sendo extremamente pobres, deram acima das suas possibilidades? Tem uma explicação que deve nos inspirar para fazer o mesmo:

  1. Eles eram felizes pela salvação. A salvação imerecida gerou felicidade e generosidade;
  2. Eles acreditavam que ofertar era um privilégio, e;
  3. Eles deram os seus corações primeiro a Deus, depois aos irmãos

Com Confiança em Deus

Outra passagem relevante e bem conhecida, mas pouco praticada, é aquela passagem que é lida como se não tivéssemos outras para a coleta.

“Lembrem-se: aquele que semeia pouco, também colherá pouco, e aquele que semeia com fartura, também colherá fartamente. Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria. E Deus é poderoso para fazer que lhes seja acrescentada toda a graça, para que em todas as coisas, em todo o tempo, tendo tudo o que é necessário, vocês transbordem em toda boa obra. Como está escrito: “Distribuiu, deu os seus bens aos necessitados; a sua justiça dura para sempre”. Aquele que supre a semente ao que semeia e o pão ao que come, também lhes suprirá e aumentará a semente e fará crescer os frutos da sua justiça. Vocês serão enriquecidos de todas as formas, para que possam ser generosos em qualquer ocasião e, por nosso intermédio, a sua generosidade resulte em ação de graças a Deus.” (2 Coríntios 9:6-11)

Quase não precisa comentar, mas… Vou tentar ser breve. A regra é a mesma de sempre. Plantou pouco, vai colher pouco. Planou muito, acreditando que Deus ia abençoar, vai ser abençoado mesmo! Só Deus pode cumprir estas palavras. Deus não quer que você faça por obrigação ou pensando com tristeza onde poderia usar a oferta. Deus quer que nós contribuamos com generosidade e com fé. Acredite que Ele não vai deixar faltar nada, pelo contrário, vai multiplicar a sua plantação. Tá, não é uma barganha ou um negócio da China, mas Deus está disposto a cumprir o que promete. Ele faz isso até com pessoas que são generosas por outros motivos, imagina se não vai ser bom com que faz por fé, generosidade, amor e pela obediência ao Evangelho.

Conclusão

O procedimento para a coleta era conforme o que as pessoas recebiam. Antigamente pagava-se o trabalho por dia ou por semana. Ainda hoje em dia muitos países ou até mesmo profissões no Brasil são remuneradas diariamente ou semanalmente. É muito mais comum ver-se que as pessoas recebem quinzenalmente ou mensalmente. Na minha opinião as pessoas deveriam ofertar conforme a periodicidade em que recebem, isto é, se recebe diariamente ou semanalmente, deveriam ofertar todos os domingos. Se recebem quinzenalmente ou mensalmente, deveriam ofertar de acordo. Eu acredito que esta é a diferença entre a ceia e a coleta que, embora o mandamento seja para o mesmo dia, os recursos que a compõem e os motivos não são os mesmos. Se você discorda, tudo bem, faça de acordo com a sua consciência e não criemos o costume de criticar ou condenar os que pensam de modo diferente.

A igreja de Cristo precisa mudar neste ponto. A igreja tem muito dinheiro, o problema é que está no bolso dos irmãos. Agora tá faltando gratidão pela graça da salvação que nos faz felizes e generosos. Quando mostramos a gratidão na oferta, outros serão levados a louvar a Deus pela obediência que acompanha a confissão que fizemos no evangelho de Cristo pela nossa generosidade em compartilhar os bens com os que precisam (2 Co 9:13).

A liderança da igreja precisa ser mais séria no sentido de ensinar, motivar e administrar os recursos ofertados. Quem vai querer ofertar só para a manutenção do prédio? É isso é necessário, mas onde está o trabalho para ganhar almas e ajudar aos necessitados, principalmente os próprios irmãos de fé?

Como Ministrar a Coleta

O irmão chega no púlpito e todos estão esperando que ele comece a mensagem para a coleta. Ele introduz com a seguinte frase, esfregando uma mão na outra:

“Chegou a hora da dolorosa…”

Esta é a visão que muitas pessoas têm da coleta. É uma via dolorosa pela qual têm que passar para chegar ao paraíso. Que grande engano! Uma das grandes bençãos que temos é ofertar. Segundo o apóstolo Paulo, o próprio Jesus falou sobre isso:

“Em tudo o que fiz, mostrei-lhes que mediante trabalho árduo devemos ajudar os fracos, lembrando as palavras do próprio Senhor Jesus, que disse: ‘Há maior felicidade em dar do que em receber’ “. (Atos 20:35 – NVI)

Olhe de novo para a passagem acima. Se há alguém que conhece a felicidade é o criador dela. Quer ser feliz? Aprenda e confie que ofertar é melhor que receber.

É Bíblico

Quem ministra a mensagem da coleta tem que fazer com a Bíblia aberta. Seria até bom se tivesse uma breve projeção resumindo o que vai falar para ilustrar para aqueles que estão visitando. Muitas vezes eles não sabem o que é coleta e nem sequer sabem abrir a Bíblia.

A maioria das pessoas, mesmo não religiosas, concordam que as igrejas podem ou devem fazer coletas, mas conseguem ver quando não é de acordo com a Bíblia mesmo não conhecendo a Bíblia apenas pelo bom senso. Se elas permanecem num lugar que abusa da graça de participar chegando até a fazer pressão psicológica para extorquir a pretexto da fé o dinheiro das pessoas, elas acabam sendo convencidas, isto é, são enganadas. Posteriormente é muito difícil convencer tais pessoas que estão enganadas. Os homens que se dizem religiosos e estão interessados somente no dinheiro das pessoas, são lobos espertos e já têm toda uma argumentação e textos fora de contexto para alimentar o seu pretexto.

Eu estava conversando com o irmão Danilo Motoshima de Sorocaba e ele me contou a sua história. Resumindo ele já tinha ido a uma grande denominação que, por qualquer motivo, pede ofertas. Ele até ilustrou dizendo que cada vez que o tal ‘pastor’ tropeçava, era um motivo para ele dizer que era um sinal de Deus e as pessoas tinham que ofertar. Ele ficou desiludido com a ideia de fé e igreja por causa desse comportamento. Tendo ido visitar tantas denominações e ele viu que este era o padrão não bíblico de comportamento. Um dia ele estava morando com a família na Paraíba e a sua esposa trabalhava com alguém que era da igreja de Cristo que ofereceu um estudo pessoal e depois finalmente eles foram visitar a igreja. Ele achou muito interessante tudo o que viu e a forma que foram recebidos, pois os irmãos lá em Patos sempre abriam a Bíblia para tudo o que falavam. Quando chegou a hora da coleta, ele já imaginava que a máscara ia cair e o padrão religioso seria revelado. Para a sua surpresa ele ouviu a leitura da palavra e o irmão ainda emendou dizendo que Deus queria é a vida das pessoas. Ele tinha encontrado a igreja certa na mensagem da coleta… Mesmo sem muito conhecimento bíblico, ele tinha bom senso.

Quem ministra a coleta, abra a Bíblia e se prepare bem, antes do domingo, para animar aos irmãos e mostrar que é bíblico e é uma bênção participar da coleta.

De qualquer forma, tente se cortês e instrua aos irmãos que vão passar pelos bancos que devem oferecer a oportunidade a todos assim como fazemos na ceia. A coleta, como a ceia, é um convite para que as pessoas se tornem, primeiramente, discípulos de Jesus.

Quem Não Deve Participar

Quem deve participar a gente já sabe. A Bíblia é clara e diz:

“No primeiro dia da semana, cada um de vocês separe uma quantia, de acordo com a sua renda, reservando-a para que não seja preciso fazer coletas quando eu chegar” (1 Coríntios 16:2).

Esta passagem ensina que cada pessoa deve participar no domingo. Claro que pessoas que têm renda, isto é, que trabalham e recebem alguma coisa. E a quantia é “de acordo com a sua renda”. Esta passagem foi escrita para a igreja de Corinto. Hoje ela é aplicada para quem é a igreja onde quer que esteja. O Novo Testamento é o nosso padrão. Então, se uma pessoa ouviu o evangelho, creu, se arrependeu, confessou Jesus, foi batizada, está perseverando, foi abençoada com uma renda do seu trabalho, deve contribuir.

Quem está ministrando a coleta deve deixar claro que, se uma pessoa não entregou sua vida para Jesus, o dinheiro da pessoa Deus não quer. Nós contribuímos não para sermos salvos, mas porque somos salvos. A contribuição de uma pessoa que não fez o bem para si mesmo primeiro, não deve ser através de uma oferta que vai conseguir algo melhor.

Acredito, por outro lado, que uma pessoa pensa que deve ser generosa e contribui, isto Deus está levando em conta (At 10:4)((Atemorizado, Cornélio olhou para ele e perguntou: “Que é, Senhor? ” O anjo respondeu: “Suas orações e esmolas subiram como oferta memorial diante de Deus – Atos 10:4)). O nosso papel é conscientizar todas as pessoas de que Deus quer é o coração. Todos os que ofertam, estão ofertando de coração porque um dia já entregaram completamente seus corações e isto os levou a ser generosos porque receberam generosidade de Deus primeiro. Vemos o caso dos literalmente pobres irmãos da Macedônia que eram extremamente pobres, mas eles não quiseram ficar de fora da coleta e eles pediram para participar, mesmo sendo pobres e atribulados. Paulo revela o que os levou a participar:

“Pois dou testemunho de que eles deram tudo quanto podiam, e até além do que podiam. Por iniciativa própria eles nos suplicaram insistentemente o privilégio de participar da assistência aos santos. E não somente fizeram o que esperávamos, mas entregaram-se primeiramente a si mesmos ao Senhor e, depois, a nós, pela vontade de Deus.” (2 Coríntios 8:3-5 – a ênfase é minha)

Resumo da seguinte forma: se uma pessoa não se entregou a Cristo e não participou da ceia, pode participar, mas não deve participar da coleta, porque é um privilégio para os discípulos de Cristo e, pode acreditar, é uma mensagem diferente do que o mundo religioso pensa. A igreja veio para dar e acrescentar e não tirar proveito.

Nota: os irmãos da Macedônia eram extremamente pobres e pediram para participar. Nós que não sabemos o que é extrema pobreza, não podemos nos justificar se não contribuirmos de coração. Se você não entrega o seu coração a Deus constantemente, você não contribui na coleta. Isto explica muita coisa.

Passagens Bíblicas Para a Coleta

A maioria das vezes que participamos da coleta temos uma só passagem sendo lida. Praticamente todos os domingos lê-se a mesma coisa. Das duas uma é a opção: ou está faltando preparo devocional individual para ministrar a coleta ou esta passagem é a única mesmo.

Existem centenas de passagens que podem ser usadas para dirigir o pensamentos dos irmãos e abrir as mentes e os corações para as próximas oportunidades.

Eu me incomodei várias vezes com a ministração da coleta porque nota-se falta de preparo. Como alguém vai encorajar aos demais irmãos a se prepararem em casa para a coleta se eles mesmos não se preparam para dirigir mentes e corações para a oferta? Conversando com o irmão Raniere Vieira quando ainda estava morando em João Pessoa, falei para ele que tinha um projeto de escrever um livro com várias passagens e pequenos textos que poderiam ser usados para a ceia e a coleta. Ele, providencialmente, já tinha ensinado sobre o assunto e tinha várias mensagens prontas. Foi assim que surgiu o livro “Mensagens Para a Ceia” que traz 54 mensagens para serem usadas na ceia. É suficiente para fazer uma mensagem diferente a cada domingo. Agora estamos preparando o livro similar para a coleta. E, sim, irmãos, existem várias passagens diferentes para a coleta também. Isto quer dizer que, tão importante como se preparar para a ceia também é importante se preparar para a coleta.

Além de obrigatoriamente abrir a Bíblia e ler o que ela ensina sobre coleta, ainda que usando aquela colinha tão útil do livro a ser lançado do Raniere, você pode contar pequenas ilustrações para ensinar sobre a importância de contribuir. Você pode conversar com os irmãos que estão à frente da congregação e perguntar como estão as finanças, em quais finalidades o recurso será investido para poder usar. A ideia é ter recursos para animar, não necessita e talvez nem se deve ser muito específico ou minucioso com informações seculares ou administrativas((Não se deve ficar dizendo que este dinheiro paga a luz, água, aluguel, salário, etc. Deve-se dizer que a pessoa tem que contribuir por consciência entre ela e Deus, porque é bíblico e é bom para abençoar a vida da pessoa e até mesmo da família e isto é uma verdade.)). Deve-se limitar e ficar dentro do assunto oferta para não se tornar uma pregação.

Dicas Úteis

• Venha preparado – pode parecer redundante falar, mas é porque é necessário mesmo dizer que a coleta é bíblico e o dirigente da mensagem deve ser exemplo. É tão importante quanto todos os demais atos de adoração. Assim como a gente espera que as pessoas não fiquem tirando o troco oculto que sobra ou procurando as moedas para a oferta 3 minutos antes, da mesma forma o dirigente deste devocional para a coleta não deve ficar procurando uma passagem 20 minutos antes. A igreja deve ter uma ordem do culto preparada, pois todos devem ter tempo para se prepararem em casa em oração, devoção, leitura da Bíblia.
Por falta de tempo de se preparar, é possível notar que nem sequer quem está dirigindo a coleta oferta, pois não trouxe dinheiro. Estamos vivendo em um tempo em que as pessoas não estão mais andando com dinheiro no bolso e estão ofertando menos ainda por falta de conscientização.
• Converse com o regente – é bom ter cânticos para antes, durante e talvez até depois da coleta. Se possível, deve-se conversar com o regente com antecedência e até passar uma ideia do que vai se falar para que um cântico seja de acordo.
• Seja positivo – Se o dirigente da coleta usar a Bíblia, ter tido tempo de se preparar durante a semana antes de chegar no culto, se ele já orou e está tudo planejado para elevar os irmãos até a imitação da generosidade de Deus, então está bem encaminhado. Deve-se buscar ser positivo e não crítico. Não deve-se falar do comportamentos religiosos errados por aí. Deve-se falar onde a Bíblia fala e calar onde ela cala. É uma oportunidade de adoração a Deus não de mostrar arrogância em quanto somos bons em tudo. Ofertemos com humildade, alegria e agradecidos pelo privilégio.
• Não pregue – apesar de ser uma mensagem importante, a mensagem da coleta não deve ser uma pregação sobre a coleta. Seria bom que ficasse dentro de um tempo em que as pessoas pensem e fiquem animadas para participar. Acredito que uns 5 a 8 minutos é o suficiente para falar o que precisa. Tem que ser muito, mas muito bom mesmo para ser uns 10 minutos de mensagem para a coleta. Concordo que às vezes é necessário mesmo falar mais sobre o assunto, pois o povo perece por falta de conhecimento da bênção de participar da oferta.
• Instrua – A coleta é um tempo de instrução. Devemos conscientizar aos irmãos para o domingo que vem, afinal, sendo realista, a minoria está preparada para participar biblicamente da coleta. Devemos ensinar que na coleta não se procura troco no bolso na hora da coleta, mas que deve estar em primeiro lugar no orçamento mensal. Devemos ensinar que é um privilégio que é fonte de bênção, fonte de fé, fonte de esperança, fonte de amor, fonte de recursos para evangelizar o mundo.

Conclusão

A coleta é uma bênção! Uma das maiores chaves da felicidade. Pouco compreendida, poucos participam efetivamente, uma chave sempre deixada de lado minando o potencial da igreja para evangelizar e fazer o bem no mundo. Está na Palavra de Deus que devemos ofertar. Assim como no Velho Testamento não precisava dizer que era pra guardar todos os sábados e, pensando nisso, a coleta deve ser feita no domingo “No primeiro dia da semana…” (1 Coríntios 16:2). Qual primeiro dia da semana? Todos os primeiros dias da semana, isto é, todos os domingos.

Todos devem participar, isto é, todos os que entregaram seus corações primeiro ao Senhor, então devem participar da graça. Se participa da ceia e tem sido abençoado por Deus com força para produzir alguma renda, deve ser de acordo com aquela renda que tem sido abençoado. Isto é de pessoa para pessoa. Alguém que recebe um mínimo, mas se sente abençoado, é generoso. Aquele que recebe um bom tanto, mas é ingrato, não oferta generosamente. Deve ser com alegria e generosidade. Quem planta, quanto mais planta, mais colhe as bênçãos prometidas por Deus.

O ministrante da coleta deve vir preparado, assim como a própria mensagem da coleta ensina. Se prepara em casa, com antecedência, tire a melhor parte. Da mesma forma, prepare a melhor mensagem.

Neste artigo acima você encontra algumas dicas, mas não todas as dicas. Existem outras boas dicas. Fique atento, leia a Bíblia, ore e procure servir da melhor forma possível.

Que Deus abençoe e sejamos exímios comunicadores da palavra Dele para animar aos irmãos e exemplos em contribuição para o bem do mundo.

Sociedade Com Deus


O áudio é um pouco diferente do texto abaixo. Você pode ouvir, mas não deixe de ler o texto também para sua meditação sobre a oferta.
A Ceia do Senhor é para poucos, isto é, para os que aceitaram o convite de salvação da parte de Deus e foram batizados para remissão dos pecados, para receber o Espírito Santo e fazer parte da igreja que Jesus edificou. A coleta também. A coleta não justifica todas as pessoas, ainda que Deus aceite todas as ofertas e orações assim como Ele aceitou as orações de Cornélio, um oficial do exército romano (At 10:1-4).
Participar da coleta é um privilégio, é uma graça concedida por Deus, como disse o apóstolo Paulo sobre os macedônios:

“Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus dada às igrejas da macedônia”2 Coríntios 8:1

E ainda precisamos lembrar que não adianta nada uma pessoa dar todos os seus bens aos pobres e até dar o seu próprio corpo em sacrifício se faltar o que é mais importante:

“E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria” (1 Coríntios 13:3)

O irmão Denis era um empresário de sucesso, ofertava 50% de todo o seu lucro na coleta e se sentisse tentado a não ofertar, resolveu que dobraria o valor. Isso aconteceu por muitos anos. Ele tinha uma empresa chamada D&D. Certo dia o irmão Denis faleceu e alguém teve curiosidade sobre o nome da sua empresa. Conversando com a viúva ela revelou que o nome da empresa era Denis & Deus, por isso ele dava 50% na coleta, porque metade da empresa era de Deus, o seu sócio.
Esta história é verídica. O irmão Randy Short foi quem me contou isto. É um grande exemplo para nós sobre nosso relacionamento com Deus.  Uma lição para colocar em prática. Já pensou ter Deus como seu sócio? Daniel e Deus, Mariléia e Deus, Ian e Deus, João e Deus, Lucas e Deus. É Ele quem diz que nos dá garantias. Ele estará conosco o tempo todo. Sua Palavra não volta atrás e não volta vazia. Ele diz que os bons administradores serão abençoados já nesta vida.

“E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda a boa obra; Conforme está escrito:Espalhou, deu aos pobres;a sua justiça permanece para sempre. Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, também vos dê pão para comer, e multiplique a vossa sementeira, e aumente os frutos da vossa justiça; Para que em tudo enriqueçais para toda a beneficência, a qual faz que por nós se dêem graças a Deus. Porque a administração deste serviço, não só supre as necessidades dos santos, mas também é abundante em muitas graças, que se dão a Deus.” (2 Coríntios 9:8-12)

Deus nos convidou para uma sociedade vencedora. É um grande privilégio e confiança da parte Dele. Ele confiou todos os bens em nossas mãos e nos deixa tomar todas as decisões. Deus nos dá para que nós administremos com generosidade. As promessas acima Ele pode e quer cumprir. Ele está cumprindo a sua parte na sociedade desde o começo. Se você acreditar nesta sociedade, você é generoso e não vai faltar. E quando todas as coisas derem certo, será para a glória de Deus. Se todas as coisas derem errado, será para a glória de Deus. Deus tem o plano Dele e está dando certo.
Esta mensagem é para os próximos domingos. Deus, seu sócio, cumpre a sua parte da sociedade. Deposite mais do que valores. Deposite 100% da sua fé, da sua confiança, da generosidade. Tudo o que você der aqui, está sendo revertido em um lugar especial para você mesmo.
Faça a sua parte na sociedade com Deus. Quando você é generoso, o nome do sócio, Deus, é engrandecido. O objetivo dos nossos bens não é para que tenhamos conforto egoísta neste mundo, mas sim para que nós possamos fazer com que tudo redunde em glórias a Deus por aqueles que precisam e por aqueles que ainda estão longe da sociedade com Deus.
Quem não faz sociedade com Deus, automaticamente fazem sociedade com o mundo e as coisas que a ele pertencem.

“O mundo está passando, bem como as coisas que as pessoas desejam. Porém, aquele que faz a vontade de Deus, vive eternamente” (1 Jo 2:17)

80% NÃO OFERTAM

Quando eu era criança, em casa éramos em 6: Meus pais e quatro filhos. Por muitos anos apenas meus pais eram os provedores. Eles proviam 100% de tudo o que precisávamos. Eles eram até mesmo a fonte do amor que recebíamos. Acho que muitas vezes eles cansaram de fazer tudo sozinhos. Algumas vezes nós éramos ingratos por ser imaturos. Por outras vezes um só deles era o provedor. Aconteceu algumas vezes em que um só deles tinha emprego. Por outras vezes ainda, eles estavam brigados entre si. Meu pai foi um alcoólatra, venceu e tornou-se um exemplo a seguir. Meus pais amadureceram e traçaram vidas eternas para si mesmos e isto influenciou para sempre a vida dos seus filhos.

Na igreja temos quatro tipos de pessoas: os fortes, os fracos, os insubmissos e os desanimados.

“Rogamo-vos, também, irmãos, que admoesteis os desordeiros, consoleis os de pouco ânimo, sustenteis os fracos, e sejais pacientes para com todos.” (1 Tessalonicenses 5:14)

Significa que cerca de 25% apenas faz tudo pela igreja. São estes que estão envolvidos em todos os ministérios. São estes que são ativos aos domingos e estão sempre presente. São estes que sustentam financeiramente as necessidades, o evangelismo, a missão e a vida da igreja. A igreja se parece muito como uma família. Numa família que ainda está no começo apenas alguns fazem tudo por todos. Se os pais forem novos e imaturos, eles fazem tudo com dificuldade e quando se unem e passam o tempo juntos, mesmo nas dificuldades, eles amadurecem e a família se fortalece. Podem esperar que seus filhos terão futuro.

Dizem as estatísticas que apenas 20% das pessoas ofertam e sustentam a igreja. 80% participam esporadicamente, mas raramente contribuem regularmente. Mas por que as pessoas não contribuem?

Três Motivos Por Que as Pessoas Não Contribuem

Eu fiz uma pesquisa com alguns missionários que chegaram em 1961 para estabelecer congregações no Brasil. Eles de fato estabeleceram e fizeram coisas que os religiosos daquela época nem sequer imaginavam. A igreja de Cristo naquele tempo teve uma rede nacional de rádio, um avião para chegar mais rápido onde as pessoas chamavam, vários prédios e terrenos espalhados pela cidade e Estado de S. Paulo. Hoje não passa de uma instituição administradora dos bens daquele tempo. A igreja de Cristo não é muito conhecida inclusive pelos religiosos, não tem uma participação nem sequer regional e contam-se os membros em milhares espalhados pelo Brasil (De 9 a 15 mil para ser mais exato e impreciso ao mesmo tempo).

1º) Falta de Ensino e Tradição

Perguntei para vários daqueles missionários qual foi um dos erros que eles cometeram e uma resposta recorrente foi: “Nós não ensinamos a contribuir“. Vemos o contraste indelével entre as denominações tradicionais e seu poder de ação em começar novas congregações, sustentar obreiros, financiar construções, instituir escolas e faculdades, retiros bem estruturados e enviar missionários para muitas partes do mundo. Veja, a comparação não foi com algumas das igrejas pentecostais e sua ganância de acumular riqueza e poder. A comparação foi com as denominações tradicionais como nós. Aquelas denominações têm uma boa estrutura baseada na contribuição dos seus membros e podem planejar e fazer a obra que julgam melhor para o crescimento visando fins espirituais.

Pela história vemos que um dos problemas que temos revelado na coleta é que não fomos ensinados e temos medo de falar sobre dinheiro no púlpito. Temos nossas razões, claro, isso explica, mas não justifica. Um dos problemas nas fracas contribuições dominicais é, então, a tradição. Não uma tradição bíblica e saudável.

Conta-se que um irmão levantou-se para fazer a coleta e quando todos já estavam prontos para a ministração ele disse: “Chegou a hora da dolorosa”. Talvez é esta a visão que muitos têm da coleta.

2º) Falta de Objetivo

Outro motivo é o alvo, plano e trabalho. Durante um ano nós ficamos visitando várias congregações das igrejas de Cristo. Ao mesmo tempo em que eu fazia uma pesquisa sobre como estavam as congregações e suas práticas, estávamos procurando uma congregação para ajudar. Ao chegar conversava com os homens da congregação para saber como estavam e quais eram os planos para a congregações. Infelizmente notei que as congregações, de um modo geral, não têm planos a curto, médio e muito menos longo prazos. Quando uma congregação não tem planos para evangelizar nem sequer a sua própria vizinhança, como espera que os seus membros contribuam de alguma forma?

Então, não significa que as pessoas são mesquinhas e egocêntricas porque não contribuem. Elas simplesmente não são ensinadas sobre o benefício de contribuir para serem abençoadas por Deus, pois só Deus pode prometer e cumprir. Elas também não vêem o motivo do porque contribuir. Quando a igreja não tem uma liderança que confia no Senhor, dificilmente vai ter planos que expressem a fé. Consequência disso é que vai ficar reclamando que não existem recursos para fazer o que não fazem com o que se tem. E os resultados? Se as pessoas não conseguem ver o que está acontecendo, não sentem-se incentivadas.

3º Motivo: Falta de Ação

O terceiro motivo que leva as pessoas a não serem regulares na oferta é a falta de ação por parte da igreja. Uma congregação que todos os homens são a liderança, não tem liderança nenhuma. Muitas congregações são regidas por reuniões administrativas e não por homens com dons para servir. Muitas congregações que têm presbíteros não têm presbitérios. São mais administradores do que bispos do rebanho de Deus. Até mesmo o mundo sabe da importância da liderança. Dizem eles: “Cachorro que tem dois donos passa fome”. A sugestão é que as congregações tenham dois ou três homens que estejam à frente e tenham autonomia para tomar decisões e até mesmo para errar. Que levem soluções e não exerçam a função de levantar problemas.

Quando a congregação local segue uma tradição de não ofertar que não é bíblica, não tem objetivo de crescer como consequência não terá trabalho também. Quem é que vai sentir o desejo de colaborar? A maioria dos irmãos estão ‘dando o sangue’ nos seus empregos e não podem fazer mais. A forma de participarem da obra é através da oferta para sustentar um evangelista que pregue a palavra e promova o culto a Deus de várias maneiras como reuniões para jovens, casais, de estudos, etc.

A SOLUÇÃO

A solução para isso começa com a Bíblia aberta ensinando o que é a oferta e tanto a importância quanto o benefício de participar desta graça. O saudoso irmão Allen Dutton deixou como legado um excelente trabalho que pode ser usado como base para o ensino de participar da graça de ofertar. Existem bons materiais para que possamos ensinar e logo colocar em prática. A igreja se mobiliza na coleta quando é conscientizada sobre a importância de dar mais que receber. Que a nossa tradição seja obedecer a Palavra e ofertar é um mandamento (1 Co 16:1, 2; 2 Co 9:6).

A igreja precisa ter homens fiéis e idôneos para a conduzir no caminho do Senhor e planejar, com fé, o crescimento. Não importam os recursos que a igreja tem, precisamos usar a quantidade dos nossos recursos como usamos a quantidade de fé que tivermos. Se nossa fé for como um grão de mostarda, é o suficiente para transportar montanhas. A igreja precisa definir baseado na sua realidade quanto quer crescer no próximo mês, no próximo semestre, no próximo ano, nos próximos 5 ou 10 anos. Estagnação é falta de fé…

Quando a igreja não tem uma visão do futuro baseada na sua fé (mesmo que seja pequena), não vai ter resultados. Se nós plantamos, outros regam Deus dá o crescimento. O crescimento, como na parábola do Semeador, pode ser 30, 60 ou 100%, podemos não saber com certeza o quanto vamos crescer, mas tenhamos certeza de que Deus abençoa e dará o crescimento. Se nós não plantamos, já sabemos qual vai ser o resultado.

Com ensino, planejamento e trabalho, a igreja vai contribuir o que precisarmos para fazer o reino de Deus crescer onde estamos. Deus é poderoso e pode fazer mais do que podemos pedir ou pensar… que não seja um problema Ele ter confiado o Seu poder em nós (Ef 3:20).