fbpx

A Teologia de Crer Para a Salvação


Todos que já foram à escola no Brasil, aprenderam um pouco de português. Você deve ter aprendido pelo menos o básico. Uma das coisas que a gente aprende são palavras novas e algumas vezes nos deparamos com palavras aproximados ou o mesmo sentido, são os sinônimos. Porém, algumas palavras são diferentes e, como regra, se há duas palavras com o mesmo significado, uma acaba eliminando o outra naturalmente. Então, se as palavras diferentes ainda resistem pelo tempo, mesmo que o senso comum pense que são parecidas ou iguais (sinônimos), então elas têm significados diferentes. Palavras como louvor e adoração são tidas como similares, mas são diferentes e têm significados e intenções diferentes. Outro exemplo disso são as palavras  crer e fé. A maioria dos crentes pensam que crer é ter fé…

Deus é amor, misericordioso, cheio de graça e bondade e, sem dúvida nenhuma, quer que toda humanidade seja salva, dos menores aos maiores.

“Isso é bom e agradável perante Deus, nosso Salvador, que deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade.” (1 Timóteo 2:3,4)

Será que, já que Deus quer salvar a todos então, ‘todos os caminhos levam a Deus’? Qualquer forma de crença leva à salvação? Será que ‘a voz do povo é a voz de Deus’? No final, será que Ele vai ter misericórdia das suas criaturas e esquecer os seus pecados? A misericórdia sobrepõe a obediência e a justiça?

Os pregadores desta geração pregam muito sobre graça e misericórdia e realmente todos deveriam aproveitar a oferta de Deus em perdoar todos os pecados, mas qual é mesmo a mensagem? Todos devemos saber que a mensagem que leva à salvação é: Ouvir, ter fé, arrepender, confessar, batizar e perseverar. Seis passos que levam à salvação. Porém, no evangelho popular necessita basicamente 2 passos para ser salvo: ouvir e crer.

Bem provavelmente você já ouviu uma bela pregação evangélica falando sobre o amor, a compaixão e a graça oferecida por Jesus. Até concordamos com a maior parte da mensagem, mas no final você ouve:
– Se você crê em Jesus, levante a mão, faça uma oração onde você está aceitando Jesus como seu Senhor e único Salvador, pedindo para que ele entre no seu coração. – daquele ponto em diante tal pessoa é considerada salva, mas o que a Bíblia diz?

Estava indo tão bem e logo chegou a esta parte… É esta teologia que oferece salvação para o que está no leito de morte e aceita Jesus no coração antes de morrer. Aparentemente é a graça e a misericórdia de Deus que está sendo pregada e aceita. Porém a Bíblia não ensina isso em lugar nenhum! De onde surgiu tal teologia da salvação prática? É tão prática que não precisa nem sequer acrescentar água!

As Nossas Traduções da Bíblia

Quando queremos falar que alguém está dizendo algo difícil de entender, dizemos logo que a pessoa está falando grego. Puxa, justamente esta foi a língua em que o Novo Testamento foi escrito! Isto quer dizer que não entendemos o Novo Testamento? Em grego não! Nossas Bíblias não estão escritas em grego, temos versões (traduções) em Português. É nas traduções da Bíblia que a confusão de palavras começa e entre estas palavras temos as palavras CRENÇA e .

Tudo começou lá pelo IV século quando São Jerônimo fez uma tradução dos manuscritos gregos do Novo Testamento para o latim a pedido do papa Dâmaso I. Aquela tradução ficou conhecida como Vulgata. Foi lá que a confusão da palavra com CRENÇA começou.

Em grego fé é um verbo que pode ser conjugado, mas em latim é uma palavra que não sofre flexão da língua. “Na língua grega – idioma mais rico que o latim – o substantivo fé (pistis) possui um correlato verbal (pisteuou), ou seja, a fé pode ser conjugada verbalmente, ao contrário do que ocorre no português e demais línguas de origem latina”. Então são Jerônimo procurou uma palavra que pudesse ser usada como sinônimo do verbo grego que significa ação da fé (pisteuou) e encontrou a palavra crer que, tanto em Latin como em Português, podem ser conjugados: Eu creio, tu crês, ele crê, nós cremos… etc. O verbo crer deriva de “de cor” (do coração). Aí surgiu o problema, pois são palavras diferentes com significados diferentes. Enquanto fé exige obediência e ação física, crer deriva de acreditar e pode só ficar no pensamento e com o passar do tempo perdeu o sentido “do coração”.

Agora, uma palavra que não deveria ter sido substituída, ganhou força do tempo, tradições, de interpretações pessoais e denominacionais. Todas as vezes que lemos CRER, deveríamos ler  ou a AÇÃO DA FÉ que leva a obedecer. Um exemplo disso é claro em Atos 19 quando Paulo questiona em que ‘creram’? Dá um sentido, lendo por cima, de que simplesmente acreditaram, mas estudando o texto vemos que tal ensinamento os levou a uma atitude e a atitude foi o batismo. Fé levou a ação enquanto crer não necessariamente leva a uma ação ((Boa parte da pesquisa deste texto foi encontrada no artigo de Alan Capriles no seu artigo “FÉ OU CRENÇA? A crucial diferença entre crer e ter fé“)).

“Aconteceu que, estando Apolo em Corinto, Paulo, tendo passado pelas regiões mais altas, chegou a Éfeso e, achando ali alguns discípulos, 2 perguntou-lhes: Recebestes, porventura, o Espírito Santo quando crestes [quando obedeceram pela fé]? Ao que lhe responderam: Pelo contrário, nem mesmo ouvimos que existe o Espírito Santo. 3 Então, Paulo perguntou: Em que, pois, fostes batizados? Responderam: No batismo de João.” (At 19:1-3)

A melhor tradução do versículo dois poderia ser: “Vocês receberam o Espírito Santo quando obedeceram (o batismo) pela fé?”. Sabemos que a fé leva ao batismo por causa do verso três. Faça um serviço a si mesmo e Releia a passagem várias vezes e usando várias traduções, você vai encontrar a verdade.

Nesta passagem vemos que a fé leva a obedecer ao evangelho (morte, sepultamento e ressurreição) através do batismo é praticada obediência ao evangelho e Deus concede o Espírito Santo (At 2:38).

Confunde-se com CRENÇA por causa de uma leitura descuidada, falta de um estudo mais profundo e a lógica que a própria tradução do texto bíblico leva. A fé realmente move a algo concreto, enquanto a crença é algo subjetivo e inerte. Algo que não se concretiza no mundo real.

Até mesmo em inglês a palavra FÉ foi traduzida por ‘believe‘, isto é, traduzido como, CRER. Como a maioria das denominações modernas vieram da América do Norte, a teologia de CRER ao invés de SER MOVIDO a OBEDECER PELA FÉ, veio junto com os evangelistas e missionários a simplesmente deixar na subjetividade e do sentimento.

Devemos ler a tradução da palavra CRER em nossas Bíblias fazendo uso de um verbo TER como auxiliar para a fé: eu tenho fé, tu tens fé, nós temos fé, eles têm fé… Fé não é acreditar em algo ou alguma coisa. Fé é sair do conforto e lugar comum e tomar uma ação de obediência direta ao mandamento.

A fé que devemos procurar é a fé apresentada pela igreja do Novo Testamento. Quando tivermos fé em ação, certamente ela vai exigir mais do que um gesto de levantar a mão e fazer uma oração SINCERA. Somente quem pratica o evangelho e os ensinamentos que ouve da doutrina dos apóstolos registrados no Novo Testamento pode ser considerado discípulo VERDADEIRAMENTE SALVO. Crença é coisa para cristão e o Brasil é um país cristão que crê em muitas coisas, mas não tem fé suficiente para se livrar da idolatria e crendices em tantos homens, santos e entidades e declarar Jesus Cristo como único Senhor e Salvador através da obediência ao evangelho. Fé é atitude de discípulo de Cristo ((A palavra cristão está registrada apenas 3 vezes em todo o Novo Testamento enquanto a palavra DISCíPULO está registrada mais de 250 vezes. Isto indica que Jesus veio fazer discípulos e não cristãos)).

Podemos, sim, apoiar nossa fé nas traduções, pois geralmente são cuidadosamente feitas e estudadas, (excetuando-se a traduções Torre de Vigia das Testemunhas de Jeová), mas principalmente devemos apoiar a fé no estudo e meditação da Palavra de Deus.

Conclusão

Deus realmente quer salvar toda humanidade, mas não pelas nossas regas e suposta misericórdia. Reconheçamos que por mais religiosos que pudéssemos ser, nunca poderíamos ser tão misericordiosos como Deus tem sido através do Novo Testamento. Se confiamos Nele, seguimos as Palavras Dele e não nossa vã filosofia religiosa.

Não é possível que Deus não tenha dado inúmeras chances para uma pessoa e resolve salvá-la dando a única chance somente no leito de morte. Todos nós temos muitos convites de Deus por dia, afinal Ele é paciente e misericordioso. Uma pessoa no leito de morte não tem condições de aceitar o evangelho como ele é, não pode fazer uma decisão consciente, pois está fragilizada pela dor, doença ou pelo medo da morte. Deus quer de nós o melhor, não o resto de nós e quando já não podemos mais servi-lo.

Se apoiar na história do ladrão na cruz que foi salvo sem obedecer ao evangelho mostra falta de conhecimento na Palavra de Deus e do plano da salvação. O ladrão na cruz, resumidamente, estava sob o Velho Testamento e Jesus podia salvá-lo como quisesse (como o fez), inclusive sem batismo. Já no Novo Testamento (que começa da morte de Jesus em diante) a ordem e misericórdia de Deus exige o batismo em obediência ao evangelho.

Se um religioso diz que batismo não salva, está dizendo que o evangelho não salva. Evangelho é: morte, sepultamento e ressurreição de Jesus (1 Co 15:1-4). A forma de obedecer ao evangelho é: morrer com Cristo, ser sepultado pelas águas do batismo e, como Cristo ressuscitar pelo Espírito Santo saindo das águas do batismo , ressuscitamos com Ele pelo mesmo Espírito Santo(Rm 6:3-6). Batismo e evangelho é a mesma coisa e, correndo o risco de ser redundante, mas não de não ter sido entendido, a única forma de obedecer ao evangelho é o batismo. Não se deixe enganar por teorias e argumentos evangélicos.

A crença pode ser manipulada, a fé tem base em conhecimento da verdade que liberta e o a verdade é imutável, pois quem um dia foi liberto pela verdade, nunca mais quer voltar à escravidão pela crença.

Crer é para simpatizante de Cristo. Nós devemos ter fé e deixar ela operar em nós pela obediência ao evangelho e, tendo recebido o Espírito Santo no batismo, pela obediência a toda palavra de Deus.