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Por Que Celebrar a Ceia Todos os Domingos

Uma cidade montanhosa a 1200 metros de altitude, Poços de Caldas, assim como tantas outras cidades, possui várias estátuas que lembram alguns acontecimentos importantes. Em uma das praças, encontra-se a “Estatua dos Soldados”, que participaram da Segunda Guerra Mundial entre 1944 e 1945. Essa estátua representa uma memória histórica. Mesmo aqueles que não têm conhecimento prévio passam a conhecer a história por meio das inscrições e da estátua em si. Esse é o propósito de ter estátuas espalhadas: elas funcionam como memórias e homenagens àqueles que merecem ser honrados.

O culto é a atitude mais relevante na vida cristã, após o batismo. Levando em consideração a passagem “…tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus” (Colossenses 3:17), compreendemos que toda a nossa vida é um culto a Deus. Além disso, não é apropriado ter uma oração final nas reuniões de adoração dominicais, já que esse é o primeiro dia da semana, marcando apenas o começo e o Dia do Senhor.

No culto, relembramos a cruz, que era originalmente um símbolo de morte, mas que, com a crucificação de Jesus, tornou-se um símbolo de liberdade. A celebração da ceia é um memorial de Jesus e seu sacrifício. Esse memorial nos lembra e nos ensina sobre o ato de liberdade que Jesus proporcionou a todos nós na cruz. A celebração semanal da ceia é uma maneira de não esquecermos a purificação dos nossos pecados. Ao celebrarmos e anunciarmos a morte, sepultamento e ressurreição de Jesus, recebemos e renovamos essa purificação. A própria aliança é renovada por meio desse ato, em memória do sacrifício de Jesus na cruz.

Um culto bíblico envolve várias atitudes, como o canto, a oração, a celebração da ceia, a coleta, a mensagem da Bíblia e a comunhão. Todas essas seis atitudes possuem a mesma importância. Geralmente, cinco dessas atitudes são praticadas por todas as igrejas evangélicas, enquanto uma delas é negligenciada na maioria das denominações. Esta atitude negligenciada é uma das que define a igreja de Jesus em contraste com as denominações.

No cenário religioso, a ceia é celebrada em intervalos variados, como uma vez por ano, a cada seis meses, mensalmente ou a cada 15 dias. Não há um critério padrão. Na igreja de Deus, a ceia é celebrada todos os domingos, seguindo os critérios do Novo Testamento. Quais são esses critérios para celebrar a ceia semanalmente? Devemos questionar isso, considerando o comportamento das denominações.

A Origem da Ceia

A Ceia do Senhor tem suas raízes no Velho Testamento. Ela deriva de bênçãos e maldições. Foi uma bênção para o povo de Deus e uma maldição para os egípcios. Por um lado, representava a libertação; por outro, constituiu a décima praga no Egito. A origem da ceia remonta à celebração anual da Páscoa (Êxodo 12:1-28). Essa ceia da Páscoa simbolizava a liberdade da escravidão e era celebrada anualmente de acordo com as instruções.

Centenas de anos depois, durante uma dessas celebrações, Jesus, o Cordeiro de Deus, pegou o pão e deu-lhe um novo significado, dizendo: “Tomai e comei, isto é o meu corpo” (Mateus 26:26). Ele também pegou o fruto da videira e disse: “Bebei dele todos; pois isto é o meu sangue, o sangue do pacto, que é derramado por muitos para remissão dos pecados” (Mateus 26:27b, 28). Desde então, a ceia dos discípulos de Jesus é realizada até os dias atuais.

Os Elementos da Ceia

Assim como no início, em Êxodo, a ceia contém elementos escolhidos por Deus. Temos o Cordeiro de Deus e nos alimentamos do seu corpo e do seu sangue (o pão e o “sangue”). Deus selecionou elementos que são encontrados em todo o mundo (pão e o fruto da videira).

O pão deve ser sem fermento, assim como era na época da celebração da Páscoa judaica, e no Novo Testamento, o fermento simboliza o pecado, que, mesmo em pequena quantidade, afeta toda a massa (1 Coríntios 5.8). O sangue de Jesus é representado pelo fruto da videira. De acordo com a palavra de Deus, não deve haver substituição para o pão e o fruto da videira.

Quando e Com Que Frequência Celebrar a Ceia

Na noite em que instituiu a Ceia em seu nome, Jesus afirmou que apenas na igreja essa celebração seria repetida:

“Digo isto pois nunca mais beberei deste vinho até o dia em que beba com vocês o novo vinho no reino do meu Pai.” (Mt 26:29).

O apóstolo Paulo menciona a ceia como uma prática constante: “Todas as vezes que vocês comerem este pão e beberem deste cálice, vocês anunciam a morte do Senhor. Façam isto até que Ele volte” (1 Coríntios 11:26). Na mesma passagem, ele também instrui que, ao partilharmos o pão e o cálice, estamos proclamando a morte de Jesus até a sua segunda vinda. Diante dessa referência, surge a pergunta: Devemos proclamar a morte de Jesus apenas uma vez a cada 365 dias? Duas vezes por ano? Uma vez por mês, duas vezes por mês ou todos os domingos?

A frequência regular do “partir do pão” sugere uma constância: “Eles se dedicavam [eram perseverantes] ao ensino dos apóstolos, à comunhão, ao partir do pão e às orações” (Atos 2:42). Posteriormente, Lucas, o autor do livro de Atos, menciona que a reunião dominical tinha como propósito “No primeiro dia da semana, nós nos reunimos para partir o pão…” (Atos 20:7). Se considerarmos que o dia do Senhor é o domingo, então é razoável concluir que devemos celebrar a ceia todos os domingos. Assim como o Antigo Testamento não precisava instruir sobre a guarda do sábado, também não é necessário afirmar explicitamente que devemos nos reunir para partir o pão aos domingos. Importante lembrar que negligenciar a participação no culto dominical constitui uma ação de extrema seriedade, uma vez que implica em:

  1. Desprezar o Filho de Deus;
  2. Desrespeitar o valor do sangue da nova aliança; e
  3. Insultar o Espírito Santo.

O apóstolo Paulo escreveu: “Todas as vezes que vocês comerem este pão e beberem deste cálice, vocês anunciam a morte do Senhor. Façam isto até que Ele volte” (1 Coríntios 11:26). A ênfase está na regularidade, não em ocasiões esporádicas. Portanto, em todas as ocasiões (domingos – o dia do Senhor), devemos compartilhar o pão, beber do cálice e anunciar a morte de Jesus, convidando as pessoas a compartilharem das bênçãos de Deus.

Conclusão

A. Ao participar da ceia, reflita sobre o sacrifício de Jesus. O propósito primordial é proclamar sua morte até a sua segunda vinda. A ceia também tem um papel evangelístico. Convite outras pessoas para testemunhar a igreja anunciando a iminente volta de Jesus.

B. A ceia celebra a libertação do pecado. O Cordeiro, Jesus Cristo, derramou seu sangue para nos redimir. A participação na ceia é uma bênção para os envolvidos, porém uma privação para aqueles que se abstêm. Simultaneamente, ela é um convite à bênção.

C. Autoavaliação é crucial antes de participar da ceia. Avalie se compreende plenamente o que está fazendo. Antes de participar, busque o perdão por seus pecados.

D. O que estamos expressando ao faltar ao culto e não participar da ceia do Senhor? Reflitamos sobre aqueles que não participaram da Páscoa no Egito. (Consulte Hebreus 10:26-31)

E. Com que frequência você pratica a Ceia do Senhor? Você apenas anuncia a morte de Jesus esporadicamente? Será que a purificação dos seus pecados é necessária apenas uma vez por ano? Não! Assim como você deve proclamar a morte de Jesus todos os domingos, é também nesse dia que obtém o perdão dos seus pecados (1 João 1:7).

F. Quais são as consequências de faltar ao culto e não participar da ceia? (Hebreus 10:29)

G. Comprometa-se pessoalmente com Deus a não mais negligenciar os cultos em memória de Jesus, buscando o seu próprio crescimento espiritual.

H. Reúna-se com os irmãos e proclame a morte de Jesus até a sua segunda vinda.